FICHA TÉCNICA 2006

 

Carnavalesco     Paulo Menezes
Diretor de Carnaval     Pedro Mazzoni e Roberto Peixoto
Diretor de Harmonia     Sérgio Jamelão
Diretor de Evolução     Sérgio Jamelão
Diretor de Bateria     Átila dos Santos Gomes (Mestre Átila)
Puxador de Samba Enredo     Edson Marcondes (Nêgo)
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Robson dos Santos (Robson Sensação) e Ana Paula da Silva Gomes
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Charles Eucy da Silva Campos e Patrícia
Resp. Comissão de Frente     Nino Giovanetti
Resp. Ala das Baianas     Eni Oliveira da Silva (Tia Eny)
Resp. Ala das Crianças     Maria Célia Resende

 

SINOPSE 2006

O Império do Divino

Sinopse

"Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador,
Já que a ti me confiou a piedade divina,
sempre me rege, guarda, protege e ilumina."

          Lá vem meu Império! Celebrando a religiosidade brasileira. Exaltando das páginas da história, viva na memória, no tempo que não se alcança, a fé e a esperança. A saga de um povo fiel e devoto, que crê num 'Deus' infinito e santo, que lava as dores e enxuga o pranto.
          Império Divino, baluartes, um destino... foliões, beatos, romeiros, povo brasileiro. Em nome de Deus, anda pelos caminhos da fé. Fé que explica o sentido da vida e faz aceitar a morte. Sem perder o norte, apresenta uma história fervorosa: a das tradições das festas religiosas.
          Pomba branca, asceta e mística. Santidade que o povo purifica... Rogai por nós... Põe-te a voar, mostra a glória desse povo que vive a rezar.
          Redenção! Goza o povo, de um amor à divina celebração. Para tudo aquilo que Deus criou, um louvor ao teu encanto, de joelhos ou de pé o povo se realiza nos autos da fé. Faz da crença uma confiança obstinada, ruas e casas são enfeitadas... Olhai por nós... e faz dessa reza um canto, pra celebrar o Divino Espírito Santo.

"O Divino Espírito Santo
Hoje vem nos visitar
Vem pedir-vos uma esmola
Pro seu Império enfeitar"

          Fé e pecado, tudo entoado num ritmo sagrado. É o cortejo real dos filhos do congado. É maracatu que chega pra dar o seu recado, batendo tambor sob o luxo de seus bordados, sem choro e sem dor, com adereços e muita cor.
          Brilha no céu a estrela-guia. Feito magia, nas cores da folia, uma nobre gente. Três Reis Magos peregrinaram lá das bandas do Oriente, sob a régia um destino: anunciar o nascimento do Deus menino.
          Vem a Quaresma, depois do carnaval, o silêncio e a penitência lembram a saga pentecostal. Quem vê não se espanta, iluminado fica, acende e se encanta com o
fogaréu da Semana Santa; a adoração à cruz, da missionária tradição do corpo de Jesus.
          A fé é estendida. Tapetes ressaltam as cores da vida. Em oração saio em procissão, Corpus Christi, minha crença, minha devoção...
          Gente sofrida, que tudo que tem na vida é o sacrifício da promessa cumprida.
Beatos que seguem em romaria, seja noite, seja dia, fazendo das palavras sua guia... numa terra abençoada de um misticismo religioso, de um 'deus' de carne
e osso: Padim Padre Ciço. Vem gente de tudo que é canto, devoto, promesseiro, romeiro, pedir a bênção do tal pastor de Juazeiro.
          De um jeito ou de outro a fé acompanha este povo. Vende de tudo um bocado: santinhos, amuletos, oração. Isso tudo pra ganhar um trocado e viver em comunhão.
          Gente pro que der e vier, gente abençoada por uma manifestação de fé, sagrada e profana, é o Círio de Nazaré. Uma procissão de forte simbologia, representada pela corda, a ligação entre a Santa e seu povo em romaria.
          Quem já viu sabe o que é. São os folguedos populares no auto da fé. É a alma engalanada de um país inteiro, celeiro cultural do folclore brasileiro.
          Cavalhada, moçambique, festas dedicadas a São Benedito e ao reino lendário de Nossa Senhora do Rosário. É folguedo pra cá, é folguedo pra lá, salve os festejos do boi-bumbá. Caboclinhos, guerreiros, 'santo pecado' na festa do bumba-meu-boi e na cantoria do reisado.

"Meu São Benedito
Cabelo de véu
Me leva a esses anjos
Me entrega o céu!"

          De passo marcado, cantando em louvação é brincadeira de quadrilha de São João.
          Da festa indígena, trago na força da lança a esperança de que existe um Deus entre nós. É o mito e a dança dos índios Caiapós. A chegança, dos marujos do fandango vai completando a festança... Trovadores, repentistas, violeiros tocam animando os terreiros, tudo sem distinção, mas só tem uma questão: que todos tenham fé no coração.
          A festa do negro se faz no congado onde o rei e a rainha do Congo são coroados.
É canto e dança pra todo lado, olubajé é o seu legado. Ensina desde criança o axé, a força da umbanda e a gira do candomblé. Salve a rainha do mar, Iemanjá, e o encanto das Águas de Oxalá! É água-de-cheiro, é batuque que não tem fim, salve Nosso Senhor do Bonfim!

"São Jorge, filho amado de Deus Pai, socorrei-me...
...Com o fogo do Espírito Santo, iluminai-me"

          Império, tu és minha raiz, o meu cantar, a minha diretriz. Império de um santo guerreiro, de imperadores divinos, homens que nasceram sublimes e crentes, devotos a um manto de amor doce e clemente. É verde e branco a cor do teu canto... Aqui estendemos nossos olhares à sua infinita grandeza, fonte de tanta beleza; fazemos desses divinos imperadores um samba, uma oração!
          Vem, meu Império, do batuque negro a cada coração, com seu estandarte exaltar a arte... acender as luzes da imaginação, desse encontro mágico e universal,
chamado carnaval. Traz a alegria do samba no pé, aqui tu és o Divino, aqui tu és um auto da fé.

Império Divino, olhai por nós...
Divino Império, rogai por nós...
Amém.

Paulo Menezes
Texto: Marcos Roza

 

SAMBA ENREDO                                                2006
Enredo     O Império do Divino
Compositores     Arlindo Cruz, Maurição, Carlos Sena, Aluízio Machado e Elmo Caetano

Cantando em forma de oração
Serrinha pede paz, felicidade
Pra nossa gente que não pára de rezar
E como tem religiosidade
Senhor, olhai por nós
Até por quem perdeu a fé
Vem meu amor
Na festa do divino
Pagar promessa
De joelho ou de pé

Hoje tem maracatu, bate tambor
Cai na folia, é festa de reis
Chão colorido,
Fogaréu, semana santa
Pode chegar
Que aqui tem festa todo mês

Tem romaria lá no Juazeiro
A procissão do Círio faz chorar
Mas o Brasil é tão alegre e festeiro
É um celeiro de cultura popular
A esperança vem do índio caiapó
É louvação com muito amor no coração
Do povo negro
Veio todo axé
Lá do terreiro umbanda e candomblé
Um mar de flores para Iemanjá
Água-de-cheiro, águas de Oxalá

O meu Império é raiz, herança
E tem magia pra sambar o ano inteiro
Imperiano de fé não cansa
Confia na lança do santo guerreiro
E faz a festa porque deus é brasileiro