FICHA TÉCNICA 2004

 

Carnavalesco     Jack Vasconcelos
Diretor de Carnaval     Marquinhos
Diretor de Harmonia     Sérgio Negão
Diretor de Evolução     Sérgio Negão
Diretor de Bateria     Valter Ferreira Queirós
Puxador de Samba Enredo     Anderson Kybba
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Roberto Vinicius Gama de Carvalho e Danielle Daynne Cardial Santos Rohr
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Léo e Rosilaine
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     Clotilde Oliveira da Costa
Resp. Ala das Crianças     Lúcia Ignácio

 

SINOPSE 2004

A Império da Tijuca é doce, mas não é mole não!

          Originária da Índia, a cana-de-açúcar é a planta que fornece  maior percentagem de Sacarose, o chamado açúcar de cana. Sua utilização  no Oriente, provavelmente na forma de xarope, era relacionada muitas  vezes à religiosidade e data da mais remota antiguidade.
          Conhecido na Europa desde as Cruzadas, a introdução da  cana-de-açúcar no Ocidente deve-se às invasões árabes na Península  Ibérica, onde seu domínio perdurou por quase oitocentos anos, tendo os  mouros iniciado o cultivo na região de Andaluzia. Os árabes desenvolvem  o processo de cristalização do xarope de cana.
          Rapidamente caiu no gosto europeu e, ganhando importância de  especiaria fez a alegria do paladar e a riqueza dos comerciantes. Veneza  obtinha o monopólio do comércio do açúcar oriental e descobriu uma forma  de refiná-lo, dando a ele a fama de "ouro branco". Mas depois de várias  tentativas de cultivar a cana-de-açúcar continuou a necessidade européia  de importar o açúcar do oriente, pois a planta não se adapta ao frio.
          Com a expansão marítima, o descobrimento do Novo Mundo  permitiria um extraordinário aumento das áreas de cultura da cana. As  primeiras mudas chegaram ao Brasil vindas da Ilha da Madeira dando  início a nossa fama de Zulkerland - a terra do açúcar (como nos  chamariam mais tarde os holandeses).
          De olho no nosso "doce" os Holandeses invadiram Pernambuco, onde  estabeleceram seu domínio comercial e cultural. Nomearam como  governador-geral o conde João Maurício de Nassau, que empreendeu uma  grande reforma na vida da colônia: privilegiou os senhores de engenho,  concebeu liberdade religiosa, remodelou e urbanizou cidades, criou a  capital Mauricéia (ou Cidade Maurícia), trouxe missões artísticas,  científicas e sanitárias, entre muitas outras ações; embalados pela  influência do folclore europeu sobre as várias culturas aqui presentes  que gerou belas Cavalhadas, vistosos Reisados e Pastoris, majestosas  Congadas e Maracatus.
          O sistema açucareiro aristocratizou o branco em senhor e  transformou a casa de pedra em Casa Grande, dividindo homens, suas  habitações e a própria paisagem. A agroindústria açucareira foi base de  nossa economia. No Rio de Janeiro floresceu a chamada "Costa Doce",  tendo na região de Campos dos Goytacazes seu desenvolvimento principal.  Tempo dos bangüês, dos mocambos, sinhás e sinhazinhas, escravos e  mucamas, lavouras e moendas...
          O açúcar tem gosto de infância, lembrança e referência para  momentos felizes. Qual criança nunca fantasiou um mundo açucarado  repleto de bolos, balas, chocolates e sorvetes? Um verdadeiro "Reino dos  Doces" como o idealizado no famoso balé "O Quebra-Nozes", de  Tchaikovsky. Um grande "sonho", sem trocadilhos, para as crianças e  muitos adultos também.
          E por falar em trocadilho o sempre espirituoso Aparício Torelly,  o nosso mitológico Barão de Itararé, certa vez indagado sobre sua  opinião a este balé, disparou sem pestanejar: "- É Bom para nós, mas  ruim para noz..."
          O açúcar fez e faz parte da formação do povo brasileiro,  adoçando nossa história e nos dando energia para conquistar e saborear o  doce gostinho da vitória!

Jack Vasconcelos

 

SAMBA ENREDO                                                2004
Enredo     A Império da Tijuca é doce, mas não é mole não!
Compositores     Noronha, Rafael Coutinho e Gatto 

Ah, minha Formiga
Desce o morro e vem cantar
É hora de mostrar no asfalto
Meu verde e branco, "é doce mas não é mole não"
Na Índia tudo começou xarope doce nos rituais
A fé, a magia, até no Oriente a cana adoçou
E se alastrou, no Ocidente fez moradia

Vejam só o que aconteceu
O caldo doce endureceu
Em Veneza refinou
O ouro branco se consagrou

O vento soprando nas velas
Riscou um caminho no mar
E o nordeste abraçou, o litoral adoçou
Fazendo o folclore brilhar
Foi a cobiça do homem, em Pernambuco se fez
No ouro branco o desejo que olho grande holandês
Bom Nassau, o invasor que enriqueceu a nossa terra
Campos dos Goytacazes do açúcar floresceu
Escravas, sinhazinhas, mucamas... "A moenda girou"
Clara, fantasia de criança, tem balé eu tô na dança
Com você vou me adoçar

Tijuca, sou Império vou cantar, vou contar
Caiu do céu, que doce mel
Hoje vou me lambuzar