Duzentos anos da Corte Real nos jardins da Família Imperial
Sinopse:
A Família Imperiana orgulha-se de apresentar em ópera popular a transmigração da realeza para o Brasil. Uma viagem no tempo e na história…
A orquestra de surdos, caixas, repiques, tamborins e chocalhos regida por um mestre dá o tom para a apresentação de seus tenores e sopranos. O cenário é montado e entram em cena os componentes da verde e branco apresentando este belíssimo espetáculo que com movimentos e cores empolgam a platéia.
Tudo começou… na Europa que na segunda metade do século XVIII vivia os tempos modernos da indústria: mais capital, maior produção e conseqüentemente mais mercados. Uma disputa entre os capitalistas ingleses e franceses. Os ideais de Napoleão Bonaparte que era um governante obstinado, tinha como objetivo isolar a Inglaterra do restante do mundo. Entretanto, com Portugal isso não era possível. A dependência de Portugal com a Inglaterra ia além, inclusive através de tratados comerciais. Por não ceder aos caprichos de Bonaparte, Portugal foi invadido e Dom João embarcou rumo a colônia.
Primeiro ato - Chegada da Família Real
Ao chegar ao Brasil, a corte do príncipe regente Dom João incluía nobres, ministros e militares, o que mudou bastante a vida na província.
Houve uma redescoberta do Brasil com decretos e cartas régias que mudaram de vez a situação da colônia, que ao longo do tempo passou a reino. Segundo ato - A evolução da Cidade Maravilhosa
Vieram da Bahia trazendo o luxo e a riqueza da corte para o Rio de Janeiro. Em pleno mês de fevereiro foi uma grande festa. O povo encheu as ruas cantando, dançando e gritando de alegria, um verdadeiro Carnaval. Do Largo do Passo passando pela rua do Rosário, o carioca orgulhoso recebia a corte com o estandarte da cidade bem ao alto no meio do cortejo.
Foi uma época de abertura cultural, ainda que limitada a suas elites. O interesse de D. João pela Cidade Maravilhosa se intensificava.
Terceiro ato - O Jardim Real
No antigo engenho de cana-de-açúcar foi construída a Fábrica de Pólvora e um jardim de aclimação. Com objetivo de aclimatar as especiarias vindas das Índias Orientais. Encantado com a exuberância da natureza local, D. João instalou um jardim que no mesmo ano passou a se chamar Real Horto. Este jardim abrigava as mais raras espécies de plantas da flora brasileira e de outros países.
Quarto ato - A Independência
Em 1821, D. João VI e o restante da Família Real retornaram a Portugal, deixando D. Pedro como príncipe regente do Brasil. No ano seguinte Portugal exigiu a sua volta, mas ele decidiu ficar porque acreditava que colônia e metrópole deveriam se separar. Deu-se então, início ao processo de independência e em 1823 foi coroado Imperador do Brasil.
Entusiasta da natureza, o Real Horto passou a se chamar Real Jardim Botânico e D. Pedro I abriu as portas ao público, nomeando o seu primeiro diretor, Frei Leandro Sacramento, que ali realizou importantes experiências e estudos botânicos.
Quinto ato - Da República aos dias atuais
Passaram os anos e o Brasil virou República. O local teve mais uma vez o seu nome mudado para Jardim Botânico do Rio de Janeiro De República em República chegamos ao terceiro milênio e as imponentes palmeiras imperiais encantam quem passa pela sua entrada.
Localizado entre a montanha do Corcovado e a Lagoa Rodrigo de Freitas este santuário ecológico com lagos, caminhos, uma enorme diversidade de flores, de plantas e uma infinidade de pássaros convivendo com belas esculturas, edificações e monumentos foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Bromeliário, Orquidário, Jardim Japonês e espaços reservados para plantas medicinais e insetívoras compõem este cenário junto as Vitórias Régias de rara e infinita beleza.
Hoje um espaço aberto que já recebeu visitas ilustres, como as de Einstein e da Rainha Elisabeth II do Reino Unido.
A Corte Imperiana homenageia a Família Real nesse Carnaval pelo seu legado e a essa obra que por quem a visita jamais é esquecida…
Passaram-se duzentos anos…
Sandro Gomes

Roteiro do desfile:
1º Setor: Brasil Colônia
Uma fase de transformação no cenário sócio-político e econômico do Brasil. |
Nº |
Nome da Fantasia |
Nome da ala |
Descrição |
Responsável pela ala |
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A transmigração da realeza |
Comissão de Frente |
Acompanhada de um quadripé (caravela) |
Del |
2 Quadripés : Representando as carruagens que traziam a família
real e sua bagagem. |
1 |
O cortejo de chegada |
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Compostos por escravos, nobres e burgueses que festejavam em ritmo de Carnaval a chegada da família Real. |
Alexandre |
1ª Alegoria: Culturas e Costumes da Realeza
“O povo ao receber Dom João” ...
