E onde
houver trevas que se faça a luz
Sinopse:
O
GRES Império Serrano, buscando encontrar uma forma harmoniosa que viesse
a iluminar seus novos rumos, já que vem enfrentando no seu dia-a-dia
inúmeras dificuldades para retomar seu glorioso destino, foi buscar
nas diversas "Gênesis" o tema para o Carnaval em 2003: "
E ONDE HOUVER TREVAS QUE SE FAÇA A LUZ"
Assim, buscou
na luz que é o princípio de tudo, o primeiro gesto divino em direção
à vida, o mote onde desenvolverá seu enredo. No imenso caos das trevas
a luz traz o universo para um plano tangível, real... ela é o contraponto
do mal, da escuridão, da noite das incertezas. É o calor que induz,
que traz movimentos, que reproduz, que gera, que é fogo presente de
Prometeu roubado aos deuses, da carruagem do Sol e levado para a terra
em um talo de erva-doce, para a glória dos homens. A luz dos astros
é um milagre pontilhado exibindo o sorriso das estrelas, um caminho
possível para a beleza, a grandeza do plano de Deus.
Luz não
é apenas sabedoria. É o próprio saber, torna as mentes claras, mais
produtivas, almas raras, exemplo da grandeza humana, enchendo de luz
a civilização. A Luz, é transformadora, tem interminável energia, possui
a grandeza da ação da produção, da reprodução, é beleza noturna nas
grandes cidades, lampiões e letreiros, nos campos e nas águas de uma
escuridão com pontos de luz, insetos e peixes iluminados. Luz é paz,
é face da criança, o sonho impossível, o bem, o amanhã, é o retorno
ao paraíso, ao colo do criador, é esperança, é vida, é ressureição.
Vamos viajar
pelo Olimpo dos Deuses, conhece-los em sua pirâmide divina, exaltar
suas qualidades humanas e vê-los, assim, dotados de maiores poderes,
de mais beleza e perfeição e, sobretudo, imortais.
Ao exaltarmos
a criação, vamos ao encontro de Deus criando todas as coisas e expomos
também uma versão tupiniquim do Gênesis.
Dando seguimento
vamos encontrar a luz como elemento essencial da vida: uma terra prenha
crescendo e se multiplicando, dando a vida a todos os seres.
E aí, um
marco da humanidade se registra: a luz da nova aliança. Veremos o brilho
da estrela de Belém, a visita dos pastores e dos Reis Magos, um novo
tempo, e eis que a vida era a luz dos homens, a luz que para sempre
resplandeceu nas trevas.
Em seqüência,
nos guiaremos pela luz da razão: é o iluminismo, que indica um movimento
intelectual que se desenvolveu no século XVIII, cujo objetivo era a
difusão da razão, a "luz" para dirigir o progresso da vida
em todos os aspectos. Mais que um conjunto de idéias, foi uma nova mentalidade
que influenciou grande parte da sociedade da época.
Ao final,
falaremos da luz como espetáculo; de ponto em ponto, de foco em foco,
o G.R.E.S. Império Serrano tece o seu enredo que iluminará seus novos
rumos em busca da alegria, porque o futuro está aqui e agora, bem a
nossa frente, visualizá-lo e olhar o seu desempenho é lançar um olhar
à frente do nosso tempo.
Ernesto Nascimento
1º Setor: Abre-alas - Coroa Imperial com
elementos do enredo
2º Setor: O Olimpo dos Deuses (Prometeu - O fogo)
3º Setor: A Criação do Mundo
4º Setor: A Luz como elemento da vida - A Terra Prenha
5º Setor: A luz da nova Aliança
a.A estrela de Belém
b.Os Reis Magos
6º Setor: O Iluminismo (As Grandes Invenções)
7º Setor: A luz como espetáculo
Sinopse Completa
1) Introdução
O
G.R.E.S. Império Serrano, buscando encontrar uma forma harmoniosa que
viesse a iluminar seus novos rumos, já que vem enfrentando no seu dia-a-dia
inúmeras dificuldades para retornar seu glorioso destino, foi buscar
nas diversas "Ciências" o tema para o Carnaval em 2003: "E
onde houver Trevas... que se faça a Luz!"
Assim, buscou
na luz que é o princípio de tudo, o primeiro gesto divino em direção
à vida, o mote onde desenvolverá seu enredo. No imenso caos das trevas
a luz traz o universo para um plano tangível, real... ela é o contraponto
do mal, da escuridão, da noite das incertezas. É o calor que induz,
que traz movimento, que reproduz, que gera, que é fogo presente de Prometeu
roubado aos deuses, da carruagem do Sol e levado para a terra em um
talo de erva-doce, para a glória dos homens. A luz dos astros é um milagre
pontilhado exibindo o sorriso das estrelas, um caminho possível para
a beleza, a grandeza do plano de Deus.
Luz não
é apenas sabedoria. É o próprio saber, torna as mentes claras, mais
produtivas, almas raras, exemplo da grandeza humana, enchendo de luz
a civilização. A Luz é transformadora, tem interminável energia, possui
a grandeza da ação da produção, da reprodução, é beleza noturna nas
grandes cidades, lampiões e letreiros, nos campos e nas águas de uma
escuridão com pontos de luz, insetos e peixes iluminados. Luz é paz,
é a face da criança, o sonho impossível, o bem, o amanhã, é o retorno
ao paraíso, ao colo do criador, é esperança, é vida, é ressurreição.
Alma gêmea de minha vida
Flor de luz da minha vida
Sublime estrela caída
Das estrelas da amplidão.
Quando eu errava no mundo...
Triste e só no meu caminho,
Chegaste, devagarinho,
E encheste-me o coração.
Vinhas na bênção das flores
Da divina claridade,
Tecer-me a felicidade
Em sorrisos de esplendor !!!
És meu tesouro infinito.
Juro-te eterna aliança
Porque sou tua esperança,
Como és todo meu amor !!
Alma gêmea de minha alma
Se eu te perder algum dia...
Serei tua eterna agonia,
Da saudade nos seus véus...
Se um dia me abandonares
Luz terna dos meus amores,
Hei de esperar-te, entre as flores
Da claridade dos céus
Emmanuel, do livro
"Há 2000 Anos", psicografado por Chico Xavier
2) O Olimpo dos Deuses
Já
ninguém queria fazer mais nada no Olimpo, o monte sagrado da Grécia.
Os deuses já não desciam à terra para ajudar ou atrapalhar os mortais,
já não tramavam para vencer os rivais, já não queriam mais nem saborear
a deliciosa ambrosia, seu famoso manjar. Todos os olhares, todos os
gestos, todos os suspiros eram para Afrodite, para seus cabelos dourados,
sua graça realmente divina, sua beleza fascinante.
Mas as deusas
não a viam do mesmo modo. Hera, por exemplo, cujo mau gênio era famoso
no Olimpo e na Terra, não estava gostando nada dos olhares suplicantes
que seu marido Zeus lançava sobre a recém-chegada. Atena, com toda a
sua sabedoria, não conseguia tampouco dominar a sua irritação com aquele
assédio a Afrodite.
Então Éris,
a Discórdia, aproveitou a oportunidade para semear a briga. Propôs a
Hera e Atena que, juntamente com Afrodite, fossem à Terra e pedissem
à Páris, filho do rei de Tróia, que elegesse a mais bela das três. Assim
fizeram as deusas. Chegando à Páris, Hera prometeu-lhe um vasto império
na Ásia. Atena, garantiu-lhe a vitória em todas as guerras. Afrodite,
que nada tinha, ofereceu-lhe o amor. E ganhou o certame.
Essas atitudes
muito humanas – de ciúme , inveja, despeito, amor – eram constantes
nas divindades gregas, pois os deuses do Olimpo se comportavam como
as criaturas humanas. Só que eram dotados de maiores poderes, de mais
beleza e perfeição, e eram imortais. Mas estavam expostos a sofrimentos
físicos e morais, padeciam angústias e sentiam alegrias, amavam e odiavam,
comiam e bebiam, tocavam a lira e faziam festas.
