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FICHA TÉCNICA 2010 |
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Carnavalesco | Arthur Reiy |
Diretor de Carnaval | ............................................................... |
Diretor de Harmonia | ............................................................... |
Diretor de Evolução | ............................................................. |
Diretor de Bateria | ................................................................ |
Puxador de Samba Enredo | ................................................................ |
Primeiro Casal de M.S. e P. B. | ................................................................ |
Segundo Casal de M.S. e P. B. | ................................................................ |
Resp. Comissão de Frente | ................................................................ |
Resp. Ala das Baianas | ................................................................ |
Resp. Ala das Crianças | ................................................................ |
Resp. Galeria de Velha Guarda | ................................................................ |
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SINOPSE 2010 |
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Bendita Baderna Justificativa:
A marcha carnavalesca, conhecida como "marchinha", é um gênero da música popular brasileira, cujo irreverente repertório possui as canções mais populares do Brasil. "Ô Abre Alas" de Chiquinha Gonzaga, composta especialmente para o Cordão Rosa de Ouro, foi a nossa primeira música carnavalesca, invencível desde 1899, abrindo fértil caminho que se desenvolveu, criando um novo gênero. Entretanto, até a década de 20, não surgiram muitos compositores de marchinhas, obrigando os cariocas a importar músicas de várias procedências, podendo ser francesas como a "Les pompiers de Naterre", americanas como o cakewlak, habaneras cubanas, ou portuguesas como "Caninha verde", além de valsas, maxixes, chulas e schottisches. Sinopse: Conta uma antiga lenda carioca, que certa vez, lá pelos lados da Rua do Ouvidor, houve um apaixonado Pierrô, que abandonado e desesperado, quase morreu de tanto amor! Sabe-se que, derramando-se em saudades, ao beijar os lábios da Nostalgia, sentiu falta da Poesia que saltitava pelas canções. Ai quem lhe dera abrir alas para alegria, e ofertar rosas de ouro, pra mulata e pra moreninha rivalizarem com loirinha, aos olhos das multidões! Então, encabulado, saltou de banda, meio de lado, feito criança a chorar, fazendo manha, dando careta, querendo colo, pedindo chupeta. Por entre chuvas de confetes e batalhas de serpentinas, na guerrilha dos limões da varanda das meninas, foi atrás determinado, do rastro de sua Colombina. Seguiu pela avenida das ilusões, em busca daquele batuque saudoso, do embalo irreverente, mas só encontrou pela frente, uma camélia a suspirar, nos braços de uma jardineira em soluços a lamentar.
Se preciso fosse, iria até às touradas de Madri e não voltaria mais aqui, nem pela bravura de Peri, nem pela beleza de Ceci; mas perguntando ao mal-me-quer, o que seria na verdade, o amor de uma mulher. Queria saber a todo custo, se a Poesia ainda existia, e por onde andaria, fosse noite ou fosse dia, pelos becos da boemia, ou pelas ruas ao luar. Para reencontrar seu grande amor, atravessaria até mesmo o Saara, implorando por Allah, com o sol inclemente à cara. Iria até à Martinica, lembrando-se de Chiquita, vestida em casca de nanica, do tipo exportação. E no calor cada vez mais forte, quem sabe até tivesse a sorte, da falta d'água escapar, se ao menos chovesse para aliviar!
Nos devaneios de sua busca, sassaricando por lampiões a gás, foi pensando a cada esquina, onde foi parar o sorriso daquela divina, que o tempo deixou para trás. Teria se perdido em um corso, num rancho ou num cordão? Ou estaria vivendo em luxos como francesinha num salão? Para esquecer as mágoas, tem gente que vê alento nas cachaças, e garrafa cheia não quer nem ver sobrar; mas o apaixonado preferiu na folia, sua Colombina procurar. Quem sabe em Paquetá, num piquenique lá na Barra ou numa tarde no Joá? Cansado de peregrinar resolveu pegar um bonde; pediu moeda a quem passava, mas foi aquela confusão; bebeu até cair, e dinheiro não teve não. Foi acordar ainda meio tonto, zonzo e atordoado, cambaleante e assustado, com um índio a esbravejar; por conta de um apito, por conta de um colar!
De um jovem mal-falado teve ajuda para se levantar, encontrando forças na alegria do som de um cordão: bolas pretas a revoar numa alegria infernal, onde todos eram de coração, foliões do carnaval. Reparou na rapaziada, que com bafo de onça ia dizendo no pé, cabrochas gingando, e como tinha mulher! E lá iam caciques brincando juntinho, dando água na boca de quem estava sozinho. Foi aí que o Pierrô deu-se conta do tempo que vagueava, em busca de sua amada que de jeito algum encontrava. Resolveu seguir uma banda que por ali passava, cantando coisas de amor, e atrás gente sofrida, despedindo-se da dor. Cheio de tristeza, mas repleto de saudade e amor, cantarolava pelas ruas sua inebriante dor, sem mais saber o que fazer! Sem seu tormento esconder!
Ao cansar sentou-se no banco de uma velha praça... e reparou que era a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim dos carnavais de outrora. Notou a velha árvore marcada a canivete, onde um coração desenhado eternizava sua paixão do passado. Então veio-lhe a imagem de sua pequena, num glamouroso baile de carnaval, com uma luxuosa máscara negra, ao som de uma orquestra magistral. Era mais um na multidão sem igual, entre rostos escondidos a transformar a noite num momento especial. Onde está sua Colombina que sumiu, desapareceu? Ninguém sabe, ninguém viu, será que se perdeu? Culpa do tempo, do esquecimento, ou do encanto que morreu? "Quem é você?" "Adivinhas de gosta de mim!" Hoje dois mascarados procuram os seus namorados perguntando assim!
Como era bom desbravar ruas, com cara suja de farinha, e terminar a noite num colorido salão, ao som de uma marchinha! A voz do Theatro, da Cinelândia, da Revista, da sétima arte, do artista... que cantava coisas da cidade, era crítica de verdade! Lembrou-se de Chiquinha, e dos gingados da portuguesinha, da brilhante estrela Dalva, Lamartine, Noel Rosa, e de João de Barro, nosso imortal Braguinha! Testemunhas de seu amor pela doce Colombina, desde o tempos da Vassourinha às buzinadas do Chacrinha! Não desistiria de reencontrar a sua amada, declamando na avenida uma ode enluarada.
Quando então já desistia, desiludido e descontente, surgiu a sua frente, a sorridente Colombina, toda faceira e irreverente, em perfume, confete e serpentina. Disse a bela encantadora que nunca desaparecera, pois morava "cabrocha" no coração de quem dela não se esquecera; e nem dos grandes carnavais, dos lanças-perfumes e limões de cera. Ainda viveria, por muito tempo nos sonhos de seu Pierrô, ao som de uma doce marchinha, como cantiga de amor... entre o sagrado e o profano, pelas ruas e salões, numa bendita baderna, encantando foliões! Sem carnaval seria impossível a felicidade, histórias de amor, e majestade... nos traços e nos compassos da Maravilhosa Cidade.
Arthur Reiy |
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SAMBA ENREDO 2010 | |
Enredo | Bendita Baderna |
Compositores | Wando Simpatia, Lamano, Noronha, Carlinhos do Sete e Mauricio Sabiá |
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Meu amor... "Yes, nós temos
bananas" "Tomara que chova" poesia "Cidade Maravilhosa" |