FICHA TÉCNICA 2012

 

Carnavalesco     Jose Ramos (Ramos Formigão)
Diretor de Carnaval     Anderson Santos
Diretor de Harmonia     Carlão
Diretor de Evolução     Carlão
Diretor de Bateria     Léu
Puxador de Samba Enredo     Fabinho Piraça
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Andersom de Araújo Américo e Milena de Oliveira Barbosa
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Não teve
Resp. Comissão de Frente     Bruno
Resp. Ala das Baianas     Claudir
Resp. Ala das Crianças     Fátima
Resp. Galeria de Velha Guarda     Rose

 

SINOPSE 2012
Da coroa da criação a um grito por liberdade

Justificativa:

          A imaginação de Oldumaré vem representada a visão que Olodumaré imaginava o mundo.
          Baianas o reino de Olokun o reinos da águas, Olokun é o Orixá Senhor do mar, é andrógino, metade homem e metade-peixe, de caráter compulsivo, misterioso e violento.
          Elementos da criação: vem simbolizando a galinha da angola a terra e uma pomba branca a onde criou o ar e camaleão e fez que ele caminhasse.
          Seres vivos: vem simbolizando quando Obatalá modelou em barro os seres humanos.
          Sopro da vida; vem representa representado quando Olodumaré deu um sopro nas molde de Obatalá para da à vida nos seres humanos.
          O reino do Congo: vem representada região da África que vivia, em guerras entre vários reinos e tribos rivais, faziam prisioneiros em conflitos e vendiam-nos para árabes e europeus.
          O Reino do Congo teve importante participação no desenvolvimento do tráfico de escravos.
          Guerreiros Jagas: eles representam a grupos de nativos africanos, predominantemente nômades, que se caracterizavam por não trabalhar, dedicando-se à rapina e à violência sobre as populações.
          Os guerreiros de Aqualtume: Vem o reino de Aqualtune, filha do rei do Congo, viveu no século XVII. Comandou um exército de dez mil homens quando os Jagas invadiram o seu reino.
          Negro sofrimento além mar: vem representando Os escravos que viviam em senzalas, onde ficavam presos quando não estavam trabalhando, e eram responsáveis por todo trabalho braçal realizado nas fazendas. Trabalhavam de sol a sol e não tinham quase tempo para descansar.
          A vida útil do escravo adulto não passava de 10 anos (por causa da dureza dos trabalhos e precariedade da alimentação) e seus filhos eram seus substitutos.
          Qualquer deslize era motivo para as mais horríveis punições. Para fugir de todos estes sofrimentos, alguns escravos se suicidavam; outros matavam seus feitores e ainda os que fugiam para o quilombo.
          Diabo da ambição representada pela fantasia que na verdade simbolizam a ganância representa a crueldade.
          Palmares verde paraíso representando o maior quilombo das Américas, um local onde os negros podiam viver em liberdade, lugares onde havia Palmares, solo fértil e vegetação abundante nove rios.
          Igualdade e conquista Luta e resistência sempre foram características da população negra. O movimento negro é o mais antigo movimento social, em mais de quatrocentos anos de luta, desde os quilombos ao movimento negro contemporâneo, chegando às diversas organizações, entidades e articulações de grupos anti-racistas em nossos dias atuais.
          Essa longa experiência de luta acumulada desde os tempos coloniais por africanos e seus descendentes é nosso mais valioso patrimônio cultural, fonte inesgotável da resistência que opomos à continuada opressão desumanizadora do racismo. Renunciar à luta para eliminar o racismo é renunciar a nossa humanidade.
          Liberdade tão sonhada: Somente no dia 13 de maio de 1888 através da Lei Áurea que finalmente a liberdade tão merecida foi alcançada pelos negros brasileiros.
          Esta lei foi assinada pela Princesa Isabel e aboliu de vez a escravidão.
          Infelizmente ao serem alforriados os negros não sabiam o que fazer com a sua liberdade porque não tiveram nenhum amparo do governo e uma maioria continuou nas fazendas onde trabalhavam, mas ganhando salários irrisórios, outros foram para as grandes cidades e acabaram na marginalidade.
          Cultura e religião: A contribuição cultural de escravos-negros é enorme. Na religião, música dança, alimentação, língua, temos a influência negra, apesar da repressão que sofreram as suas manifestações culturais mais cotidianas. No campo religioso, a contribuição negra é inestimável, principalmente porque os africanos, ao invés de se isolarem, aprenderam a conviver com outros setores da sociedade.

