FICHA TÉCNICA 2009

 

Carnavalesco     Fábio Santos
Diretor de Carnaval     Guilherme Nóbrega
Diretor de Harmonia     André Luiz Isídio e Thiago Monteiro
Diretor de Evolução     André Luiz Isídio e Thiago Monteiro
Diretor de Bateria     Antonio Carlos Martins (Mestre Capoeira)
Puxador de Samba Enredo     Roosevelt Martins Gomes da Cunha (Pixulé)
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Carlos Eduardo Júnior (Mosquito) e Jaçanã Oliveira Ribeiro da Silva
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Alexandre Alves e Elaine Ribeiro
Resp. Comissão de Frente     Cláudia Ribeiro
Resp. Ala das Baianas     Maria Cristina da Silva Cardoso
Resp. Ala das Crianças     Vânia Marins dos S. Isidio
Resp. Galeria de Velha Guarda     Sebastiana Macimo

 

SINOPSE 2009

O mundo de barro de mestre Vitalino
(Reedição do samba da escola de 1977)

Sinopse:

          Vitalino Pereira dos Santos nasceu, em 1909, na cidade de Caruaru, estado de Pernambuco. Seu pai era lavrador e sua mãe trabalhava com o barro que buscava nas margens do Rio Ipajuca. As peças que modelava eram vendidas numa famosa feira folclórica localizada a poucos quilômetros da capital Recife, onde se encontrava produtos variados, dentre eles a cerâmica utilitária.
          Para melhorar o orçamento da família, o pai do menino Vitalino construiu um forno para queimar as peças produzidas pela mãe, que distraía o filho dando-lhe o barro que sobrava para brincar. E assim, aos 6 anos, Vitalino teve o primeiro contato com a matéria-prima que um dia o tornaria um reconhecido, porém humilde, artista.
          O pequeno Vitalino começou modelando com o barro animais como bois, cavalos e bodes, os quais iam para o forno junto às peças feitas pela mãe. Além disso, deixou de apenas acompanhar os pais na feira de variedades, passando a vender seus singelos boizinhos e os demais frutos de sua imaginação no local.
          Aos 15 anos, contudo, deu asas a outro desejo. Motivado a tocar pífano, montou sua própria banda, a chamada Zabumba de Vitalino. Cinco anos mais tarde, no entanto, descobrira no folclore regional aquilo que viria ser sua grande fonte de inspiração e uma espécie de marca pessoal.
          Dessa forma, com seu inigualável estilo figurativo, o jovem universalizou o cotidiano do homem sertanejo. Nascia, por conseguinte, o primeiro grupo de cangaceiros, uma de suas tão inocentes obras. Em seguida, entretanto, Vitalino também se envolveu com a esfera urbana, gerando, notoriamente, uma nova linhagem de figuras modeladas com o barro, além de uma série de auto-retratos.
          Sua natural capacidade criadora tornou Vitalino o maior ceramista popular do Brasil. Algumas de suas peças eram feitas com barro de diferentes cores como vermelho tuá e o branco. Depois, o ceramista passou a usar produtos industrializados na pintura de seus bonecos que eram assinados com lápis e tinta preta. Enfim, o genial artista, ainda que analfabeto, aprendia a autenticar seus trabalhos, adotando mesmo o nome de batismo, V.P.S.
          Deve-se destacar ainda a identidade daquele que revelou o talento de Vitalino para o país, o artista plástico Augusto Rodrigues. Só a partir de então, ele realizou sua primeira exposição no Rio de janeiro, o que, aliás, lhe permitira fazer ainda em vida uma doação para o Museu de Arte Popular de Caruaru. Tamanha habilidade, inclusive, fez com que seus trabalhos atravessassem nossas fronteiras continentais.
          Ainda assim, Vitalino morreu pobre. Referência e orgulho do povo brasileiro, saliento, escreveu para sempre seu nome na história da arte genuinamente folclórica de nosso país. E estimulada por esse mundo de barros e fitas, animais e gente, artes e festejos, a Império da Tijuca comemorará na Avenida, durante o Carnaval 2009, o centenário do nascimento deste inquestionável talento. Para os aplausos de todos, vem aí, “O Mundo de Barro de Mestre Vitalino”.

Fábyo Santos

 

SAMBA ENREDO                                                2009

Enredo     O mundo de barro de mestre Vitalino (Reedição do samba da escola de 1977)
Compositores     Adilson da Viola, Chipollechi, Biel Reza Forte
Nordeste novamente é lembrado
Na figura de um humilde escultor

Vitalino, com seu mundo de barro
A terra que Deus criou,
ele valorizou

Poeta no sentido figurado
De uma simplicidade sem igual
Que fascinado simplesmente
Retrata o Nordeste, sua gente
Grupo de bravos soldados
Camponês e lenhador (ôô ôô)
Boiadeiros e rendeiras
Lampião e seu amor
O caçador com seu cão a farejar

Tudo isso lá na feira
É louça de brincadeira
Feita de barro-tauá (barro-tauá)

Folguedo do maracatu
Uma festa tradicional
Onde o poeta
Se fez internacional

Olha o boneco de barro
Quem quer comprar
Leva boneco freguesa
Pras crianças se alegrar