FICHA TÉCNICA 2004

 

Carnavalesco     Maurício Soares e Mário Fernando Pires
Diretor de Carnaval     ..............................................................
Diretor de Harmonia     ...............................................................
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     ................................................................
Puxador de Samba Enredo     ................................................................
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................

 

SINOPSE 2004

Um conto Tapajó-Madeira, 'Foliões' enfeitando a fauna brasileira

Justificativa do enredo

          A Escola de Samba é um modelo social, pois a interação entre seus componentes parte apenas da vontade de se divertir, cantando e dançando. Ela tem o compromisso com o povo de levar a informação, cumprir seu dever institucional e fazer valer cada vez mais a cidadania.
          A Foliões de Botafogo acredita que através do Desfile das Escolas de Samba, o Carnaval contribui para o quadro cultural do Brasil e, é com o compromisso de produzir conhecimento, sobretudo cultural no seio da sociedade, que o G.R.E.S. Foliões de Botafogo vem, com a interpretação de um conto indígena, partindo de suas tradições; colaborar, modestamente, na manutenção dos valores das culturas indígenas. Ademais, desejar, com esta contribuição, pagar um pouco a dívida histórica que temos para com os povos da floresta.
          Revisitar, através de "Um Conto Tapajó- Madeira, Foliões Enfeitando a Fauna Brasileira", a sabedoria ancestral que é muito importante para nós , pois defendendo as culturas indígenas, estamos defendendo nossa identidade nacional
          Carnaval é paixão, a Foliões é amor que irmanada com o povo indígena quer cada vez mais alto levantar a bandeira da educação, da cidadania, da informação, da cultura e da consciência política. Sabemos que ainda é muito pouco, mas temos a certeza que um dia poderemos comemorar a vitória de um mundo melhor.

Introdução:

          Apresentar, através de um conto, a profunda capacidade de observação da natureza, com suas forças, e da vida, com suas múltiplas vicissitudes, a sabedoria indígena, tecida através da sintonia fina com o universo, mostrar como os animais adquiriram suas cores e formas, embelezando a fauna brasileira.
          Os índios Cinta Larga (Matétamãe), da área cultural dos Tapajós -Madeira, contam uma estória que visa explicar o surgimento das cores e formas nos animais. E eles a contam ainda hoje:
          Antigamente, os animais e os pássaros não eram bonitos nem coloridos. Por isso, pareciam tristes. Eles mesmos ficavam descontentes quando olhavam uns para os outros.
          Vendo este estado de ânimo tão triste, o Grande Espírito teve pena deles e se propôs a modificar essa situação. Plantou no meio da floresta uma árvore imponente e bela. Mas, no lugar das folhas, estavam nela os mais diferentes e coloridos objetos dependurados.
          O Grande Espírito dispôs o seguinte: cada animal ou pássaro podia escolher o objeto e a cor que mais lhe agradasse. Todos acorreram a ver aquela árvore maravilhosa, que se sobressaía com sua copa por sobre todas as outras.
          Os primeiros a chegar foram os macacos. O chefe deles pôs-se a olhar e logo decidiu:
          - Quero aqueles raminhos curvos. Vamos usá-los como cauda para nos pendurar e nos segurar nas árvores. Cada macaco vai carregá-lo atrás, como os homens carregam o arco. Todos os demais gritaram: - Sim, queremos para nós aqueles raminhos curvos!
          E, desde então, os macacos têm uma cauda encurvada e vigorosa, com a qual se seguram nas árvores e se orientam quando pulam de galho em galho.
          Em seguida, vieram os passarinhos. Do alto, onde estavam voando, viram o arco-íris dependurado da árvore. Pegaram para si e o aplicaram ao corpo. E se encheram de cores multicolores, combinando assim todas elas, ora mais vermelha, ora mais amarela, ora mais lilás, ora mais azul.
          A onça viu um vistoso manto preto dependurado de um galho. E pegou para si. Mas esse manto não foi suficiente para todas as onças. Por isso, existem hoje as onças pretas e as pintadas.
          O gavião viu um mantinho branco. Apressou-se a vesti-lo. Por isso, ele tem esse capuz branco no seu pescoço.
          O urubu preferiu um manto todo negro, que estava no outro lado daquela onça. Tomou para si e o vestiu. E até hoje todos os urubus são negros.
          A arara se impressionou com o azul de macio mantinho que pendia de um ramo da árvore. Foi e se vestiu com ele. Por isso, ela se chama hoje arara-azul.
          O beija-flor esqueceu seu minúsculo tamanho e escolheu para si um bico grande, que lhe impedia de alçar vôo. Tinha uma voz grossa que provocava hilaridade dos outros pássaros. Por sua vez o tucano escolheu cores vivas, amarelas e vermelhas para enfeitar seu papo, mas optou por um bico fino e comprido. Emitia uma voz tênue que destoava totalmente de seu tamanho. Todos caçoavam dele, o que aborrecia muito.
          Daí o tucano propôs ao beija-flor:
          - Vamos fazer unia troca que será vantajosa para nós dois. Você, beija-flor, me dá seu bico grande com a voz rouca e forte e eu lhe darei meu bico comprido e fino com a voz suave e tênue.
          O beija-flor, a princípio, não queria de jeito nenhum. Mas como não conseguia erguer vôo devido ao peso do bico, acabou por aceitar. Triunfou o bom-senso.
          Desde então, o tucano tem o bico grande e a voz forte e o beija-flor o bico fino e longo e voz suave.
          E assim vieram de todos os lados outros bichos, cada qual escolhendo a cor e forma de enfeite que mais lhes agradasse.
          No final, sobrou apenas um pequeno ramo esgalhado e algumas cascas grandes de nozes. O veado tomou o raminho esgalhado para enfeitar sua cabeça. Por isso, ele tem os chifres em forma de galhos. E a tartaruga, que demorou a chegar, teve que se contentar com as cascas de nozes, que ela habilmente soube ajeitar por sobre as costas, fazendo para si como um telhado.
          Desta forma, o Grande Espírito contentou a todos. Cada qual escolheu o que mais lhe agradou, se fez diferente dos outros e criou a variedade bela de toda a corrente da vida.
          Hoje, nesta festa que irradia felicidade, "Foliões", cantando e sambando, mostram este conto sapiencial, descobrindo mil razões para viver melhor, todos juntos, em plena harmonia: índio, fauna e flora, como uma grande família, na mesma Aldeia Comum., generosa e bela, o planeta Terra.