Além de
refletirem todas as qualidades dos homens, tanto as positivas como as
negativas, os deuses gregos serviam ainda de explicação para os fatos
misteriosos do universo e para as fortes paixões humanas.
Para explicar
a formação do Cosmo, por exemplo, os gregos contavam a história de Géia,
a mãe-terra, e de Urano, o céu. Eles surgiram quando o que havia era
o caos, a obscura confusão do nada. Casaram-se e tiveram muitos filhos,
um dos quais Cronos, teve com Réia, sua irmã, seis filhos: Zeus, Poseidon,
Hades, Hera, Héstia e Deméter. Mas, temendo a rivalidade deles, Cronos
devorou-os. Zeus conseguiu escapar ao estranho banquete paterno, porque
Réia o escondeu numa caverna. Quando Zeus atingiu a idade adulta, submeteu
seu pai e obrigou-o a devolver a vida a seus irmãos. Tornou-se então
senhor dos homens e também do Olimpo.
Para obter
as boas graças dessas criaturas poderosas, os gregos homenageavam-nas
com ritos, festas, oferendas. E, conforme a necessidade, invocavam uma
divindade diferente, pois havia um deus para cada coisa: para a guerra,
para a colheita, para o amor, e assim por diante.
Os ritos e as oferendas eram realizados pelo próprio indivíduo que solicitava
as graças, num santuário adequado.
Quando alguém
desejava saber se ia ser feliz numa empresa, se ia vencer uma batalha,
se ia conquistar o amor de seu amado, recorria aos adivinhos – as pitonisas
– que tinham a especial faculdade de conversar com os deuses e por eles
saber o futuro.
Ao morrer, um grego não ia nem para o céu nem para o inferno, pois não
havia recompensa nem castigo. Ia para um lugar chamado Inferno, mas
que não se assemelhava, de modo algum, à concepção cristã de inferno.
Era apenas um lugar para os mortos, sem sofrimento nem prazeres. Alguns
mortos, dos quais os deuses gostavam, iam para os Campos Elísios, o
outro reino aos espíritos. Mas iam só porque haviam conquistado as boas
graças de um deus, e não por terem sido bons.
A Sociedade dos Deuses
No
topo da pirâmide divina situava-se o pai dos deuses: Zeus. Logo em seguida
vinham Poseidon, Hefesto, Hermes, Ares, Apolo, Hera, Atena, Artemis,
Héstia, Afrodite e Deméter.
Em escalas mais baixa, situavam-se as divindades subalternas, que tinham
a função de servir àqueles deuses mais importantes. Têmis era encarregada
de manter a ordem, dirigir os cerimoniais, e preparar os festins. Ganimedes
servia aos comensais dos banquetes olímpicos. E as Horas presidiam as
estações do ano, além de providenciarem o bom cumprimento das leis.
Hélios, personificação do Sol, Selene, deusa da Lua e Éos, a que trazia
a aurora, eram divindades siderais e meteóricas, situadas em posição
inferior à das divindades subalternas.
Pelos ventos
respondia Eolo, enquanto Quimera e as Harpias cuidavam da fúria das
tempestades.
O mar era
o reino das Nereidas, de Tritão, de Glauco, de Fórsis que governava
as ondas, de Proteu, velho deus marinho. Nas águas doces comandavam
os Rios e as Ninfas. E acima de todas as divindades das águas regiam
Pontos e Oceano.
Para fecundar
os campos, estava a postos Deméter. E para fazer os frutos amadurecerem
viçosos e belos, Dionísio trabalhava. Ambos sob os olhares vigilantes
de Réia, a deusa da terra.
A grega que ia dar à luz um filho pedia ajuda à deusa Ilítia. Asclépio,
deus da medicina, era bom para manter a saúde ou afastar as doenças.
E se os dois não eram bem sucedidos, os mortos iam descansar sob as
vistas de Hades, guardião do Inferno.
A religião
grega era basicamente uma exaltação das qualidades humanas. Os gregos
criaram deuses à sua imagem e semelhança.
Os deuses de Roma
A
população divina de Roma não era homogênea quanto a do Olimpo. Enquanto
os deuses gregos, em sua grande maioria, eram originais da própria Grécia,
os deuses romanos representavam uma agremiação de divindades etruscas,
gregas, egípcias e também itálicas.
Bem nos
primórdios do Império Romano, os deuses – itálicos – eram invocados
só para afastar um perigo e oferecer proteção. Representavam a força
vital, a energia, o poder da ação. Havia numerosas forças, ou numina,
cada qual se encarrega de uma determinada função: um numen tomava a
terra fértil, outro fazia uma criança alimentar-se, outro amadurecia
os frutos.
E como o
antigo romano era geralmente agricultor, suas divindades eram invocadas
para proteger os trabalhos do campo. Com elas o romano fazia seus acordos:
por uma boa colheita oferecia ao deus uma jarra de vinho. Era uma troca.
Se o deus não cumprisse a sua parte, nada recebia.
Os deuses romanos existiam apenas para servir ao homem. Não tinham o
caráter explicativo nem as características dos deuses gregos. E também
não eram, muito distintos uns dos outros. Seus nomes figuravam num catalogo,
Indigitamento, juntamente com os poderes de cada qual, e os ritos que
deviam ser praticados em sua homenagem para conquistar-lhes as graças.
Mas quando
Roma se tornou a sede de poderoso império, no primeiro século antes
da era cristã, levou para seu solo muitos deuses dos povos vencidos.
E essas novas divindades também passaram a figurar no velho catálogo,
prontas para atenderem aos chamados humanos.
Os deuses
itálicos, originários da península Itálica, dividiam-se em duas grandes
classes: os que eram encarregados de velar pelo Estado, e aqueles que
zelavam pela família ( os "lares").
E de modo
geral, Roma alimentou o culto aos deuses, naturais ou importados, cujo
encargo fundamental era proteger o Estado. A religião, portanto, era
estatal e baseava-se na lealdade do cidadão ao Império.
Dentre os
deuses conquistados por Roma, os gregos foram os mais importantes. Ao
serem incorporados na Assembléia Divina de Roma, as divindades gregas
fizeram os romanos reformular sua concepção das forças sobrenaturais.
Estas perderam seu aspecto meramente utilitário e assumiram características
humanas. Os deuses itálicos perderam a primazia, ou tiveram suas atribuições
acrescidas. Introduziram-se novos cultos, e divindades secundárias passaram
a plano superior, ao serem identificadas com as gregas da mesma função.
Algumas
entidades romanas após a helenização, desapareceram do convívio divino.
Foi o que aconteceu com Jano, deus da manhã e do primeiro mês do ano
(daí Janeiro), protetor das casas, dos templos e das cidades, e representado
com duas caras: uma para a frente protegendo a entrada e outra para
trás protegendo a saída.
Outras deidades
identificaram-se com os deuses, e, conforme o caso, passaram a ocupar
um posto de maior importância. Assim, Júpiter, que tinha várias atribuições
(era o deus da cidade, do raio, do trovão ) e diferentes nomes, segundo
as funções, identificou-se com Zeus, pai dos deuses e senhor supremo
do mundo, vigilante da ordem do universo. Marte, deus da agricultura
e da guerra, confundiu-se com o Ares grego, corajoso e cruel filho de
Zeus e Hera. Com Hera, a ciumenta mulher do pai dos deuses, identificou-se
a junto romana, protetora das mulheres e dos partos. Vesta, deusa do
lar, conservadora da paz doméstica, fundiu-se com Héstia, que, entre
os gregos representava o fogo da lareira, o fogo central da Terra, a
protetora da família e da castidade. O fogo também era o elemento de
Vulcano, identificado com o Hefesto grego. Este filho de Zeus e Hera,
casado com a bela Afrodite, trabalhava com maestria os metais, e teve
a honra – mesmo para um deus – de confeccionar a armadura do herói Aquiles,
e de fazer o cetro com a égide de Zeus.