Sinopse:

Primeiro Setor

          África mãe, berço da existência da humanidade e terra onde viveram nossos ancestrais.
          Desde o inicio a mãe África sempre foi palco muitos conflitos e sangrentas batalhas.
          Mesmo antes de o mundo existir os conflitos já faziam parte do dia a dia de nossos antepassados, assim como conta a lenda da criação do mundo.
          Há muito tempo, quando o mundo era apenas imaginação de Olorum, ele encarregou Obatalá de criar o mundo e entregou a ele o saco da criação.
          Obatalá foi consultar Orunmilá, que lhe recomendou a fazer uma oferenda, mais o mesmo não deu importância.
          Chegado o dia da criação, Obatalá se pôs a caminho, onde Exu era o guardião.
          Vendo que Obatalá não tinha feito às oferendas, Exu usou seus poderes para se vingar e uma grande sede começou a atormentar Obatalá que se aproximou de uma palmeira e fez jorrar vinho.
          Obatalá bebeu até embriagar-se logo adormeceu.
          Quando se certificou do sono de Obatalá, seu irmão caçula Odudua apanhou o saco da criação e foi a seu pai pedir que desce a ele tal missão, Olodumaré logo confiou a ele a criação do mundo.
          Assim ele desceu até a superfície do mar e abriu o saco da criação deixando cair um punhado de terra, e cinco galinhas de angola voarão e começaram ciscar espalhando terra, em seguida com uma pomba branca criou o ar e camaleão e fez com que ele caminhasse naquela superfície.
          Logo Obatalá despertou tomou conhecimento do ocorrido e voltou a Olodumaré contando sua história, que nada pode fazer, mais disse a ele que a missão não estava ainda completa e Olodumaré concedeu á Obatalá à criação de todos os seres vivos que habitariam a Terra.
          Obatalá modelou em barro os seres humanos e um sopro de Olodumaré os animou.
          O mundo agora se completara.

Segundo Setor

          Agora já era meado do século XVI e varias regiões da África viviam em guerras entre vários reinos e tribos rivais, faziam prisioneiros em conflitos e vendiam-nos para árabes e europeus. De fato, este foi um dos elementos chaves responsáveis pela mercantilização dos povos africanos.
          Aqualtune, Filha do Rei do Congo, a princesa, comandou um exército de dez mil homens quando os Jagas invadiram o Congo, Aqualtune foi para frente de batalha defender o seu reino mais foi derrotada, logo depois foi levada como escrava para um navio negreiro e desembarcada em Recife.
          Como era forte e saudável Aqualtune foi destinada à reprodução de futuros escravos.
          As escravas não possuíam família, cidadania, ou qualquer direito. Sendo obrigadas a aceitar estupros e relações não consentidas. Devido aos maus tratos e péssimas condições de vida, muitos eram os negros fugiam e se embrenhavam mata à dentro, formando focos de resistência.
          O negro chegava ao Brasil tendo como porta de entrada a Bahia, ali seguiam para diversas regiões do país, muitos eram levados para extração de pedras preciosas na grande Mina gerais onde o olho da cobiça da coroa Portuguesa se fazia presente.
          Quando Aqualtune chegou ao Brasil, por volta de 1600, cerca de quarenta escravos fugidos chegaram à Serra da Barriga, onde havia palmeirais, solo fértil, vegetação abundante e nove rios. Por essa razão, escolheram o lugar para viver, formaram vários povoados fortificados e deram-lhe o nome de Quilombo de Palmares. A região não ficava muito distante de Porto Calvo, localizando-se em parte das terras de Pernambuco e de Alagoas. Foi o maior quilombo das Américas, um local onde os negros podiam viver em liberdade.
          Aqualtune, nos últimos meses de gravidez, preparou a fuga com alguns companheiros, e dirigiu-se ao Quilombo dos Palmares. Lá organizou um Estado Negro e naquele território teve sua ascendência real reconhecida, rituais e tradições respeitadas, passando a chefiar uma das povoações que levou o nome de Mocambo de Aqualtune. Isto porque, nos quilombos, os governos eram dados àquelas pessoas que na África tinham tido um passado de chefia.
          Por volta de 1670, havia cerca de cinqüenta mil pessoas nos quilombos, dentre ex-escravos, índios e brancos fugidos da lei.
          Segundo a historia, Aqualtune teve várias filhas e filhos, entre os quais: Gana Zona e Ganga Zumba. Em 1655, Sabina deu-lhe um neto, nascido quando Palmares se preparava para mais um ataque holandês. Por isso, os negros cantaram e rezaram pedindo aos Orixás que o Sobrinho de Ganga Zumba, e, portanto seu herdeiro crescesse forte, e deram-lhe o nome de ZUMBI.

