FICHA TÉCNICA 2006

 

Carnavalesco     Sandro Gomes
Diretor de Carnaval     Paulo Roberto Belmiro (Curupira)
Diretor de Harmonia     Amaury
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     Kleber Basílio Filho
Puxador de Samba Enredo     Douglas Silva Martins
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Washington Luis Macedo Chagas e Débora Cristina
Segundo Casal de M.S. e P. B.     William e Susy
Resp. Comissão de Frente     Academia Alice Arja
Resp. Ala das Baianas     Wânia Neves Calado (Tia Wânia) e Maria do Carmo de Souza
Resp. Ala das Crianças     Lucia M. Ignácio Penha

 

SINOPSE 2006

Tijuca, cantos, recantos e encantos

Sinopse

1º Setor

          As terras cariocas, entre o Rio Comprido e Inhaúma, pertenciam a sociedade de Jesus, por doação de Estácio de Sá. Nessa sesmaria os jesuítas montaram dois grandes engenhos de açúcar. O primeiro passou a chamar-se engenho velho, ao lado do qual foi erguida uma igreja, a atual São Francisco Xavier.
          Desse morgado e, sobretudo da sesmaria dos jesuítas, originou-se a TIJUCA.
          A região da sesmaria dos jesuítas era reduto dos índios de língua tupi. Era a terra dos Tamoios, destemidos e guerreiros, de um lado e, outro a nação dos pacíficos Terminós.
          Divididas, desmembradas e vendidas às terras dos jesuítas, a zona tijucana se encheu de grandes e bem tratadas chácaras, na maioria ao longo da que hoje é a Rua Conde de Bonfim.
          Por essa época a planície tijucana de ambos os lados do rio Maracanã, compreendendo o que agora é a zona da Muda (assim chamada por que nela se faziam a muda dos animais das diligências) chamava-se Andaraí – pequeno.
          A parte elevada, outrora de Mem de Sá e seus descendentes identifica-se, hoje, como Floresta da Tijuca e Alto da Boa Vista.
          A floresta tem seus inícios há mais de meio século. Começa com a implantação de uma fazenda de café na Gávea – pequena pelo Francês Louis François Lecesne, que foi o primeiro desbravador e o primeiro a cobrir de cafezais as encostas da Tijuca (hoje, felizmente, novamente tomada de viçosa mata).
          A beleza e a magia maravilhosa dessas matas já mereceram as notas musicais de uma sinfonia de Barroso Neto e inspiraram as penas de Jose de Alencar e Machado de Assis; no canto dos seus pássaros, das mais variadas espécies, destaca-se a algazarra dos pardais lusitanos, em recanto encantado a “Maior Floresta Urbana do Mundo”.
          Durante a fase próspera do café nos altos da Tijuca, havia em duas outras regiões da serra – o Alto da Boa Vista e a Cascatinha.
          O Conde de Gestas era Cônsul da Herança no Brasil e, acabaram se tornando amigo de D. Pedro I e D.Leopoldina, que se mostravam grandes admiradores dos morangos com creme produzidos pelo francês em seu sítio. A Imperatriz visitava o Alto da Boa Vista com freqüência, aonde ia a cavalo; Já as visitas do Imperador eram mais raras.
          Com o passar do tempo, as matas da Tijuca haviam sofrido grandes claros causados pelas derrubadas para a formação de cafezais e grandes lavouras de chá, implantadas pelos chineses; em conseqüência viriam diminuindo muito os mananciais que abasteciam a cidade, preocupando as autoridades.
          Em 1861 D.PEDRO II desapropriou as terras da serra da Tijuca, confiou ao Major Manoel Gomes Archer o reflorestamento das terras tijucana. Com um pequeno grupo de escravos negros e muito entusiasmo foram plantadas cem mil árvores, do sopé aos mais elevados píncaros, restaurando-se, assim a “cúpula verdejante e maravilhosa da serra”.
          Em 1875 o Imperador nomeou o Barão D´Escragnolle administrador da floresta. O barão foi morar no alto da Tijuca onde mais tarde se instalou o restaurante dos esquilos – e não desistiu do plantio de árvores.

