FICHA TÉCNICA 1992

 

Carnavalesco     Jorge Luiz Vilela
Diretor de Carnaval     Jorge Cirielo
Diretor de Harmonia     Nelson
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     Paulo Correa
Puxador de Samba Enredo     Celino Reis
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Valmir e Marli
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................

 

SINOPSE 1992

Um Mistério Chamado Brasil

          Há muitos anos, nessa terra chamada Brasil habitavam os índios com seus trajes típicos, suas tradições e costumes. Viviam livremente em um país tropical em total equilíbrio e harmonia com a natureza.
          Até que um dia, surgiram os descobridores, que num primeiro momento, confundiram nosso país com uma ilha – Ilha de Vera Cruz. Para os índios, moradores nativos, era um motivo de desconfiança, pois quem eram esses homens? Quais seriam seus objetivos?
          O homem branco tinha um objetivo simples: Explorar as riquezas naturais encontradas de imediato em suas terras.
          Com o passar do tempo, o interesse econômico de explorar toda essa abundante riqueza foi aumentando. Ao mesmo tempo os costumes e tradições indígenas foram massacrados em favor da cultura do colonizador branco.
          A aparente riqueza do verde de nossas matas e dos rios trazia em seu seio o mais precioso e cobiçado metal – o ouro –, tão procurado pelos colonizadores. Extraído das profundezas desta terra fantástica pelas mãos dos trabalhadores negros escravos.
          Comprados como animais, os negros foram carregados para esta maravilhosa terra não para desfrutar de sua beleza e sim para trabalhar de sol a sol. Apesar das humilhações sofridas na pele e no espírito, o negro não esqueceu a sua vida na África, trouxe consigo os seus rituais e magias.
          Dos resíduos das culturas dos negros e índios e da forte cultura imposta pelo branco deu-se origem, ao povo brasileiro. Este povo tão oprimido ainda consegue fazer gozação de sua dura vida cotidiana, exaltando toda essa ironia no carnaval.
          Este espírito ainda permanece apesar de quase terem desaparecido ou acabado, os famosos bailes no. Municipal, os antigos carnavais de rua e os desfiles de corsos.
          Tudo isso deu lugar a uma “cultura importada”, capitalista, onde a classe burguesa se privilegia.
          Mas, esta imagem de país tropical maravilhoso, vendida no exterior pela graciosa “Pequena Notável” – Carmem Miranda, como a terra da banana, do verde e da alegria, é utilizada até hoje quando se fala que devem ser preservadas nossas matas.
          Na verdade, os interesses de nações aliados aos interesses políticos de nosso país, provocam a cada dia a deterioração de nossos recursos naturais a custa de um capitalismo desenfreado, queimando as nossas matas, extraindo minérios do solo, poluindo rios e destruindo nossa fauna.
          Organismos internacionais “protestam” em nome de uma ecologia, criticando o Brasil por causa das queimadas e da política com os índios. Mas esquecendo-se que este “rolo compressor” do capitalismo, que nos é imposto, é o que mais contribui para essa destruição.
          “Não sabemos ao certo até que ponto chega os interesses nacionais e internacionais, nesse mistério chamado Brasil”.

Jorge Luiz Vilela

 

SAMBA ENREDO                                                1992
Enredo     Um Mistério Chamado Brasil
Compositores     Eddie, Nuia, Curupira e Genivaldo
Se liga Brasil, ôôô
Há um grito de revolta pelo ar
O índio que é dono da terra
Infelizmente já era
Não tem mais onde ficar
Desde o nosso descobrimento
Até hoje eu lamento
Quando o branco aqui chegou
Acabou-se o que era doce
O nosso ouro sambou
E os negros trazidos do além-mar
Vindos para trabalhar
Na mais cruel escravidão
E no encontro das raças
Nasceu a mulata dessa miscigenação
Que saudade nos dá
Dos antigos carnavais
Show de Carmen Miranda
E os grandes bailes do Municipal

Aperta em cima, oi, segura em baixo
É só mutreta, é cambalacho

Tá virando picadeiro, ôôôô, país tropical
Onde o povo- equilibrista
Vive de salto mortal
Chega não aguento mais
Levaram o pau e os ricos minerais
E a queimada continua
A Amazônia já esta ficando nua

A Formiga vem desvendando esse mistério
Na Sapucaí, ouça o grito da Império