Outro filho
de Zeus era Hermes, fiel mensageiro do Olimpo grego. Cabia a ele o cuidado
dos pastores e dos rebanhos, dos comerciantes e dos jogos de azar. Ao
ser levado para Roma, assumiu o nome de Mercúrio.
O nome de
Apolo ou Febo não se alterou na transferência da Grécia para Roma. O
belo filho de Zeus, deus do Sol e também das vinganças, criador da poesia
e da música, do canto e da lira, personagem fascinante de mil histórias
de amor, conservou suas antigas carcterísticas olímpicas ao mudar-se
para a Itália.
Atena, a
que nasceu da cabeça de Zeus, e que por isso era sábia e corajosa –
deusa das artes, da inteligência, protetora das cidades, dos arquitetos,
dos tecelões e dos ourives -, ao ser conquistada pelos romanos identificou-se
como Minerva.
A irmã de
Apolo, a casta Artemis, deusa da caça e das flores, da Lua e da morte
súbita, era chamada Diana entre os romanos e tinha a função de guiar
à noite os viajantes, e de dia caçar os animais dos bosques. Como Héstia
e Atena, Artemis também se conservou casta. E foi essa casta trindade
olímpica a única derrota de Afrodite, as únicas criaturas – entre deuses
e mortais – que a bela protetora do amor jamais conseguiu conquistar.
A tia de
Artemis, Deméter, protegia os campos e as colheitas. Os romanos a adotaram,
identificando-a como Ceres.
E por fim,
Afrodite, que Páris elegeu a mais bela do Olimpo, a que não desejava
a guerra, mas o amor, foi venerada em Roma com o nome de Vênus. A ela
gregos e romanos iam pedir a sorte no amor, os segredos do fascínio,
a conservação da juventude. Nela se inspiraram escultores, músicos,
poetas, pintores. Seu nascimento das águas, brotando das espumas como
uma flor, inspirou o pintor renascentista Botticelli a criar um de seus
mais belos quadros – pois, como aconteceu a Páris em seu julgamento,
ninguém jamais conseguiu escapar aos fascinantes encantos de Afrodite
ou Vênus.
Fogo é luz – O dom do Fogo
Quando
o grande Zeus derrubou seu pai, Cronos – como este, por sua vez, tinha
derrubado seu pai, Urano -, ele voltou-se contra a humanidade. Pretendia
destruir a raça humana e começar tudo novamente. Mas foi despistado
pelo esperto Prometeu.
O nome Prometeu
significa "premeditação" e, de todos os Titãs imortais, ele
era o mais esperto. Foi por isso que ficou do lado de Zeus contra o
brutal Cronos e os outros Titãs. Apesar de Prometeu ser imortal, foi
um herói da humanidade – alguns até dizem que ele criou os homens a
partir da argila e água.
Prometeu
deu aos seres humanos o dom precioso do pensamento e ensinou ao povo
muitas artes e habilidades, tal como estudar as estrelas em suas órbitas,
e como usá-las para navegar pelos mares.
Essa defesa
da humanidade enraiveceu Zeus, e sua raiva chegou ao ápice quando Prometeu
enganou os deuses para favorecer a humanidade. Prometeu abateu um boi,
e o dividiu em duas partes, enroladas em couro. A porção maior continha
apenas gordura e ossos, a menor tinha a carne. Prometeu designou a porção
menor aos deuses, mas Zeus se queixou.
Prometeu
sorriu e disse: "Zeus, mais glorioso dos deuses, escolha o que
quiser". E claro que Zeus escolheu a porção maior. Quando viu que
tinha sido enganado, tirou o fogo da humanidade. "Deixe que comam
carne crua’, gritou.
Mas Prometeu
o enganou. Entrou no Olimpo, o lar dos deuses, roubou o fogo da carruagem
dos sol, e o levou para a terra, dentro de um talo de erva-doce. Então
ele ensinou a humanidade como usar o fogo para cozinhar e manter o calor.
Quando Zeus olhou para a terra e viu o brilho das fogueiras, caiu numa
fúria terrível.
Zeus vingou-se
de maneira terrível de Prometeu e da humanidade por terem roubado o
dom do fogo. Ele ordenou ao ferreiro coxo, Hefesto, que fizesse uma
mulher de argila com a beleza de uma deusa imortal, mas que trouxesse
azar para a humanidade. Todos os deuses lhe deram presentes, e a chamaram
de Pandora, que quer dizer "cheia de dons". Zeus mandou Pandora
de presente, não para o esperto Prometeu, mas para seu irmão idiota,
Epimeteu, cujo nome significa "reflexão tardia". Prometeu
tinha avisado seu irmão que não aceitasse nenhum presente de Zeus. Mas
Epimeteu ficou tão encantado com a beleza de Pandora que a tomou como
esposa.
Epimeteu
tinha ajudado seu irmão a distribuir muitos dons para a humanidade ,
e em sua casa tinha um vaso selado que continha os males da doença,
velhice e vícios. Prometeu e Epimeteu tinham pupado a humanidade disso.
Pandora
não conseguia parar de imaginar o que havia naquele vaso, e um dia sua
curiosidade foi demais. Ela abriu o selo. Do vaso sairam as maldições
da humanidade, que enchem nossas vidas com sofrimento e infortúnio.
Quando Pandora,
em pânico, recolocou a tampa do vaso, uma coisa ainda ficou presa no
fundo: Esperança, que a chamou. Pandora ouviu o choro triste e débil
e soltou a Esperança no mundo para confortar a humanidade.
Enquanto
isso, Zeus planejava uma vingança ainda mais cruel para Prometeu. Zeus
o condenou a ser amarrado em um rochedo nas montanhas, para sofrer com
o sol escaldante e o frio gelado. E mais ainda, a cada dia uma águia
com grandes asas ia bicar o seu fígado.
Seu fígado crescia à noite, de forma que o tormento nunca acabava.
Mas Prometeu
não desistia, apesar de devastado de agonia, zombou de Zeus, dizendo:
"Sou o único deus que sabe o segredo que vai lança-lo no esquecimento,
como a seu pai antes de você. Terá de me soltar se quiser salvar-se".
Pois Prometeu
sabia que se Zeus fizesse amor com a ninfa marinha Tétis, como pretendia,
ele teria um filho mais forte que o pai, e o reino de Zeus terminaria.
Para descobrir esse segredo, Zeus permitiu que o seu próprio filho,
Hércules, libertasse Prometeu. Como retribuição pela liberdade, Prometeu
avisou a Zeus sobre Tétis, e ela acabou casando-se com um mortal, o
Rei Peleu. O filho deles foi Aquiles, um herói da Guerra de Tróia.
As Idades do Mundo
Estando,
assim, povoado o mundo, seus primeiros tempos constituíram uma era de
inocência e ventura, chamada a Idade de Ouro. Reinavam a verdade e a
justiça, embora não impostas pela lei, e não havia juizes para ameaçar
ou punir. As florestas ainda não tinham sido despojadas de suas árvores
para fornecer madeira aos navios, nem os homens haviam construído fortificações
em torno de suas cidades. Espadas, lanças ou elmos eram objetos desconhecidos.
A terra produzia tudo necessário para o homem, sem que esse se desse
o trabalho de lavrar ou colher. Vicejava uma primavera perpétua, as
flores cresciam sem sementes, as torrentes dos rios eram de leite e
de vinho, o mel. Seguiu-se
a Idade de Prata, inferior á de Ouro, porém melhor do que a de Cobre.
Júpiter reduziu a primavera e dividiu o ano em estações. Pela primeira
vez o homem teve que sofrer os rigores do calor e do frio, e tornaram-se
necessárias as casas. As primeiras moradas foram as cavernas, os abrigos
das árvores frondosas e cabanas feitas de hastes. Tornou-se necessário
plantar para colher. O agricultou teve de semear e de arar a terra com
ajuda do boi.