2º Setor

          D´Escragnolle embelezou a Gruta “Paulo e Virginia”, a “Fonte Pirajá” e as Cascatas “Diamantina e Gabriela”. A Cascatinha Taunay, na antiga chácara da família, é grande atração turística. Da mesma forma são: O Mirante Excelsior; a Vista Chinesa; a Mesa do Imperador e as Águas Férreas; que a Imperatriz, com seu Imperial pai, D. PEDRO III descobriu, no Alto da Boa Vista, águas cristalinas de regatos e nascentes.
          Além dos pontos já citados existem; a Capela Mayrink; as Furnas de Agassis; o Pico da Tijuca; Igreja Matriz de São Sebastião – cognominada mausoléu da cidade, onde estão as cinzas do fundador Estácio de Sá.

3º Setor

          Os Taunay e os D´Escragnolles foram, realmente, famílias ilustres que muito fizeram pela Tijuca e das que mais justificam a cognome de “Aristocrático” dado ao bairro, que embora distante do centro da cidade, de onde se chegavam , em princípio a lombo de animais e, depois de bonde puxado a burros, em seguida por tração elétrica, e hoje, o “Metrô”.
          Abrigou como moradores pessoas das mais ilustres, como: Generais, Almirantes, Maestros, Juristas, Pintores, Escritores, Poetas, Compositores, etc. ...
          São os caminhos que relembram o “Portão Vermelho” da fazenda do Barão de Mesquita, a Chácara do Aguiar, com a suas águas - do - Vintém, os morros do Salgueiro e do Borel, com os nossos irmãos dos “Acadêmicos” e da “Unidos”.
          Famosa por suas “batalhas de confetes”, a Tijuca sempre foi reduto carnavalesco. É o bairro com o maior numero de Escolas de Sambas e Blocos e, da plaga tijucana saíram vários conjuntos musicais, (Bando do Tangarás, o Recanto dos Trovadores, os Cariocas), e tantos seresteiros e sambistas.
          Bairro boêmio, teve no “Éden” um dos seus pontos mais tradicionais onde, no passado, se reuniam altas figuras como personagens mais modestos, ali não havia ricos e nem pobre, ali era o “Éden”, café, bar e restaurante.
          O Éden no consenso geral é e foi a casa que mais saudades deixaram na Tijuca.

4º Setor

          Mas, foi nos anos de 1940 que surgiria aquela que é a querida Império da Tijuca, Escola de Samba cuja trajetória, nesses sessenta e seis anos é das mais gloriosas no cenário do samba. Nasceu ali, dos braços da serra tijucana, no morro da Formiga, que abriga uma comunidade ordeira e trabalhadora e que, em sua maioria, compôs o quadro de compositores e componentes da verde - e - branco da Tijuca.

Darcy Giorno

 

SAMBA ENREDO                                                2006
Enredo     Tijuca, Cantos, Recantos e Encantos
Compositores     Pedrinho da Flor, Baster, Belandi e Marinho da Muda
Você foi um berço de índios
Lugar de Estácio de Sá
Deu aos jesuítas o direito de ficar
Área do café e do chá
Onde os negros iam pra colheita trabalhar
Oh Tijuca,
A brisa beija se verde e faz bailar
Belos cantos que encantam
Recantos de encantar
O amanhecer, passarada a revoar
Vista Chinesa e a Mesa do Imperador
Olha que esplendor
Cachoeiras a cachoar
É a natureza a cantar

Desce o morro da Formiga,
Do Borel e do Salgueiro
As escolas que incrementam
Nosso samba o ano inteiro

No Éden tomavam a saideira
É um canto de saudade
Onde a mocidade
Papeava a noite inteira

Hoje, o progresso na área chegou, ôô
Indústria, comércio e metrô
A praça é meu ninho de amor
Império exalta sua raiz
E a massa tijucana
Se faz feliz.