Sinopse:

          Os índios Cinta Larga (Matétamãe) da área cultural do Tapajós-Madeira, contam a estória: Estória cheia de poesia, quando os animais e pássaros não eram bonitos nem coloridos, descontentes viviam na floresta.
          Mas, no meio da floresta, surge uma luz divina, o GRANDE ESPÍRITO, o criador, propondo mudar a situação. E o que fez? Plantou uma árvore encantada, imponente e bela no meio da floresta, para que todos os animais e pássaros pudessem se colorir e enfeitar, embelezando COM ALEGRIA assim a fauna brasileira.
          "Sou índio Cinta Larga, agora vou contar... uma estória... Você pode ou não acreditar... É sabedoria indígena ancestral... e o 'FOLIÕES' abrilhantando o
carnaval.
          Lá, no seio da floresta, viviam animais que não conseguem se olhar... pois não eram bonitos e, nada tinham para se enfeitar. Eis, que surge o GRANDE ESPÍRITO num momento de magia e lampejo divinal, planta uma imponente e bela árvore... para modificar a situação. Mas, no lugar das folhas... Presentes coloridos, veio ofertar... Presença feita de mistério e encanto magistral, fez com que cada animal e ave escolhessem aquilo que mais lhes agradassem...
          Foi um corre pra cá... foi um corre pra lá... Para que todos pudessem se embelezar...
          Com raminhos curvos o macaco se encantou, transformou em cauda para de galho em galho de pendurar.
          Voando ruma a árvore, os passarinhos observaram um arco-íris de beleza sem igual, pegaram as cores para si, colorindo a natureza cheios de penas multicores...
          E assim... foram chegando vários animais... onças, gaviões, urubus, arara (AZUL) para poderem se enfeitar e, num diálogo se travou, a troca de bicos entre o tucano e o beija-flor... papagaios, cobras, peixes (ganharam suas variadas cores com os objetos coloridos que no rio caíram), jacarés, veados, tartarugas, a fauna em geral... vibram, na floresta com tanta beleza, agora harmonizados: com os índios e a flora brasileira...
          Desta forma, o GRANDE ESPÍRITO contentou a todos. Cada qual escolheu o que mais lhe agradou, se fez diferente dos outros e criou a variedade bela de toda a corrente da vida.

Maurício Soares e Mário Fernando Pires

Roteiro do desfile:

1° Setor: Animais sem cores e formas

  • Comissão de Frente: Índios Cinta Larga vem contar

  • Ala 1: Fauna entristecida

  • Carro Abre-Alas “O grande espírito”

2° Setor: Fauna enfeitada

  • Ala 2: Macacos (Ala das crianças)

  • Ala 3: Passarinhos (Ala das baianas)

  • Ala 4: Onças

  • Ala 5: Gaviões

  • Ala 6: Urubus

  • Ala 7: Arara Azul

  • 1° casal de mestre-sala e porta-bandeira: Beija-Flor e Tucano

3° Setor: Outros animais...

  • Ala 8: Bateria: papagaios

  • Ala dos passistas: Cobras

  • Ala 9: Peixes D'Água Doce

  • Ala 10: Jacarés

  • 2° casal mestre-sala e porta-bandeira: Equilíbrio Ecológico

  • Ala 12: Vitória Régia

  • Ala 11: Índios em harmonia com a fauna e flora

  • 2° Carro: Fauna e flora exuberante

 

SAMBA ENREDO                                                2004
Enredo

    Um conto Tapajó-Madeira, "Foliões" enfeitando a fauna brasileira

Compositores     George G.V, Geraldão, Erick Souza, Betinho do Cavaco e Tiago Fernandes

O arlequim põe um cocar
É carnaval vem balançar
Minha tribo traz lição
Que o criador deixou
Cultura que ele abençoou

Ouvi contar...
Estórias lá do seio da floresta
Os animais eram sem cores, sem amor
Num lampejo divinal
O grande espírito plantou
Árvore encantada...
Magia se espelhando pelo céu
Presentes nos galhos e o toque de beleza
Fez reluzir a natureza

Índio guerreiro, é filho da terra
Com felicidade vem dançar
É cinta larga, é pele dourada
Por toda cidade, vai cantar

Vem ver ... aves bailam no ar
Papagaio a cantar, lindo show multicor
Vêm os macacos, sedução, das águas vêm fascinação
Tem onças pintadas, mistérios da mata
Tucano e Beija - Flor
Vejo a vida em formas brotar
E o sonho se realizar...

O conto brasileiro é energia
Foliões traz prá avenida...
Transformando em fantasia!!