Veio, em
seguida, a Idade de Bronze, já mais agitada e sob ameaça das armas,
mas ainda não inteiramente má. A pior foi a Idade do Ferro. O crime
irrompeu, como uma inundação; a modéstia, a verdade e a honra fugiram,
deixando em seus lugares a fraude e a astúcia, a violência e a insaciável
cobiça. Os marinheiros estenderam as velas ao vento e as árvores foram
derrubadas nas montanhas para servir de quilhas dos navios e ultraja!
a face do oceano. A terra, que até então fora cultivada em comum, começou
a ser dividida entre os possuidores. Os homens não se contentaram com
o que produzia a superfície escavou-se a terra e tirou-se do seu seio
os minérios e metais. Produziu-se o danoso ferro e o ainda mais danoso
ouro. Surgiu a guerra, utilizando-se de um e de outro como armas o hóspede
não se sentia em segurança em casa de seu amigo; os genros e sogros,
os irmãos e irmãs, os maridos e mulheres não podiam confiar uns nos
outros. Os filhos desejavam a morte dos pais, a fim de lhe herdarem
a riqueza; o amor familiar caiu prostrado. A terra ficou úmida de sangue,
e os deuses a abandonaram, um a um, até que ficou somente Astréia (Deusa
da inocência e da pureza. Depois de sair da terra, foi colocada entre
as estrelas, onde se transformou na constelação Virgo. Era filha de
Têmis - Justiça, representada com uma balança em que pesa as alegações
das partes adversárias.), que, finalmente, acabou também partindo.
Vendo aquele
estado de coisas, Júpiter indignou-se e convocou os deuses para um conselho.
Todos obedeceram à convocação e tomaram o caminho do palácio do céu,
e é chamado a Via Láctea. Ao longo dele ficam os palácios dos deuses
ilustres; a plebe celestial vive à parte, de um lado ou de outro.
Dirigindo-se
à assembléia, Júpiter expôs as terríveis condições que reinavam na terra
e encerrou as suas palavras anunciando a intenção de destruir todos
os seus habitantes e fazer surgir uma nova raça, diferente da primeira,
que seria mais digna de viver e saberia melhor cultuar os deuses. Assim
dizendo, apoderou-se de um raio e já estava prestes a atirá-lo contra
o mundo, destruindo-o pelo fogo, quando atentou para o perigo que o
incêndio poderia acarretar para o próprio céu. Mudou, então, de idéias,
e resolveu inundar a terra. O vento norte, que espalha as nuvens, foi
encadeado; o vento sul foi solto e em breve cobriu todo o céu com escuridão
profunda. As nuvens, empurradas em bloco romperam-se com fragor; torrentes
de chuva caíram; as plantações inundaram-se; o trabalho de um ano do
lavrador pereceu em uma hora. Não satisfeito com suas próprias águas,
Júpiter pediu a ajuda de seu irmão Netuno. Este soltou os rios e lançou-os
sobre a terra. Ao mesmo tempo, sacudiu-a com um terremoto e lançou o
refluxo do oceano sobre as praias. Rebanhos, animais, homens e casas
foram engolidos e os templos, com seus recintos sacros, profanados.
Todo edifício que permanecera de pé foi submergido e suas torres ficaram
abaixo das águas. Tudo se transformou em mar, num mar sem praias. Aqui
e ali, um indivíduo refugia-se num cume e alguns poucos, em barcos,
apóiam o remo no mesmo solo que ainda há pouco o arado sulcara. Os peixes
nadam sobre os galhos de árvores; a âncora se prende num jardim. Onde
recentemente os cordeirinhos brincavam as focas cabriolam desajeitadamente.
O lobo nada entre as ovelhas, os fulvos leões e os tigres lutam nas
águas. A força do javali de nada lhe serve, nem a ligeireza do cervo.
As aves tombam, cansadas, na água, não tendo encontrado terra onde pousar.
Os seres vivos que a água poupara caem como presas da fome.
De todas
as montanhas, apenas o Parnaso ultrapassa as águas. Ali, Deucalião e
sua esposa Pirra, da raça de Prometeu, encontram refúgio – ele é um
homem justo ela uma devota fiel dos deuses. Vendo que não havia outro
vivente além desse casal e lembrando-se de sua vida inofensiva e de
sua conduta piedosa, Júpiter ordenou aos ventos do norte que afastassem
as nuvens e mostrassem o céu à terra e a terra ao céu. Também Netuno
ordenou a Tritão que soasse sua concha determinado a retirada das águas.
As águas obedeceram; o mar voltou às suas costas e os rios aos seus
leitos. Deucalião assim se dirigiu, então, a Pirra: "minha esposa,
única mulher sobrevivente, unida a mim primeiramente pelos laços do
parentesco e do casamento, e agora por um perigo comum, pudéssemos nós
possuir o poder de nosso antepassado Prometeu e renovar a raça, como
ele fez, pela primeira vez ! Como não podemos, porém, dirijamo-nos àquele
templo e indaguemos dos deuses o que nos resta a fazer". Entraram
num templo coberto de lama e aproximaram-se do altar, onde nenhum fogo
crepitava. Prostraram-se na terra e rogaram à deusa que os esclarecesse
sobre a maneira de se comportar naquela situação miserável. "Saí
do templo com a cabeça coberta e as vestes desatadas e atirai para trás
os ossos de vossa mãe" – respondeu o oráculo. Estas palavras foram
ouvidas com assombro. Pirra foi a primeira a romper o silêncio: "Não
podemos obedecer; não vamos nos atrever a profanar os restos de nossos
pais". Seguiram pela fraca sombra do bosque, refletindo sobre o
oráculo. Afinal, Deucalião falou: " Se minha sagacidade não me
ilude, poderemos obedecer a ordem sem cometermos qualquer impiedade.
A Terra é a mãe comum de nós todos; as pedras são seus ossos; poderemos
lançá-las para trás de nós; e creio ser isto que o oráculo quis dizer.
Pelo menos, não fará mal tentar." Os dois velaram o rosto, afrouxaram
as vestes apanharam as pedras e atiraram-nas para trás. As pedras (maravilha
das maravilhas!) amoleceram e começaram a tomar forma. Pouco a pouco,
foram assumindo uma grosseira semelhança com a forma humana, como um
bloco ainda mal acabado nas mãos de um escultor. A umidade e o Iodo
que havia sobre elas transformaram-se em carne; e a parte pétrea transformou-se
nos ossos; as veias ou veios da pedra continuaram veias conservando
seu nome e apenas mudando sua utilidade. As pedras lançadas pelas mãos
do homem tornaram-se homens, as lançadas pela mulher tornaram-se mulheres.
Era uma raça forte e bem disposta para o trabalho como até hoje somos,
mostrando bem a nossa origem.
Suplício e Libertação do homem
Júpiter
revelou-se cruel para com Prometeu e, a fim de puni-lo por ter dado
o fogo aos homens, agrilhoou-o ao Cáucaso. Uma águia lhe dilacerava
constantemente o fígado, e a sua carne renascia imediatamente para que
o suplício se renovasse todos os dias. A luta de Júpiter contra Prometeu
foi interpretada de maneira assaz diferentes, mas segundo os trágicos
seria possível ver nela uma vaga recordação de uma mudança de crenças.
Na Antigüidade, Prometeu ficou como tipo de justiça esmagada pela força,
da consciência humana protestando contra um poder inexorável.
O suplício
de Prometeu teria, no entanto, fim. Hércules, o matador dos monstros
e grande reparador de erros, livrou o Titã matando a águia que o roía.
