A história do
futuro
Justificativa:
Do futuro, só sabemos que ele virá. Do presente temos um conhecimento relativamente confuso, se não, totalmente distorcido, já que estamos dentro dele e que se trata de uma realidade em transformação, de êxitos incertos. A única certeza reside no passado, única fase realmente imutável da nossa existência. Podemos removê-lo, esquecê-los, mas não apagá-lo. Podemos fragmentá-lo, disfarçá-lo, porém, jamais modificá-lo.
Contudo, não vivemos senão, projetados no nosso futuro. Quase nunca pensamos no presente e quando o fazemos, não é mais do que para nos dar indicações, acerca de como dispor do nosso futuro. Portanto, passado e presente, não passam de instrumentos para condicionar a única realidade que realmente nos interessa, ou seja, a futura. No fundo, no fundo, nós não vivemos, mas, esperamos viver. Desde o passado mais remoto, o que nos reserva o porvir é uma preocupação constante, e esta obsessão em conhecer o futuro se tornou nossa estrela guia.
Das profetisas da Antiguidade, até os nossos dias reconstruiremos a história do que foi dito e escrito nos séculos, sobre o futuro destino do homem.
Faremos uma viagem apaixonante, pelo mistério insondável das artes divinatórias, que inclui entre suas etapas mais significativas a civilização dos Caldeus, os primeiros grandes investigadores das estrelas, e tentaremos decifrar os números ocultos da Grande Pirâmide. Passaremos pelas profecias bíblicas e o Apocalipse de São João; mergulharemos no universo da Inquisição Medieval e a feroz caça às Bruxas; conheceremos as Centúrias de Nostradamus e a sua força premonitória e, finalmente, este viagem chegará ao Brasil, terra mística e abençoada, local onde todas as artes divinatórias se encontram e se misturam no enorme caldeirão da cultura popular.
Contar a história da busca humana em desvendar o futuro é também uma maneira de desmistificar a afirmação que o "futuro a Deus pertence", para reafirmarmos que, em tempos de "livre arbítrio", o futuro a cada um de nós pertence; e modificá-lo para pior ou para melhor é nossa responsabilidade única e intransferível. Um feliz novo amanhecer para todos nós.
Sinopse:
Vem, oh imponente leão! reluzente como o sol regente, iluminar as antigas civilizações.
Deixa a tua morada que é a quinta casa zodiacal e, hoje, da Lua e das estrelas, as tuas guias. E assim, nos releve os segredos do futuro.
Saudai a Mesopotâmia, senhora de tantos séculos, berço da astrologia; saudai também a mística civilização dos Caldeus, herdeiros de tão bondosa mãe, senhora das estrelas, porque dentre todos foram os primeiros a decifrar os mistérios dos céus.
Marca o teu caminhar com o fogo da descoberta e transponha a soleira do desconhecido para nos guiar por areias escaldantes e misteriosas, em direção à Grande Pirâmide e, ao encontrar a bíblia de pedra onde repousa o antigo Faraó, clareia a nossa visão como um oásis de sapiência para interpretar este oráculo monumental.
Transfigure-se em iluminado espírito para louvar o Leão da tribo de Judá, o próprio Cristo rei, filho "daquele", que confiou ao apóstolo João, as mensagens apocalípticas revelando o fim para os ímpios e o recomeço do mundo para os de bons corações.
Que os teus rugidos revestidos de majestade e autoridade possa ecoar na penumbra medieval como prenúncio da verdade e da justiça contra o cruel fogo da inquisição que transformou gente em cinzas em rituais macabros e satânicos. E que, dessa forma se apaguem definitivamente as labaredas da intolerância que teimam em se manter acesas em corações endurecidos, triunfando assim, a chama da verdadeira fé.
E renasça majestosamente clássico destas cinzas que te envergonham, qual a mitológica Fênix, e transforme a intolerante injustiça eclesiástica em sagrado fermento, a expandir a arte profética para todos os cantos e lugares habitados.
E, ao se banhar nas águas da Renascença, aromatizadas com as essências da nova arte e da nova ciência, banhe da mesma forma os corredores e os nobres salões da corte de Catarina de Médicis; mas, acima de tudo banhe os corações da nobreza com a seiva da arte divinatória e visionária de Nostradamus.
