O Ouro Vermelho de Paty do Alferes
A História:
A história da nossa cidade teve início entre 1700
e 1725, quando a comunicação entre as regiões das Minas e o
litoral se faziam através da serra do Facão, que ligava o porto de
Parati às Minas Gerais. Nesta época, os constantes desvios de ouro
e diamantes que aconteciam neste caminho levavam à procura de outras
ligações como o Caminho Novo, que atingia o Porto da Estrada na Baia
de Guanabara. Exatamente ao longo deste caminho, foi fundada a Paróquia
de Paty do Alferes, em 1726, o Sertanista Garcia Rodrigues Paes Leme,
percorrendo este caminho chegou no local conhecido como Roça do
Alferes de propriedade do alferes de cavalaria Leonardo Cardoso
da Silva. A cidade teve outro nome posteriormente, Freguesia de Nossa
senhora da Conceição de Paty do Alferes, denominação da Capela de
propriedade de um outro alferes onde foi rezada a primeira missa da
cidade em 26 de abril de 1739.
Em 4 de setembro de 1820, o Rei de Portugal D. João
VI funda a Vila de Paty do Alferes, a denominação teve como referência
a grande quantidade de pequenas palmeiras (patis) existente no local
e uma homenagem ao dono das terras o Alferes Leonardo Cardoso da Silva.
Com a expansão da cafeicultura escravista no Rio
de Janeiro em meados do século XIX, surgem grandes fazendas e grandes
fazendeiros onde a presença da aristocracia fluminense se fez notada
pelos grandes proprietários e pelos títulos concedidos pelo Imperador.
Paty do Alferes era conhecida como a "Terra
dos Barões", à região patyense que juntamente com as Comarcas
de Campos, Paraíba do Sul, Vassouras e outras mantinham alto poder
decisório desses nobres sobre questões políticas nacionais.
Surge na região de Paty do Alferes as famílias Werneck,
os Paes Lemes, os Teixeira de Leite, os Gomes de Carvalho e os Ribeiro
de Avelar, famílias de grande poder na região. E com o poder econômico
dessas famílias surgem grande fazendas, como a Fazenda Pau Grande,
Fazenda Manga Larga, Fazenda do Governo, e a Fazenda da Freguesia.
Nasceu nesta Cidade em 29 de abril de 1870, o Imortal
Osório Duque Estrada, Autor da Letra do Hino Nacional Brasileiro
e Membro da Academia Brasileira de Letras. O Poeta Patyense se tornou
a memória ativa do lugar, escrevendo definitivamente a Cidade de Paty
do Alferes na Literatura Nacional
Outro grande marco na história de Paty do Alferes
são os escravos, que estiveram presente na construção e no desenvolvimento
da Cidade. Em Paty do Alferes existiu o quilombo do líder negro Manoel
Congo, que reunia sob sua liderança, escravos amotinados fugitivos
de várias fazendas da região, sendo que o líder negro foi capturado
e morto junto com outros 16 escravos em 6 de setembro de 1839.
O sentimento latente de liberdade que sentia o Líder
Escravo Manoel Congo perpetuou no sangue do povo Patyense.
Por muito tempo, houve grandes movimentos para conseguir
a emancipação de Paty de Alferes, mais todas as tentativas fracassaram,
em 1942 e em 1962 dois anos importantes na história de Paty
do Alferes. Nesses dois anos houveram muitas lutas para conseguir
sua autonomia, mas a oposição conseguiu sufocar sua tentativa de independência.
Em dezembro de 1987, depois de várias tentativas,
o Governo do Estadual assinou a criação do Município de Paty do Alferes.
Paty do Alferes uma cidade que tem no seu povo a
preocupação de manter viva a sua história, preserva as marcas da magnificência
do período colonial dos casarões, das velhas fazendas e da majestosa
igreja barroca de Nossa Senhora da Conceição, construída em 1853,
que retratam fielmente uma época áurea de nossa historia.
Na antiga estação ferroviária no centro da Cidade
funciona o Espaço Cultural Manoel Congo, em homenagem ao Líder Negro.
A Aldeia de Arcozelo, fundada pelo embaixador Pascoal
Carlos Magno, um amante da música, teatro e artes em geral .Em 19
de dezembro de 1965, com a ajuda de artistas, escritores e jornalistas
Pascoal Carlos Magno consegue inaugurar o Centro Cultural Aldeia de
Arcozelo com cerca de 5.000 convidados presentes a festa de inauguração.
Hoje a Aldeia é um grande Centro cultural e artístico, talvez o maior
da América Latina, onde aproveitando sua localização privilegiada
e suas dimensões, artistas de todas as artes e também escritores,
professores, estudantes e jornalistas vem se reunindo para estudar,
pesquisar organizar seminários simpósios, cursos de reciclagem, recitais
e etc..