Prometeu, que conhecia o futuro, predissera que quem desposasse a Nereida
Tétis, teria um filho mais poderoso que o pai, e o rei dos deuses, sabendo
de tal profecia, renunciou ao projeto de unir-se a Tétis. Como recordação
desse serviço, Júpiter não obstaculou a libertação de Prometeu; mas
já que afirmara que o suplício duraria milhares de anos e que um deus
não deve mentir, excogitou-se um subterfúgio. De um dos elos da cadeia
que agrilhoava o Titã se fez um anel, no qual se introduziu um pedacinho
do rochedo; desse modo, Prometeu continuava sempre preso ao Cáucaso.
Um interessante
sarcófago no museu Capitolino fixa em várias cenas toda lenda de Prometeu.
3) A Criação do Mundo
Gênesis
No
primeiro, Deus criou os céus e a terra. A terra era informe e vazia.
As trevas abriam o abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre a superfície
das águas.
Deus disse:
" Faça-se a luz". E a luz foi feita. Deus viu que a luz era
boa e separou a luz das trevas. Deus chamou dia à luz e às trevas noite.
Assim surgiu
a tarde e, em seguida, a manhã: foi o primeiro dia.
Deus disse:
"Haja um firmamento entre as águas para as manter separadas uma
das outras". Deus
fez o firmamento e separou as águas que estavam sob o firmamento. E
assim aconteceu. Deus
chamou céus ao firmamento.
Deus disse:
"Reunam-se as águas que estão debaixo dos céus em um único lugar,
a fim de aparecer a terra seca". E assim aconteceu. Deus à parte
sólida chamou terra, e mar ao conjunto das águas; e Deus viu que isto
era bom.
Deus disse:
"Que a terra produzia verdura, erva com semente, árvores frutíferas
que dêem fruto sobre a terra, segundo as suas espécies, e contendo semente".
E assim aconteceu. A terra produziu verdura, erva com semente, segundo
a sua espécie, e árvores de fruto, segundo as suas espécies, com a respectiva
semente. Deus viu que isto era bom.
Deus disse:
"Haja luzeiros no firmamento dos céus para diferençarem o dia da
noite e servirem de sinais, determinando as estações, os dias e os anos;
servirão também de luzeiros no firmamento dos céus para iluminarem a
terra". E assim aconteceu. Deus fez dois grandes luzeiros: o maior
para presidir o dia, e o menor para presidir a noite: fez também as
estrelas. Deus colocou-os no firmamento dos céus para iluminarem a terra,
para presidirem ao dia e à noite, e para separarem a luz das trevas.
E Deus viu
que isto era bom.
Deus disse:
"Que as águas sejam povoadas de inúmeros seres vivos, e que na
terra voem aves, sob o firmamento dos céus". Deus criou, segundo
as suas espécies, os monstros marinhos e todos os seres vivos que se
movem nas águas, e todas as aves aladas, segundo as suas espécies. E
Deus viu que isto era bom. Deus abençoou-os dizendo: "Crescei e
multiplicai-vos e enchei as águas do mar e multipliquem-se as aves sobre
a terra".
Deus disse:
"Que a terra produza seres vivos, segundo as suas espécies, animais
domésticos, répteis e animais ferozes, segundo as suas espécies".
E assim aconteceu. Deus fez os animais ferozes, segundo as suas espécies".
E assim aconteceu. Deus fez os animais ferozes, segundo as suas espécies;
os animais domésticos, segundo as suas espécies; e todos os répteis
da terra, segundo as suas espécies. E Deus viu que isto era bom.
Deus, a
seguir, disse: "Façamos o homem à Nossa imagem, à Nossa semelhança,
para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre
todos os répteis que rastejam pela terra". Deus criou o homem à
Sua imagem, criou-o à imagem de Deus. Ele os criou homem e mulher. Abençoando-os
Deus disse-lhes: "Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a
terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre
todos os animais que se movem sobre a terra". Deus disse: "Também
vos dou todas as ervas com semente que existem à superfície da terra,
assim como todas as árvores de fruto com semente, para que vos sirvam
de alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus
e a todos os seres vivos que sobre a terra existem e se movem, igualmente
dou por alimento toda a erva verde que a terra produzir". E assim
aconteceu. Deus, vendo toda a Sua obra, considerou-a muito boa.
Foram assim
terminados os céus e a terra e todo o seu conjunto. Concluía, no sétimo
dia, toda a obra que havia feito, Deus repousou, no sétimo dia, de todo
o trabalho por Ele realizado. Abençoou o sétimo dia e santificou-o,
visto ser nesse dia que Deus repousou de toda a obra da criação. Essa
é a origem e a história da criação dos céus e da terra.
Gênesis Tupiniquim
Conta
a velha lenda que quando o homem ainda vivia disperso em pequenos grupos
e famílias pela Terra, e nem mesmo tinha desenvolvido toda as características
que como as que conhecemos atualmente, surge dentre eles SUMÉ (1).
À medida que foi crescendo, e desde muito cedo, Sumé se destacou em
inteligência e sabedoria. Tornou-se o PAI (ou o primeiro) de todos os
Payés. Era possuidor de uma grande capacidade de reunir em torno de
si os homens e ensiná-los sobre todas as coisas.
Aproveitando
que os homens já começavam a perceber a importância da luz, já começavam
a observar os efeitos desta através do Sol, das estrelas cadentes, dos
raios, e etc. Sumé ensinou que na cruz estava a essência, a emanação
de um Poder que iluminava tudo.
Por associação
e observação dos fenômenos naturais como estrelas cadentes começaram
a imitar com a garganta sons, tais como: tyi, tsiil, tshiio, associando-os
as estrelas: ran, pan, ão, associando-os ao trovão e raios. Esses eram
tidos como a Voz de um Senhor do Céu. Surgia assim o primeiro vocábulo
TUPAN pela contração dessas duas sonâncias que foi o primeiro nome de
Deus.
Sumé desvendou
ainda o mistério da Cruz associando-se a um culto – CURUÇA o Culto da
Cruz Sagrada – e à contemplação do Cruzeiro do Sul, ensinando que nele
estava toda a essência. Esses ensinamentos de Sumé ficaram conhecidos
como: Tuyabaé-cuaá (Sabedoria dos Velhos Payés). Onde se ensinava que
TUPAN, divindade máxima, se manifestava através da Luz, pelo Cruzeiro
do Sul, pelo Sol e era representado pela CRUZ, reproduzida através do
TEMBETÁ – amuleto em forma de T, que também designava um culto masculino
(vedado às mulheres) para perpetuar os "sagrados mistérios da cruz".
Esse amuleto era ligado diretamente ao Sol – Guaracy representando o
Poder Criador, o Princípio Espiritual, o Princípio Fecundante viril,
do fogo, da luz, do calor: o Eterno Masculino de todas as coisas...
Os payés
tinham o conhecimento dos mistérios ou ritos, solares pela trilogia
de Guaracy – Yacy – Rudá ou Perudá.
Guaracy
– o Sol – representava o poder vital, mãe-pai dos viventes, no sentido
da vida física; Yacy – era a Lua – representando a criação do reino
vegetal, na Natureza; Rudá ou Perudá – era o deus ou a deusa do amor
e da reprodução que promovia a união do Sol, da Luz, do Princípio masculino
com o feminino, do Princípio Espiritual, com o Princípio Material, gerando
o mundo da forma, ou seja, o mundo em que vivemos e conhecemos hoje.
1 SUMÉ
significa: aquele que vinha lembrar e estabelecer a Lei e ensinar o
segredo de todas as coisas
4) A Luz Como Elemento da Vida – a Terra
prenha
Um
dia, a vida surgiu na terra. A terra tinha como a vida um cordão umbilical.
A vida e a terra. A terra era grande e a vida pequena. Inicial. A vida
foi crescendo e a terra ficand menor, não pequena. Cercada, a terra
virou sorte de alguns e a desgraça de tantos. Na história foi tema de
revoltas, revoluções, transformações. A terra e a cerca.
