Alô, Alô, Carmem Miranda

          De nascimento, a PEQUENA NOTÁVEL, era portuguesa, nasceu em 09 de fevereiro de 1909, e chegou ao Brasil, para ficar e encantar seu público, com apenas 10 meses de idade.
          MARIA DO CARMO MIRANDA DA CUNHA, de cativantes olhos verdes, gestos brejeiros, com sandálias de saltos altíssimos, muito brilho, bijuterias, balangandãs, tinha um modo peculiar de cantar, dançar e interpretar, que fizeram de CARMEM MIRANDA um dos maiores mitos das artes cênicas internacionais. É até hoje lembrada e reverenciada no mundo inteiro.
          Seu MUSEU recebe visitantes turistas internacionais, que vêm, especialmente, ao Rio de Janeiro, para conhecer a obra dessa artista, que jamais será esquecida.
          Foi na pensão administrada por sua mãe, onde Carmem ajudava que ela foi descoberta aos 19 anos, por Aníbal Duarte. Este, por sua vez, impressionado com sua voz, a apresentou ao compositor e violinista Josué de Barros que se tornou o seu padrinho na arte musical.
          A partir daí, tornou-se, com seu estilo próprio, na cantora mais popular do Brasil, gravando, aproximadamente, 280 musicas.
          "TRISTE JANDAIA", "DONA BALBINA" é seu primeiro disco gravado na RCA Victor.
          "PRÁ VOCÊ GOSTAR DE MIM", mais conhecida como "TAÍ", do compositor Joubert de Carvalho, em 1930, vendeu mais de 35 mil cópias.
          "SAIA, SOIÔ" que Josué de Barros compôs, especialmente, para Carmem, marcou o aparecimento da "PEQUENA NOTÁVEL".
          "GOOD BYE" e "CAMISA LISTRADA" do compositor Assis Valente, e assim como "TICO TICO NO FUBÁ" são sucessos até hoje cantados.
          Em 1931, Carmem - "A NAMORADA DO BRASIL" – Miranda, faz sua primeira viagem à Buenos Aires, em companhia de Mário Reis e Francisco Alves, atuando no Cine Broadway, aos 22 anos.
          No cinema, Carmem Miranda participou de seis filmes brasileiros:

• "O CARNAVAL/ CANTANDO NO RIO" média metragem de Adhemar Gonzaga e Humberto Mauro.
• "A VOZ DO CARNAVAL"
• "ALO, ALO BRASIL"
• "ESTUDANTES"
• "ALO, ALO CARNAVAL" e
• "BANANA DA TERRA".

          Com contrato para se apresentar na RÁDIO MAYRINK VEIGA, o sucesso de Carmem é total. CAPA DE REVISTAS lança moda com sua maneira original de se vestir, sempre elegante e sensual.
          Aos 27 anos viaja em nova temporada para Buenos Aires e passa a ser conhecida como a "EMBAIXATRIZ DO SAMBA", cantando acompanhada do conjunto musical "BANDO DA LUA", dos músicos Laurindo de Almeida, Zezinho (Zé Carioca) e Eugênio Martins.
          ZEZINHO => o "ZÉ CARIOCA", mais tarde, nos Estados Unidos, tornou-se o conhecidíssimo ZÉ CARIOCA, personagem de histórias de quadrinhos, criado pelo famoso desenhista "WALT DISNEY".
          No seu último filme brasileiro, "BANANA DA TERRA", Carmem lança o traje de "baiana estilizada" que seria, a partir de então, por toda a sua trajetória artística, sua marca registrada.
          É no palco do CASSINO DA URCA, entre homens e mulheres elegantes, no tilintar das taças de champanha, nas mesas de carteados, que Carmem se faz notar, sendo contratada pelo empresário "LEE SHUBERT" para participar da revista musical "STREETS OF PARIS" na BROADWAY, onde seria chamada de "BRAZILIAN BOMBSHELL".
          No seu retorno ao Brasil, após algum tempo no exterior, Carmem foi recebida com frieza, por seu público, enquanto cantava no CASSINO DA URCA. Então, ao lado de GRANDE OTELO, cantando, deu sua resposta, interpretando o samba de Vicente Paiva e Luiz Peixoto "DISSERAM QUE VOLTEI AMERICANIZADA".
          Aos 31 anos participa do filme americano "SERENATA TROPICAL", e se exibe na CASA BRANCA, durante banquete ao presidente ROOSEVELT, fazendo-se acompanhar do BANDO DA LUA.
          Aos 32 anos imprime suas mãos e sandálias na calçada do TEATRO CHINÊS, de Los Angeles.
          Entre 1940 e 1955, Carmem participa de mais 14 filmes americanos e conquista o publico do mundo inteiro através de seus filmes e viagens á Europa.

Taí!

          O G.R.E.S. IMPERIAL DE NOVA IGUAÇU convida a todos, cantar e exaltar, tão grande artista, que por sua vasta obra, jamais poderá ser esquecida.
          ALO, ALO, CARMEM MIRANDA! É um tributo à mulher, à artista, a NAMORADA DO BRASIL, que tanto amou a pátria que a acolheu, interpretando a malícia da mulher brasileira.
Sua trajetória artística foi meteórica, como um cometa de longa cauda brilhante, que não se apaga.
          Assim foi, e ainda é, a vida artística de CARMEM MIRANDA, para sempre imitada, mas nunca igualada!

Maria José de Carvalho e Gláucia Silva Leite