Se encanta com o luxo e as novidades trazidas pela realeza. O abre-alas simboliza o marco inicial do Império que embalados na cadência do samba recebem os convidados para a grande festa em um luxuoso salão com vitrais, lustres, vasos. A coroa, símbolo maior da realeza, compõe o cenário.
Principais destaques: Edílson (central alto) e Charles (central baixo) |
2 |
A corte do príncipe regente |
Comunidade |
Com vestes altamente elaboradas, retratada nas telas de Debret, a corte do príncipe regente se apresenta composta por ministros, militares e nobres. |
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3 |
Decretos e Cartas Régias |
Comunidade |
A fantasia carnavaliza os documentos do período joanino. Destaque para o resplendor em forma de pergaminho. |
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4 |
O luxo e a riqueza da corte |
Comunidade |
A alta sofisticação da fantasia é complementada pelos utensílios trazidos pela corte, como: pratarias, cristais, perfumes... |
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5 |
As Especiarias |
Baianas |
Giram as mães baianas imperianas em tons de ouro representando as especiarias vindas das Índias Orientais. |
Dona Cristina |
2ª Alegoria: A evolução da cidade
“A cidade se renova, majestosa evolução”...
A intenção é apresentar as grandes obras realizadas por D.João VI na capital do reino nesta segunda alegoria, como: o Banco do Brasil, Academia de Belas Artes, a Biblioteca Real, Escola de Medicina. Destaque para a grande escultura de D.João VI e para as aquarelas de Debret que adornam a saia do carro.
Principais destaques: Célio Santos (central alto) |
2º Setor: A evolução da Cidade Maravilhosa
O Rio de Janeiro nunca mais foi o mesmo após a transmigração da família Real. |
6 |
Missão Francesa |
Comunidade |
Formada por um grupo composto de artistas variados, convidados por D.João VI, que era um amante das artes. A fantasia de época retrata a pompa dos trajes europeus. |
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7 |
Academia Imperial de Belas Artes |
Comunidade |
A fantasia multicolorida é composta por materiais utilizados na realização de obras de arte, como: pincéis, aquarelas, tintas e telas. |
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8 |
Banco do Brasil |
Comunidade |
Em tons de branco e ouro, a fantasia é adereçada com moedas douradas que representam o Banco do Brasil. |
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9 |
Biblioteca Real |
Comunidade |
Adornadas por livros a fantasia representa os 60 mil volumes trazidos de Lisboa.
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Imprensa Régia |
Comunidade |
Inicio da imprensa no Brasil. A fantasia traz silkada, trechos de papéis oficiais e jornais da época.
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11 |
Escola Real de Medicina |
Comunidade |
Trajes originais, usados pelos mestres da escola na época do Império. |
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2 Quadripés: O jardim real, trazendo as palmeiras
imperiais. |
3ª Alegoria: O Jardim Real
“Jardim de beleza, perfume e sabor”... A terceira alegoria transforma a Sapucaí num imenso paraíso tropical com espécies variadas de plantas e animais abençoadas por Ossain. O chafariz central e os bustos de D.João VI, Frei Leandro Serpa Brandão, Cândido Baptista de Oliveira ...... , complementam o jardim.
Principais destaques: July July (central alto) |
3º Setor: Jardim Real
Um dos dez mais importantes do gênero no mundo é considerado um verdadeiro santuário ecológico. |
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Cana-de-açúcar |
Comunidade |
Por ter sido engenho a fantasia que abre o setor destinado ao Jardim Botânico é a cana-de-açúcar. |
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13 |
Fauna e Flora |
Comunidade |
A exuberância da natureza é retratada nesta fantasia. Nas alamedas do Jardim é possível visualizar a harmonia entre a flora e fauna. |
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14 |
Bromeliário |
Comunidade |
Em estufa a coleção viva chama a atenção dos visitantes pela sua variedade em tamanhos e cores. |
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15 |
Orquidário |
Comunidade |
É um espetáculo a parte, que faz os visitantes ficarem sensibilizados por sua rara beleza. |
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1º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Revoadas de borboletas
O bailado do casal é de encantar. O casal compõe o setor representando as borboletas que sobrevoam o Jardim significando o belo, o delicado e o inatingível.. |
16 |
O canto dos pássaros |
Bateria |
Na avenida, os instrumentos de percussão dão o tom à sinfonia e no jardim ao som de curiós e sabiás o público fica fascinado. |
Capoeira |
17 |
Flores exóticas |
Passistas |
Em todo jardim existem flores exóticas que são cultivadas pela sua floração e para pesquisas. A cartela conta com uma gama de tons fortes como fúcsia, tangerina, esmeralda e rosa. |
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18 |
Avencas e samambaias |
Comunidade |
Espalhadas pelo Jardim essas plantas ornamentais são representadas aqui em diferentes tons de verde. |
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19 |
Vitória-Régia |
Comunidade |
A maior lili aquática do mundo embeleza os lagos do Jardim. |
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4ª Alegoria: Ares da liberdade
“Cresce a raiz da liberdade”...