Muitas reformas
se fizeram para dividir a terra, para torná-la de muitos e, quem sabe,
até de todas as pessoas. Mas isso não aconteceu em todos os lugares.
A democracia esbarrou na cerca e se feriu nos seus arames farpados.
O mundo está evidentemente atrasado. Onde se fez a reforma, o progresso
chegou. Mas a verdade é que até agora a cerca venceu, o que nasceu para
todas as pessoas, em poucas mãos ainda está.
No Brasil
a terra, também cercada, está no centro da história. Os pedaços que
foram democratizados custaram muito sangue, dor e sofrimento. Virou
poder de Portugal, dos coronéis, dos grandes grupos, virou privilégio,
poder político, base da exclusão, força de apartheid. Nas cidades, virou
mansões, favelas. Virou absurdo sem limites, tabu. Mas é tanta, é tão
grande e tão produtiva, que a cerca treme, os limites se rompem, a história
muda e ao longo do tempo, o momento chega para pensar diferente: a terra
é bem planetário, não pode ser privilégio de ninguém, é bem social e
não privado, é patrimônio da humanidade, e não arma de egoísmo particular
de ninguém. É para produzir, gerar alimentos, empregos, viver. É bem
de todos para todos. Esse é o único destino possível para a terra.
Como nunca
antes na história o destino comum nos conclama a buscar um novo começo.
Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir
esta promessa, temos que comprometer-nos a adotar e promover os valores
e objetivos da Carta.
Isto requer
uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência
global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar
com imaginação a visão de um modo de vida sustentável a nível local,
nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança
preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas
formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo
global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender da
continuada busca da verdade e da sabedoria.
A vida muitas
vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar
escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar
a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum,
objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família,
organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes,
as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação,
as empresas, as organizações não governamentais e os governos são todos
chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo,
sociedade civil e empresa é essencial para uma governabilidade efetiva.
Para construir
uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar
seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando
os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios
da Carta da Terra junto com um instrumento internacional legalmente
vinculante com referência ao ambiente e ao desenvolvimento.
Que o nosso
tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida,
por um compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, pela rápida
luta pela justiça e pela paz e pela alegre celebração da Vida.
"Só tem direito à terra
Quem é capaz de regá-la com o seu próprio suor
Quem é capaz de amá-la e protegê-la
E defendê-la com a própria vida."
5) A Luz da Nova Aliança – a Estrela
de Belém e os 3 Reis Magos
Ora,
o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Sua Mãe, desposada com José,
antes de coabitarem, achou-se que tinha concebido, por virtude do Espírito
Santo. José, seu marido, que era um homem justo e não queria difamá-la,
resolveu deixá-la secretamente. Andando ele a pensar nisto, eis que
uma anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, e lhe disse: "José,
filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela
concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho pôr-Lhe-ás
o nome de Jesus; porque ele salvará o povo dos seus pecados".
Tudo isto
sucedeu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor e anunciado
pelo profeta:
"Eis
que a Virgem conceberá e dará à luz um filho; e chamá-lo-ão Emanuel,
que quer dizer: Deus conosco". Despertando José do sono, fez como
ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua mulher. E, sem que a tivesse
conhecido, ela deu à luz um filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus.
Por aqueles
dias saiu um édito da parte de César Augusto para ser recenseada toda
a terra. Este
recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da
Síria. E iam todos recensear-se cada qual à sua própria cidade. Também
José, deixando a cidade de Nazaré na Galileia subiu até à Judeía, à
cidade de David chamada Belém por ser da casa e linhagem de David a
fim de recensear-se com Maria, sua mulher que se encontrava grávida.
E quando eles ali se encontravam completaram-se os dias de ela dar à
luz e teve o seu filho primogênito que envolveu em panos e recostou
numa manjedoura por não haver para eles lugar na hospedaria. Na mesma
região encontravam-se uns pastores que pernoitavam nos campos guardando
os seus rebanhos durante a noite. O anjo do Senhor apareceu-lhes e a
glória do Senhor refulgiu em volta deles, e tiveram muito medo. Disse-lhes
o anjo: "Não temais, pois vos anuncio uma grande alegria, que o
será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador
que é o Messias, Senhor. Isto vos servirá de sinal para o identificardes:
Encontrareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura".
De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exérciot celeste louvando
a Deus e dizendo:
"Glória
a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do Seu agrado".
Quando os
anjos se afastaram deles em direção ao Céu, os pastores disseram uns
aos outros: "Vamos
então até Belém e vejamos o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer".
Foram apressadamente
e encontraram Maria, José e o Menino, deitado na manjedoura. E, quando
os viram, começaram a espalhar o que lhes tinham dito a respeito daquele
Menino. Todos os que ouviram se admiraram do que lhes disseram os pastores.
Quanto a Maria. Conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu
coração. E os pastores voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo
o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado.
Eis a luz
da Nova Aliança a fim de iluminar aqueles que se encontram nas trevas
e na sombra da morte, e guiar os nossos passos no caminho da paz.
Tendo Jesus
nascido em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, chegaram a Jerusalém
uns magos vindos do Oriente. "Onde está o rei dos Judeus que acaba
de nascer?" – perguntavam. "Vimos a sua estrela no Oriente
e viemos adora-lo". Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes pertubou-se
e toda a Jerusalém com ele. E, reunindo todos os príncipes dos sacerdotes
e escribas do povo, perguntou-lhes onde deveria nascer o Messias. Eles
responderam: "Em Belém da Judéia, pois assim foi escrito pelo profeta:
E tu, Belém, terra de Judá, não és de nenhum modo a menor entre as principais
cidades de Judá; porque de ti sairá o Príncipe que apascentará meu povo
Israel".
Então Herodes
mandou chamar secretamente os magos e pediu-lhes informações exatas
sobre a data em que a estrela lhes havia aparecido. E enviando-os a
Belém, disse-lhes: "Ide e informai-vos cuidadosamente acerca do
menino, e, depois de O encontrardes, vinde comunicar-mo, para que eu
também vá adorá-lo". Após as palavras do rei, puseram-se a caminho.
E a estrela que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até que,
chegando ao lugar onde estava o Menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram
grande alegria e entrando na casa viram o menino no colo de sua mãe.
Prostaram-se, adorando-o e abriram os cofres oferecendo-lhes presentes:
ouro, incensos, mirra.
Avisados
em sonho a não voltarem para junto de Herodes, regressaram à sua terra
por outro caminho.
E eis que a vida era a luz dos homens.
A luz que resplandeceu nas trevas
Mas as trevas não a admitiram
Surgiu então um homem enviado por Deus
seu nome era João
Veio como testemunha, para dar testemunho da luz
O verbo era a luz verdadeira que, vindo ao mundo todo o homem ilumina
6) O Iluminismo – As Grandes Invenções
O
Iluminismo indica um movimento intelectual que se desenvolveu no século
XVIII, cujo objetivo era a difusão da razão, a "luz", para
dirigir o progresso da vida em todos os aspectos. Daí o nome iluminismo,
tradução da palavra alemã "aufklarung", que significa aclaração,
esclarecimento, iluminação.
O iluminismo,
mais do que um conjunto de idéias, foi uma nova mentalidade que influenciou
grande parte da sociedade da época, de modo particular os intelectuais,
a burguesia e mesmo alguns nobres e reis. Os iluministas eram aqueles
que em tudo se deixavam guiar pelas luzes da razão e que escreviam e
agiam para dar sua contribuição ao progresso intelectual, social e moral
e para criticar toda forma de autoritarismo, fosse ela de ordem política,
religiosa ou moral.
Esse modo
de pensar e de agir difundiu-se em muitos países da Europa, no século
XVIII, o "século das luzes". Suas primeiras manifestações
ocorreram, no século XVIII, na Inglaterra e na Holanda, com a contribuição
do pensamento de Descartes, Newton, Spinoza e Locke. Mas o Iluminismo
tornou-se um movimento especialmente forte na França, onde a crise do
governo absolutista levou os filósofos a um debate profundo sobre a
política e a sociedade de um modo geral.