A Aldeia é composta pelos seguintes espaços: Teatro
Itália Fausta, Teatro Renato Vianna, Galeria Pancetti e Galeria Bernadelli,
Sala de Música Padre José Maurício, Sala de Vídeo Alberto Cavalcante,
biblioteca Orlando Carlos Magno, Poema Bar, Capela de São Francisco
de Assis, Capela de Nossa Senhora dos escravos, e o Espaço Nara Leão,
destinados a pequenos shows de música Popular Brasileira.
Entre cachoeiras e fazendas , encontramos o Caminho
do Imperador, que liga Paty a Petrópolis, famoso pela história
romântica que envolveu Dom Pedro 1 e a Marquesa de Santos, seu grande
amor.
Dona do Museu da Cachaça do Brasil, fundado em 1991, onde os visitantes
ficam sabendo tudo sobre a bebida mais popular do Brasil, com fotos,
documentos e mais de 1.000 marcas que encantam e retratam a melhor
"Água que passarinho não bebe".
O fruto que vale ouro:
No Brasil todos conhecem pela tradicional salada
com alface e cebola.
Na Itália é também tradição nas massas e em especial
na popular macarronada.
No mundo inteiro completa as famosos sanduíches
com o molho catchup.
Após um drink, nada melhor que curar a ressaca com
um Blood Mary.
Estamos falando simplesmente do Tomate.
O tomate é originário do Peru, que passou a ser
conhecido em todo o mundo após sua introdução, cultivo e difusão a
partir do México.
Na Europa, curiosamente, os ingleses e espanhóis
cultivavam a planta nos domínios domésticos, mais por sua beleza e
consistência de cor do que propriamente pelo sabor e aproveitamento
culinário, ainda desconhecido por eles àquela época.
Os italianos, povo apaixonado por um prato de bom
aspecto, passaram a utilizar o tomate para realçar o paladar dos alimento.
A importância que o produto passou a ter na Itália foi tal que passou-se
a chamá-lo de "Pomodoro" ,ou seja "fruto de ouro",
pois afinal quem resiste a uma bela macarronada ou uma saborosa pizza
"Manja que te fa benne"
A França atribui-lhe poderes afrodisíacos e os franceses
sempre poéticos e sonhadores apelidaram de pomme damour, ou
melhor "fruto do amor
Na culinária dos EUA o tomate e seus derivados tem
uma grande importância, pois o americano com seu jeito todo particular
de comer aderiu logo em seu cardápio o tomate. Em seus sanduíches,
não pode faltar aquela fatia vermelha que dá o toque especial. Na
batata frita o catchup é fundamental. A cada dia que passa o TOMATE
vem aumentando sua importância nos pratos dos americanos que fazem
sucesso absoluto em todo mundo.
Ainda que demonstre características de fruto silvestre
com aparência frágil, na realidade o TOMATE é um fruto nobre.
Atualmente, o tomate é indispensável e insubstituível
no preparo de pratos típicos de diversos países.
No Brasil, os proprietários de pequenas área, mesmo nos centros urbanos,
cultivam o produto exclusivamente para uso doméstico, e até a metade
do século as donas de casa utilizavam em seus temperos o do tipo garrafinha,
o mais comum daquela época.
O embelezamento e o modernismo dos centros mais
adiantados atraiu e concentrou inúmeras famílias dos interior nas
maiores cidades, obrigando a prática de novos métodos de plantio do
tomate para atender à demanda do mercado.
Dentre os tipos de tomates que conhecemos destacamos os de tipo "caqui",
conhecido também por "paulista", e o cereja, muito usado
em saladas e canapés.
Paty do Alferes, cidade sinônimo de Beleza, Poesia
e Valentia criou, ao longo do tempo a sua história de independência,
hoje um município que vem lutando para aumentar sua produção diária
que já chega a 25.000 caixas de tomate. Com essa produção Paty já
é o maior produtor de tomates do estado e o terceiro do País.
A garra do povo de Paty não termina aí, ainda no
ano 2000 estão trabalhando para se ter uma safra recorde com o objetivo
de se tornar o 1° produtor de País. Um dos projetos dos produtores
é a criação de uma agro-indústria para beneficiamento do tomate onde
este será transformado em massas concentradas e em extratos enviados
a fábrica para produção em escala industrial, afim de que o tomate
ali produzido já saia dos limites de Paty, industrializado, reduzindo
a perda do fruto e aumentando a qualidade dos derivados do Tomate.
No mês de maio acontece a tradicional "Festa
do Tomate" que atrai turistas de todo o Brasil e do exterior,
sendo hoje devido sua grandeza já comparada com a festa do Peão de
Boiadeiro de Barretos.
Eduardo Silva &
Paula Vannier
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