A quarta alegoria sintetiza uma importante tomada de decisão no período do Império – a nossa independência. A alegoria apresenta a figura de anjos que representam o sopro da liberdade e na parte de trás uma réplica da estátua eqüestre, monumento erguido na Praça Tiradentes.
Principais destaques: Marcos (central alto) |
4º Setor: A Independência
A antiga colônia se tornava um verdadeiro centro da monarquia. |
20 |
Dragões da Independência |
Comunidade |
Os componentes vestem uniformes, de base branca, estilizados, que remontam ao da unidade militar criada no Império. |
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21 |
Café |
Comunidade |
A fantasia representa as lavouras cafeeiras no período imperial. |
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2º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira:
Barões do Café – a nova aristocracia rural
O casal faz desse bailado a mais bela realidade durante o reinado de Momo e do café, e fecha o ciclo do Império. |
5º Setor: Da República aos dias atuais
Nossa fase atual, mas, ironicamente foi no período republicano que o jardim da realeza entrou na sua era mais rica, retomou o papel de centro pesquisas. |
22 |
Albert Einstein |
Crianças |
As crianças da Tijuca hoje são cientistas. O ilustre Albert Einstein ficou deslumbrado ao visitar o Jardim Botânico. |
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23 |
Rainha Elizabeth |
Comunidade |
A realeza inglesa, na figura da Rainha Elizabeth, que ficou impressionada ao visitar o Jardim. |
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24 |
Tom Jobim |
Comunidade |
Representa e relembra um dos mais importantes autores de Bossa Nova que fez do Jardim Botânico seu parceiro. A ala traz as teclas de um piano em sua fantasia. |
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25 |
Orquestras sinfônicas |
Comunidade |
A fantasia demonstra que música e natureza se complementam, sendo o Jardim palco de concertos musicais. |
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26 |
Patrimônio histórico |
Comunidade |
A fantasia é inspirada nas edificações tombadas pelo IPHAN em 1937. |
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27 |
Turista Ecológico |
Comunidade |
Vestindo camiseta florida e bermuda com uma máquina fotográfica pendurada essa é a imagem universal do turista. |
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28 |
Maravilhas do Rio de Janeiro |
Comunidade |
A fantasia é uma síntese da nossa cidade. As cores de nossa fauna, flora e praias estão presentes. Destaque para o calçadão de Copacabana. |
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29 |
Bicentenário do Jardim Botânico |
Comunidade |
Esta ala une a sociedade brasileira em torno da história, em uma comemoração única de pura emoção – o Bicentenário da chegada da família e do Jardim Real. |
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30 |
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Velha Guarda |
Personalidades conhecidas e queridas pela comunidade tijucana, carregam no sangue toda a tradição cultural da nossa agremiação verde e branco. |
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5ª Alegoria: Bicentenário
“Coroado no meu carnaval”...
A quinta e última alegoria faz referência a contemporaneidade e comemora o bicentenário desta grande obra conhecida mundialmente pela sua beleza. Destaque para o portal da Solar da Imperatriz.
Principais destaques: Joãozinho de Xangô |

Bibliografia:
-
MENDES, João. Retrato de
uma época. Rio de Janeiro: Folha do Rio, 1990.
-
OLIVA, Oswaldo Muniz.
Brasil: o amanhã começa hoje. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura,
2002.
-
ALENCAR, Francisco.
História da sociedade brasileira. 2 ed. Rio de Janeiro: Ao Livro
Técnico, 1985.
-
Os maiores
acontecimentos da história do Brasil. Editora Melhoramentos Ltda e
Gold Editora Ltda, 2006.
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