Os iluministas
franceses questionavam a divisão da sociedade em "estados"
ou "ordens", que privilegiava a aristocracia, em detrimento
da burguesia e do povo em geral. No campo da política, criticavam a
teoria do "direito divino" e da "soberania absoluta"
dos governantes, defendendo a idéia de que o Estado e o poder monárquico
eram resultado, não da vontade pessoal, mas de um contrato entre governantes
e governados.
A crítica
ao absolutismo, formulada em fins do século XVIII pelo inglês Locke,
foi aprofundada, no decorrer desse século, pelos franceses Montesquieu,
Voltaire, Rousseau e pelos enciclopedistas. Das idéias de Locke e dos
iluministas franceses surgiu a doutrina do Liberalismo.
Montesquieu e a divisão de poderes
Montesquieu
1689/1755, foi um dos mais influentes iluministas franceses do século
XVIII. Em 1721 publicou "Cartas Persas", onde satirizava a
sociedade francesa, suas leis e seus costumes, através do diálogo entre
dois turistas persas.
Viveu um
período na Inglaterra, passando a admirar suas instituições. Em 1748,
escreveu sua principal obra: O Espírito das Leis, na qual procurava
explicar as leis que regem os costumes e as relações entre os homens
a partir da análise dos fatos sociais, excluindo qualquer perspectiva
religiosa ou moral.
Segundo
Mostesquieu, as leis revelam a racional idade de um governo, devendo
estar submetido a elas, inclusive a liberdade, que afirmava ser "
o direito de fazer tudo quanto as leis permitem". Para se evitar
o despotismo, o arbítrio, e manter a liberdade política, é necessário
separar as funções principais do governo: legislar, executar e julgar.
Montesquieu mostrava que, na Inglaterra, a divisão dos poderes impedia
que o rei se tornasse um déspota. " Tudo estaria perdido se o mesmo
homem ou a mesma corporação dos príncipes, dos nobres ou do povo exercesse
três poderes: o de fazer as leis, e de executar as resoluções públicas
e o de julgar os crimes ou as desavenças particulares".
A forma
de governo ideal para Montesquieu era a monarquia parlamentar, sendo
contrário à participação popular. Ele buscou também uma explicação para
a existência de tantas leis diferentes, nos diversos países, concluindo
que três fatores condicionavam a multiplicidade delas: os físicos, como
o clima; os religiosos e os sócio-econômicos.
Voltaire; contra o absolutismo e a
Igreja
O
escritor e filósofo francês François Marie Arouet (1694-1778) pseudônimo
Voltaire, foi mais um defensor das liberdades civis do que um reformador
político. Viveu isolado por três anos na Inglaterra, onde foi influenciado
pelas idéias de John Locke e de Newton. Ao regressar à França, publicou
Cartas Filosóficas (1734) onde louvava os costumes e as instituições
inglesas e atacava o despotismo da monarquia francesa, sendo perseguido
por isso.
Voltaire
criticava as prisões arbitrárias, a tortura, a pena de morte e defendia
a liberdade de expressão de pensamento. Era inimigo da Igreja Católica
que chamava de "a infame" e defensor da religião natural,
igual para todos os homens, sem doutrinas e os dogmas da religião cristã.
Deísta, acreditava em Deus apenas como criador do universo, do qual
é a causa e o princípio.
Expulso
de Paris, viveu na região da Lorraine, em Berlim e em Genebra, na Suíça.
Em 1755, instalou-se em sua propriedade de Fernay, junto à fronteira
da Suíça, onde morou até morrer, produzindo numerosos livros, peças
teatrais, panfletos e cartas. Sua obra mais conhecida é "Candide",
fábula filosófica sobre a natureza do bem e do mal.
Rousseau e o Contrato Social
Jean
Jacques Rousseau (1712-1778) era natural de Genebra, na Suíça, filho
de artesãos e lutou muito contra a miséria. Um dos mais importantes
escritores do Iluminismo francês, suas teorias provocaram grande impacto
na educação, na literatura e na política. Suas principais obras foram:
Seus
livros mais divulgados foram "Emílio" que teve 22 edições
e "A Nova Heloísa" com 50 edições. Exerceu também influência
sobre os revolucionários franceses de 1789, principalmente durante o
"governo jacobino" (1793/94), sobretudo por meio de suas idéias
sobre a igualdade, a bondade do povo, a soberania e a supremacia da
maioria.
Enciclopedistas
Dentre
os filósofos franceses do Iluminismo, sobressaíram-se Denis Diderot
(1713/1784) e Jean D’ Alembert (1717/1783), organizadores da "Enciclopédia
ou Dictionnaire Raisonné des Siences, des Arts e des Métiers" (Enciclopédia
ou Dicionário Racional das Ciências, das Artes e das Profissões), obra
em 28 volumes que pretendia ser uma síntese completa aos conhecimentos
filosóficos e científicos da época.
Entre seus
colaboradores, contavam-se destacados filósofos, matemáticos, físicos
e economistas, que concordavam com o racionalismo e o liberalismo. Os
dois primeiros volumes foram publicados em 1751, exprimindo concepções
políticas revolucionárias um sentimento anti-religioso.
Os sub-literatos
Durante
o século XVIII, existiram na França, à margem dos grandes pensadores
iluministas, numerosos escritores que, por não conseguirem destaque
para as suas obras, viviam no submundo, misturados a vigaristas, espiões
da polícia. Em suas obras, mostravam um monarca indolente, cercado por
auxiliares medíocres e corruptos. Suas denúncias apontavam para a podridão
do regime, desmoralizando a monarquia diante dos súditos.
Livros como
"Memoire sur la Bastilhe " de Linguet, e "Letres de chachet
e prisons d’État", de Mirabeau, denunciavam como os prisioneiros
eram tratados, revistados e atirados em cubículos fétidos, sem direito
a julgamento, dormindo em colchões comidos por traças, enfrentando carcereiros
violentos e tendo uma péssima alimentação. Esses livros, mesmo não tendo
um programa de reforma para o Estado francês, denunciavam o poder ilimitado
das autoridades que podiam meter na cadeia qualquer cidadão, sem julgamento,
com uma simples "lettre de chachet". Ao denunciarem as arbitrariedades,
o desperdício, o parasitismo da corte, que custavam enormes somas ao
Estado e mais impostos sobre a população, os sub-literatos tornavam
as instituições do Antigo Regime desacreditadas, enfraquecendo os mitos
de justiça e de equilíbrio que legitimavam o Monarca aos olhos do povo.
Os fisiocratas e o laissez faire
A
crítica dos iluministas ao Absolutismo atingiu também a política econômica
desse regime: as práticas mercantilistas e a intervenção do Estado na
economia eram combatidos, na França, pelos adeptos da escola econômica
fisiocrática.
Os fisiocratas
(de fisio, natureza; crato, governo, portanto governo da natureza) afirmavam
que a verdadeira fonte de riqueza de uma nação era a terra, sendo a
agricultura a principal atividade econômica. A indústria e o comércio
apenas transferiam riquezas já existentes de uma pessoa para outra.
Assim como
o universo e o corpo humano eram regidos por leis naturais, a economia
também o era, tornando-se pois desnecessária qualquer regulamentação
feita pelo Estado. O lema dos fisiocratas era: laissez faire, laissez
passer, le monde va de lui-même. Seus principais representantes foram
François Quesnay, fundador da Escola fisiocrata e Turgot, ministro das
finanças de Luiz XVI entre 1774 e 1776.
