FICHA TÉCNICA 2013

 

Carnavalesco     Cahê Rodrigues, Mário Monteiro e Kaká Monteiro
Diretor de Carnaval     ................................................................
Diretor de Harmonia     ...............................................................
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     ................................................................
Puxador de Samba Enredo     ................................................................
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................
Resp. Galeria de Velha Guarda     ................................................................

 

SINOPSE 2013

Pará - O Muiraquitã do Brasil - Sob a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia

Sinopse:

“Sob a nudez forte da verdade, um manto diáfano da fantasia.”
(Eça de Queiroz)

Bateu com o pé direito no chão com mais força, depois cuspiu para frente! Pronunciou duas ou três vezes com voz rouca:
Hê, hyá, hyá, hyá, e seguiu dizendo:
Cúara tece o inicio do dia
É de manhã!
O oby tinge a retina dos olhos de quem vê
Chocalho de cobra, onça pitada, ariranha, garça branca e guará!
Cheiro de mato.
É o Uirapuru quem canta primeiro.
Levo as mãos à pedra verde: Dê-me a sorte oh Muiraquitã!
O ibitu sopra o destino das águas
Faz o verde do aningal se apekúi
Por de trás da folha verde se vê o povo Tupinambá!
No corpo, seu manto sagrado de pena
Na alma, a incorporação do poder de um gavião real!
Festança de índio, dia para ritual!
É Karajá, Tapajó, Kayapó, Arara, Araweté, Munduruku e Assurini.
Sou morubixaba de tudo que se vê por aqui!
No verde encontrei riqueza, “jóia” de índio!
A riqueza que “karaiba” gostou:
O sabor do açaí, a fibra do cupuaçu, tucumã, taperebá e bacuri.
Peixe do rio, caroço da inajá!
É meu, mas eles querem!
A cobiça cruza nossas águas em barco grande
Os olhos do Mapinguari
A boiúna faz as águas se apekúi
É gente que chega! Gente de todo canto
A taba pinta o corpo pra luta
Tupã faz o céu roncar!
Tá guardado no seio da natureza a riqueza que eles procuram
De tudo um pouco eles querem levar
Do ouro da serra à seiva que escorre
da ferida no tronco da árvore
Faz seus olhos brilharem!
A “fortuna” que a borracha do tempo ainda não pode apagar!
Tá aqui até os dias de hoje
Em fachada de casa
Em cristal de lustre que “alumeia” a beleza do theatro.
Até hoje é assim!
Pra falar de riqueza pelas bandas daqui,
tem que voltar pra floresta
O dono da terra é quem ensina como é que faz
pra lidar com a natureza
Pois é dessas matas que as sementes colhidas
vão enfeitar outros chãos.
Dar adeus a floresta nativa, ser polida, jóia cabocla...
sonho de artesão.
Nesse dia, quando o homem aprender com a gente daqui,
a natureza respeitar
Todo povo vai sair na rua pra cantar.
Nas terras do Marajó, Santarém ou em Belém.
Nossa gente vai festejar:
Traz jambú, camarão seco, tucupi e mandioca.
Oferta a toda gente o tacacá!
Leva o Boi pra rua
Faz festa pra saudar o Boto!
Põe a Marujada pra dançar!
Saia de roda e estampa florida
Roda menino, gira menina
Canta a ciranda mais bonita
Dança o Carimbó e o Siriá!
“Treme” o Povo do Pará!
O artesão fez a sua peça mais bela para ofertar:
Cestaria, cerâmica, um trançado de juta
Da cabaça ele fez cuia, do Miriti arte para brincar!
O Romero ergue as mãos
Fita com os olhos o azul que tinge o céu.
A santa ouviu a prece do caboclo:
Outubro se faz agora!
Meu povo já está na rua
Do altar do carnaval se avista o andor e a berlinda florida
A voz do povo faz o canto ecoar mais uma vez
Quem pede é o folião,
Por hoje, romeiro de fé:
Oh Santa!
Dai-me nas Cinzas desta quarta-feira,
O caminho para mais uma vitória
E uma alegria para a vida inteira!
O Pará, seu sabor, seu cheiro, sua gente, suas tradições,
estão na Avenida.
É a Imperatriz quem lhe apresenta aos olhos do mundo:
No futuro, um exemplo a ser seguido.

Carnavalescos: Cahê Rodrigues, Kaká e Mario Monteiro
Pesquisa e texto: Cahê Rodrigues e Leandro Vieira

Glossário:

  • Hê, hyá, hyá, hyá – Canto tupinambá

  • Cuara – sol

  • Oby – verde

  • Ibitu – vento

  • Apekúi – alvoraçar

  • Morubixaba – cacique, chefe da tribo

  • karaíba – homem branco

  • Mapinguari -  Mapinguari tem o corpo todo coberto de pelos, com a aparência de um enorme       macaco. Possui um único olho na testa e uma boca gigantesca que se estende até a barriga.

  • Boiuna - Cobra grande

  • Taba – Aldeia, Lugar

  • Muiraquitã- Espécie de amuleto da sorte para os índios

  • Kayapos, Mundurucu,Asirini, Tapajós, Tupinambás: Tribos Indígenas

  • O Aningal - é uma plantação característica das ilhas aluviais dos rios amazônicos, principalmente às margens dos rios e igarapés amazônicos.

  • Cupuaçu,Tucumã, Bacuri, Taperebá – Frutas da região

  • Jambú - É uma erva típica da região norte do Brasil, principalmente região amazônica e no estado do Pará.

  • Tucupi – É um tempero e molho de cor amarela extraído da raiz da mandioca.

  • Tacacá - É uma iguaria da região amazônica brasileira, em particular do Pará.

  • O Síria - Dança brasileira originária do município de Cametá, localizado no estado do Pará.

  • O Carimbó - A mais extraordinária manifestação de criatividade artística do povo paraense, misturando dança e canto.

  • A Marujada – Uma das mais belas manifestações religiosas do folclore paraense.

  • O  “Treme” - é o mais recente ritmo do Pará. Uma mistura de música  eletrônica misturada a outros ritmos populares do estado.

  • Berlinda – Espécie de cúpula que leva a nossa Senhora do Nazaré no dia da procissão.

 

SAMBA ENREDO                                                2013

Enredo     Pará - O Muiraquitã do Brasil - Sob a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia
Compositores     Me Leva, Gil Branco, Tião Pinheiro, Drummond e Maninho do Ponto

Raiou Cuara!
Oby aos olhos de quem vê!
Eu bato o pé no chão, é minha saudação,
Livre na pureza de viver!
Sopra no caminho das águas
O vento da ambição!
O índio, então...
Não se curvou diante a força da invasão,
Da cobiça fez-se a guerra,
Sangrando as riquezas dessa terra!
Cicatrizou, deixou herança,
E o que ficou está em cartaz...
Na passarela, “estado” de amor e paz!

Siriá... Carimbó... Na ciranda eu rodei!
No balanço da morena... Me apaixonei!
O bom tempero pro meu paladar...
De verde e branco “treme” o povo do Pará!

A arte que brota das mãos,
Dom da criação, vem da natureza...
Da juta trançada em meus versos
Se faz poesia de rara beleza!
Oh! Mãe... Senhora, sou teu romeiro,
A ti declamo em oração:
Oh! Mãe... Mesmo se um dia a força me faltar,
A luz que emana desse teu olhar
Vai me abençoar!

No Norte a estrela que vai me guiar,
Exemplo pro mundo: Pará!
O talismã do meu país,
A sorte da Imperatriz!