FICHA TÉCNICA 2000

 

Carnavalesco     Eduardo Silva
Diretor de Carnaval     ..............................................................
Diretor de Harmonia     Chicão
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     Márcio Porrete
Puxador de Samba Enredo     Celino Dias
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Iêda Maria Gomes (Poly) e Ubirajara
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................

 

SINOPSE 2000

O Ouro Vermelho de Paty do Alferes

A História:

                A história da nossa cidade teve início entre 1700 e 1725, quando a comunicação entre as regiões das Minas e o litoral se faziam através da serra do Facão, que ligava o porto de Parati às Minas Gerais. Nesta época, os constantes desvios de ouro e diamantes que aconteciam neste caminho levavam à procura de outras ligações como o Caminho Novo, que atingia o Porto da Estrada na Baia de Guanabara. Exatamente ao longo deste caminho, foi fundada a Paróquia de Paty do Alferes, em 1726, o Sertanista Garcia Rodrigues Paes Leme, percorrendo este caminho chegou no local conhecido como Roça do Alferes de propriedade do alferes de cavalaria Leonardo Cardoso da Silva. A cidade teve outro nome posteriormente, Freguesia de Nossa senhora da Conceição de Paty do Alferes, denominação da Capela de propriedade de um outro alferes onde foi rezada a primeira missa da cidade em 26 de abril de 1739.
                Em 4 de setembro de 1820, o Rei de Portugal D. João VI funda a Vila de Paty do Alferes, a denominação teve como referência a grande quantidade de pequenas palmeiras (patis) existente no local e uma homenagem ao dono das terras o Alferes Leonardo Cardoso da Silva.
                Com a expansão da cafeicultura escravista no Rio de Janeiro em meados do século XIX, surgem grandes fazendas e grandes fazendeiros onde a presença da aristocracia fluminense se fez notada pelos grandes proprietários e pelos títulos concedidos pelo Imperador.
                Paty do Alferes era conhecida como a "Terra dos Barões", à região patyense que juntamente com as Comarcas de Campos, Paraíba do Sul, Vassouras e outras mantinham alto poder decisório desses nobres sobre questões políticas nacionais.
                Surge na região de Paty do Alferes as famílias Werneck, os Paes Lemes, os Teixeira de Leite, os Gomes de Carvalho e os Ribeiro de Avelar, famílias de grande poder na região. E com o poder econômico dessas famílias surgem grande fazendas, como a Fazenda Pau Grande, Fazenda Manga Larga, Fazenda do Governo, e a Fazenda da Freguesia.

                Nasceu nesta Cidade em 29 de abril de 1870, o Imortal Osório Duque Estrada, Autor da Letra do Hino Nacional Brasileiro e Membro da Academia Brasileira de Letras. O Poeta Patyense se tornou a memória ativa do lugar, escrevendo definitivamente a Cidade de Paty do Alferes na Literatura Nacional
                Outro grande marco na história de Paty do Alferes são os escravos, que estiveram presente na construção e no desenvolvimento da Cidade. Em Paty do Alferes existiu o quilombo do líder negro Manoel Congo, que reunia sob sua liderança, escravos amotinados fugitivos de várias fazendas da região, sendo que o líder negro foi capturado e morto junto com outros 16 escravos em 6 de setembro de 1839.
                O sentimento latente de liberdade que sentia o Líder Escravo Manoel Congo perpetuou no sangue do povo Patyense.
                Por muito tempo, houve grandes movimentos para conseguir a emancipação de Paty de Alferes, mais todas as tentativas fracassaram, em 1942 e em 1962 dois anos importantes na história de Paty
do Alferes. Nesses dois anos houveram muitas lutas para conseguir sua autonomia, mas a oposição conseguiu sufocar sua tentativa de independência.
                Em dezembro de 1987, depois de várias tentativas, o Governo do Estadual assinou a criação do Município de Paty do Alferes.
                Paty do Alferes uma cidade que tem no seu povo a preocupação de manter viva a sua história, preserva as marcas da magnificência do período colonial dos casarões, das velhas fazendas e da majestosa igreja barroca de Nossa Senhora da Conceição, construída em 1853, que retratam fielmente uma época áurea de nossa historia.
                Na antiga estação ferroviária no centro da Cidade funciona o Espaço Cultural Manoel Congo, em homenagem ao Líder Negro.
                A Aldeia de Arcozelo, fundada pelo embaixador Pascoal Carlos Magno, um amante da música, teatro e artes em geral .Em 19 de dezembro de 1965, com a ajuda de artistas, escritores e jornalistas Pascoal Carlos Magno consegue inaugurar o Centro Cultural Aldeia de Arcozelo com cerca de 5.000 convidados presentes a festa de inauguração. Hoje a Aldeia é um grande Centro cultural e artístico, talvez o maior da América Latina, onde aproveitando sua localização privilegiada e suas dimensões, artistas de todas as artes e também escritores, professores, estudantes e jornalistas vem se reunindo para estudar, pesquisar organizar seminários simpósios, cursos de reciclagem, recitais e etc..
                A Aldeia é composta pelos seguintes espaços: Teatro Itália Fausta, Teatro Renato Vianna, Galeria Pancetti e Galeria Bernadelli, Sala de Música Padre José Maurício, Sala de Vídeo Alberto Cavalcante, biblioteca Orlando Carlos Magno, Poema Bar, Capela de São Francisco de Assis, Capela de Nossa Senhora dos escravos, e o Espaço Nara Leão, destinados a pequenos shows de música Popular Brasileira.
                Entre cachoeiras e fazendas , encontramos o Caminho do Imperador, que liga Paty a Petrópolis, famoso pela história romântica que envolveu Dom Pedro 1 e a Marquesa de Santos, seu grande amor.
Dona do Museu da Cachaça do Brasil, fundado em 1991, onde os visitantes ficam sabendo tudo sobre a bebida mais popular do Brasil, com fotos, documentos e mais de 1.000 marcas que encantam e retratam a melhor "Água que passarinho não bebe".