Como ministro,
Turgot procurou diminuir a ação do Estado na economia, aperfeiçoando
o sistema de arrecadação, abolindo algumas corvéias e facilitando o
comércio de cereais. Nessa época, existiam barreiras alfandegárias entre
as diversas regiões do país, que dificultavam a comercialização e a
circulação de mercadorias. O ministro decretou: " que livre a todas
as pessoas (...) exercer a espécie de comércio e as profissões artesanais
que queiram ...".
Turgot tentou
fazer uma reforma fiscal para que a aristocracia pagasse impostos, assim
como os demais franceses. Mas enfrentou uma forte oposição das classes
privilegiadas, sendo demitido em 1776 e suas medidas revogadas, agravando
a crise financeira da monarquia.
O deísmo
A
religião mais tipicamente iluminista é o deísmo: reconhece-se a existência
de uma esfera sobrenatural e, especialmente, a existência de um deus
pessoal e criador do universo, conceito ao qual se chega racionalmente,
a partir da observação da harmonia que reina no universo, mas não se
reconhece nenhum outro atributo de Deus e, menos ainda, não se admitem
cultos, ritos, dogmas, etc.
A religião
se torna um modo de sentir, um íntimo sentimento de comunhão com Deus,
que decorre da adesão sentimental à harmonia da natureza.
Reforma ou Revolução
O
pensamento dos "phillosophes", como eram conhecidos os iluministas,
não tinha como propósito conduzir a uma revolução. Os iluministas propunham
a reforma do Estado, submetendo as monarquias absolutistas às restrições
emanadas das leis aprovadas pelos parlamentos ou assembléias de representantes
do povo. Eles consideravam necessário educar " os monarcas, a fim
de que estes pudessem preservar os direitos do cidadão e a liberdade
do indivíduo".
Do ponto
de vista econômico, os iluministas criticavam os monopólios, as restrições
à produção de mercadorias por corporações de ofício, as leis de proteção
a determinado número de indústrias e a intervenção do Estado na economia,
considerada desnecessária.
O modelo
da reforma era a Inglaterra, que após a Revolução Gloriosa de 1689 manteve
a Monarquia, porém com o poder controlado pelo Parlamento, formado por
nobres e burgueses preocupados na defesa de seus interesses, tais como
a propriedade, a liberdade de opinião e o poder de legislar.
As idéias
liberais dos iluministas tiveram grande penetração na França, onde um
Estado falido e uma aristocracia apegada a seus privilégios tentavam,
de todos os modos, opor-se às mudanças exigidas pela burguesia e pelo
povo . Na Revolução Francesa de 1789 os princípios iluministas surgiram
resumidos no lema revolucionário: "LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE".
No continente americano, as idéias liberais serviram para orientar os
movimentos pela independência política das colônias.
7) A Luz como Espetáculo
A
Luz é amplamente empregada nas artes cênicas. Não se compreende um grande
espetáculo sem um grande projeto de luz. Ela é também utilizada para
realçar grandes monumentos, e enfeitar as ruas das grandes cidades.
Percebendo as cores
Os
órgãos dos sentidos são os canais que ligam os seres vivos ao ambiente
em que vivem. Para o ser humano as sensações sonoras, luminosas, olfativas,
gustativas e táteis fornecem as informações sobre o mundo.
Se há falta
de um órgão, o mundo parece-nos apresentar-se incompleto.
Mas, é através
dos olhos que recebemos a maior quantidade de informações.
As sensações
visuais são produzidas quando a luz refletida pelos objetos atinge nossos
olhos. Portanto,
a luz é o agente da visão.
Vemos um
objeto porque ele envia luz para nossos olhos.
Em completa
escuridão, nada vemos no interior de um ambiente. Mas, havendo uma fonte
de luz, podemos enxergar os objetos nele existentes.
O olho humano e as cores
O
olho humano pode ver 7.000.000 de cores.
Pesquisas
recentes indicam que o mecanismo de percepção das cores por nossos olhos
é mais complexo do que até então se supunha. Podemos dizer que a luz
refletida difusamente pelo objeto, ao alcançar nossos olhos, determina
a cor desse objeto.
A teoria
mais aceita admite que, na retina do olho humano, há três tipos de células
sensíveis às cores: as sensíveis à luz vermelha, as sensíveis à luz
azul e as sensíveis à luz verde.
Observa-se
dessa forma que há células receptoras apenas para as luzes correspondentes
às cores primárias. Assim, quando contemplamos um objeto, conforme as
luzes recebidas pelos nossos olhos, são excitadas apenas as células
receptoras correspondentes a elas.
Estes sinais
são, então, enviados ao cérebro, que se incumbe de juntá-las, produzindo
a sensação de cor do objeto.
Cores puras e tonalidades de cores
Não
existe um corpo absolutamente branco que não absorva nenhuma parcela
da luz que o atinge. Analogamente, não há um corpo absolutamente negro
que nada reflita.
Um objeto
é considerado branco quando reflete acima de 85% da luz incidente, e
considerado negro quando absorve mais de 85% da luz. Todo objeto brando
ou preto apresenta uma gama muito grande de tonalidades de cinza. Assim,
se um objeto refletir 50% da luz branca que o atinge ( os outros 50%
são absorvidos), ele se apresenta cinzento. A tonalidade do cinza será
mais ou menos clara de acordo com a porcentagem da luz refletida. Então,
se um objeto reflete 70% da luz, ele se mostra cinza-claro, mas se reflete
apenas 30% da luz, ele será cinza-escuro. O mesmo ocorre com os objetos
coloridos. Raros são os objetos que apresentam cores puras, refletindo
100% da luz de determinada cor e absorvendo 100% das demais. Por isso
ocorrem diferentes tonalidades de cores. Os corpos absorvem e remetem
porcentagens variadas das luzes coloridas que compõem a luz branca.
Assim, vários objetos azuis, podem apresentar diversas tonalidades,
dependendo da maior ou menor parcela da luz que estão refletindo ou
absorvendo.
Bibliografia:
Enciclopédia "Conhecer" - Abril
Cultural
Grande Enciclopédia Larousse Cultural - Nova Cultural
CAMPOS, Raymundo. Estudos de História - Moderna e Contemporânea. Atual
Editora.
Bíblia Sagrada
Cronograma
de Desfile
a.. Comissão de Frente
b.. Alegoria 1 - Abra-Alas - Coroa Imperial com elementos do enredo
1 - Uma nova luz p/ o Império Serrano
2 - Os iluminados do Samba
3 - A luz da Inspiração
4 - Império: minha luz eh você
c.. Alegoria 2 - O Olimpo dos Deuses
5 - A Criação do Homem (barro)
6 - O Fogo: a glória dos Homens
7 - Prometeu Acorrentado
8 - Guardiões do Olimpo
d.. Alegoria 3 - A Criação do Mundo
9 - A Luz do Sol
10 - A Luz das Estrelas
11- A Luz da Lua
12 - O Milagre da Vida
e.. Alegoria 4 - A Terra Prenha
13 - Terra como elemento da Vida
14 - Os donos da terra (lavradores)
15 - Vaga-lumes
16 - Peixes (c/ luz própria)
f.. Alegoria 5 - A Luz da Nova Aliança
17 - Os pastores de Belém
18 - O brilho da estrela de Belém
19 - Os soldados de Herodes
20 - Os anunciadores da nova aliança
g.. Alegoria 6 - O Iluminismo
21 - A Revolução Industrial
22 - As engrenagens da vida
23 - A Luz das Idéias
24 - A Luz da Ciência
25 - A Luz da Injustiça ( Igualdade - Liberdade - Fraternidade)
26 - A Luz da Paixão
h.. Alegoria 7 - A Luz como espetáculo
27 - Luzes da Ribalta ( Cinema)
28 - Romeu e Julieta ( Teatro - Não jures pela luz da lua, que é
inconstantes)
29 - A Luz do Talento ( Carmem Miranda)
30 - O espetáculo não pode acabar
Total 30 alas e sete alegorias. Até o presente
momento este é o roteiro, sujeito a alterações.
Ernesto Nascimento
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