Terceiro Setor

          A criança cresceu livre e passou sua infância ao lado de seu irmão mais novo chamado Andalaquituche, garoto ainda Zumbi conhecia Palmares inteiro. Passam-se os anos e Palmares torna-se cada vez mais uma potência. Mais de 50.000 habitantes livres, distribuídos em vários mocambos. Zumbi cresce e se casa com Dandara. A população negra agrupada no Quilombo dos Palmares resistiu por quase um século aos ataques.
          A princesa Aqualtune morreu em uma das batalhas comandadas pelos paulistas para a destruição dos quilombos. Sua aldeia foi queimada em 1677, e ela já idosa, faleceu lutando.
          A lei Áurea foi assinada, mais até hoje brigamos por igualdades sociais.
          Também carregamos na alma a continuidade e a tradição de nossa cultura e religião através dos tempos.
          Hoje olho para o futuro vejo que muitos conflitos e grandes batalhas ainda serão necessários para fazer um mundo melhor para nossas futuras gerações.
          Sabemos que, muitas Aqualtumes e zumbis ainda surgirão na história porque o sol nasceu para todos.

Jose Ramos (Ramos Formigão)

 

Roteiro do desfile:

Nome da Fantasia Nome da ala Descrição Responsável pela ala
Comissão de Frente: A imaginação de Olodumaré (Olorun)
1° Tripé: A coroa da escola
1° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: A luz da criação
1 O reino de Olokun Baianas   Claudir
2 Discórdia (Exu)      
3 Elementos da criação      
4 Seres vivos Crianças   Fátima
5 O sopro da vida      
6 O reino do congo      
7 Cultura africana      
8 Os guerreiros Jagas Bateria   Léu
9

Os guerreiros de Aqualtume

Passistas    
10 Sofrimento alemar      
11

Diabos da ambição

     
11 Palmares o verde paraíso      
12 Igualdade e as conquistas      
13 Cultura e tradição Velha Guarda   Rose
14 Liberdade tão sonhada      
15 Cultura e religião      

 

SAMBA ENREDO                                                2012

Enredo     Da coroa da criação a um grito por liberdade
Compositores

    Crispim Lourenço dos Santos, José Mario Nogueira (Zezé), Reginaldo Gregório da Luz (Naldo Careca), Luiz Antonio Alves (Tonho), Luiz Carvalho Moraes Junior (Binho Imperial) e Jorge Elany (Jorginho)

Axé mãe África
Berço dos nossos ancestrais
Para criação do mundo
Olorum enviou Obatalá
Ao desobedecer Orunmilá
Foi castigado pelo guardião
Do vinho bebeu e adormeceu
Ododua cumpriu a missão

Galinha d'Angola e a pomba branca
Criaram a terra e o ar
Reluzente rompendo a aurora
Vi o camaleão caminhar

Quando Obatalá despertou
Olodumarê deu nova missão
De criar os seres viventes
Fez o homem a mais perfeita criação
Bravos negros africanos
Aqualtune, valente guerreira
Lutaram pelo fim da escravidão
Defendendo nossa bandeira
Os ideais da libertação
Qual lamento ecoou pelos ares
Com a benção dos orixás
Acende a chama no Quilombo dos Palmares

Ba ô Zumbi, Zumbi auê
Sou Imperial, raça e tradição
Se raiou o sol da liberdade
Aonde está o meu quinhão