O fruto que vale ouro:

                No Brasil todos conhecem pela tradicional salada com alface e cebola.
                Na Itália é também tradição nas massas e em especial na popular macarronada.
                No mundo inteiro completa as famosos sanduíches com o molho catchup.
                Após um drink, nada melhor que curar a ressaca com um Blood Mary.
                Estamos falando simplesmente do Tomate.
                O tomate é originário do Peru, que passou a ser conhecido em todo o mundo após sua introdução, cultivo e difusão a partir do México.
                Na Europa, curiosamente, os ingleses e espanhóis cultivavam a planta nos domínios domésticos, mais por sua beleza e consistência de cor do que propriamente pelo sabor e aproveitamento culinário, ainda desconhecido por eles àquela época.
                Os italianos, povo apaixonado por um prato de bom aspecto, passaram a utilizar o tomate para realçar o paladar dos alimento. A importância que o produto passou a ter na Itália foi tal que passou-se a chamá-lo de "Pomodoro" ,ou seja "fruto de ouro", pois afinal quem resiste a uma bela macarronada ou uma saborosa pizza "Manja que te fa benne"
                A França atribui-lhe poderes afrodisíacos e os franceses sempre poéticos e sonhadores apelidaram de pomme d’amour, ou melhor "fruto do amor
                Na culinária dos EUA o tomate e seus derivados tem uma grande importância, pois o americano com seu jeito todo particular de comer aderiu logo em seu cardápio o tomate. Em seus sanduíches, não pode faltar aquela fatia vermelha que dá o toque especial. Na batata frita o catchup é fundamental. A cada dia que passa o TOMATE vem aumentando sua importância nos pratos dos americanos que fazem sucesso absoluto em todo mundo.
                Ainda que demonstre características de fruto silvestre com aparência frágil, na realidade o TOMATE é um fruto nobre.
                Atualmente, o tomate é indispensável e insubstituível no preparo de pratos típicos de diversos países.
No Brasil, os proprietários de pequenas área, mesmo nos centros urbanos, cultivam o produto exclusivamente para uso doméstico, e até a metade do século as donas de casa utilizavam em seus temperos o do tipo garrafinha, o mais comum daquela época.
                O embelezamento e o modernismo dos centros mais adiantados atraiu e concentrou inúmeras famílias dos interior nas maiores cidades, obrigando a prática de novos métodos de plantio do tomate para atender à demanda do mercado.
Dentre os tipos de tomates que conhecemos destacamos os de tipo "caqui", conhecido também por "paulista", e o cereja, muito usado em saladas e canapés.
                Paty do Alferes, cidade sinônimo de Beleza, Poesia e Valentia criou, ao longo do tempo a sua história de independência, hoje um município que vem lutando para aumentar sua produção diária que já chega a 25.000 caixas de tomate. Com essa produção Paty já é o maior produtor de tomates do estado e o terceiro do País.
                A garra do povo de Paty não termina aí, ainda no ano 2000 estão trabalhando para se ter uma safra recorde com o objetivo de se tornar o 1° produtor de País. Um dos projetos dos produtores é a criação de uma agro-indústria para beneficiamento do tomate onde este será transformado em massas concentradas e em extratos enviados a fábrica para produção em escala industrial, afim de que o tomate ali produzido já saia dos limites de Paty, industrializado, reduzindo a perda do fruto e aumentando a qualidade dos derivados do Tomate.
                No mês de maio acontece a tradicional "Festa do Tomate" que atrai turistas de todo o Brasil e do exterior, sendo hoje devido sua grandeza já comparada com a festa do Peão de Boiadeiro de Barretos.

Eduardo Silva & Paula Vannier

 

SAMBA ENREDO                                                2000
Enredo     O ouro vermelho de Paty do Alferes
Compositores     Boró, Paulinho RJ, Zezé Palhinha e Udson
Vem nessa que eu vou te levar, meu amor
Hoje meu samba está no ar, eu tô que tô
E a Império da Tijuca é emoção
Sessenta anos de raiz e tradição

Viajando a caminho de Minas
Paes Leme então se fascina
Ao ver palmeiras verdejantes
Na roça do Alferes chegou (se encantou)
Da combinação patis com patente
Paty do Alferes de formou

Veio o desenvolvimento
Com as riquezas do teu chão
Município sufocado pela oposição
Masd na década de oitenta
A vitória afinal
E hoje é tema do meu carnaval

Passeando em Paty
No caminho do imperador
Onde D. Pedro e a marquesa
Viveram uma história de amor

Água que pássaro não bebeu, eu bebi
O imortal Duque Estrada, é de Paty
E o fruto que vale ouro está aqui
Fazendo a festa na Sapucaí

Dá mais vida ao tempero
Este fruto natural
O tomate brasileiro
Enobrece a culinária nacional