E, se ainda assim, sem peso algum de consciência, insistiram em enviar, por assim dizer, as infortunadas bruxas em degredo para o novo mundo condenadas por feitiçarias é porque naquele lugar tinha uma profecia para se fazer cumprir.
É somente prestar atenção no movimento das saias, na vitalidade da música, e na alegria da dança, para entender que tudo estava escrito na palma da mão.
Seria apenas coincidência que, o povo deste mundo chamado novo, também já dançava, cantava e interrogava os astros celestes e amuletos como faziam os antigos profetas da Mesopotâmia, desejando decifrar o que lhes reservava o tempo desconhecido?
E o que dizer da diáspora africana que fez aportar nestas praias a magia do continente negro com seus tambores de transe, o jogo divinatório de seus búzios e a incorporação dos ancestrais orixás?
Finalmente, imponente leão, abençoe o Brasil, este terreiro tropical, onde se fundem ingredientes mágicos desde a aurora de seus tempos, misturados no grande caldeirão cultural desta pátria mãe gentil de todas as manifestações divinatórias.
Abençoe da mesma forma esse povo mestiço, suas crendices, suas mandingas e adivinhações.
Porque hoje, a minha escola vai desfilar e, antes de ir pra Avenida, eu vou mesmo é naquela velha benzedeira e fazer uma simpatia para confirmar.
E à noite quando a sirene tocar, com o pé direito na avenida eu vou entrar; firmar e bater cabeça pro meu orixá, saravá.
Eu tenho fé e acredito que as cartas daquela moça jamais irão errar.
E nesse carnaval, não vai dar pra ninguém, é a minha querida Estácio que irá ganhar!
Cid Carvalho
Roteiro do Desfile:
Abertura: No passado, a arte de prever o futuro |
Nº |
Nome da Fantasia |
Nome da ala |
descrição |
Responsável pela ala |
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Os Signos do Zodíaco |
Comissão de Frente |
Na antiguidade os babilônicos Criaram o horóscopo, a primeira tentativa do homem em decifrar o futuro. |
Fabio de Mello |
1ª Alegoria: No Passado, a Arte de Prever o Futuro.
Um imponente Leão, símbolo da Estácio de Sá e um dos signos do horóscopo, conduz a Escola numa viajem através da história da arte profética. Na parte frontal da alegoria um mapa com signos do horóscopo simboliza a primeira tentativa do homem em decifrar os céus e prever o futuro.
Um Grande elefante central faz referencia a civilização Indiana, onde se originou o Tarô que muitos acreditam tratar-se de um sumario das quatro Ciências Herméticas: Cabala, Astrologia, Alquimia e Magia. Nos quatro cantos da alegoria, esculturas e bigas puxadas por cavalos representam antigas civilizações, berços da arte profética: Grécia, Roma, China, Egito.
Principais destaques: Eliane Martins (Lendo as Estrelas e decifrando
o futuro) |
1º Setor: As Apocalípticas profecias Bíblicas |
1 |
Profetisas da Antiguidade |
Baiana |
Detentoras de sabedoria milenar possuíam o poder de profetizar o futuro. |
Tia Maria Luiza |
2 |
Igreja Milenarista |
Comunidade |
Organização religiosa que pregava o fim dos tempos no primeiro milênio. |
Marli |
1º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Decifrando os Céus e Prevendo o Futuro.
A Fantasia da Porta Bandeira representa a Lua e as Estrelas e a Fantasia do Mestre- Sala O Sol. De acordo os Antigos Babilônicos, através de um horóscopo primitivo estes astros guiavam a vida e o futuro dos homens nas antigas civilizações. |
3 |
Cavaleiro do Apocalipse Branco |
Ala Sem Compromisso |
Simboliza a invencibilidade. |
Julião |
4 |
Cavaleiro do Apocalipse Vermelho |
Revolução |
Tem o poder de fazer desaparecer paz na Terra. |
Edvaldo |
5 |
Cavaleiro do Apocalipse Negro |
Comunidade |
Anuncia que sobrevirá uma assustadora carestia. |
Viviane |
6 |
Cavaleiro do Apocalipse Verde |
Turismo |
Simboliza a morte e é possuidor do direito de exterminar um quarto dos habitantes da Terra. |
Roberto Amaral |
7 |
Anjos - A vitória do bem |
Comunidade |
A vitória do bem sobre o mal e a redenção dos homens de bom coração. |
Cristina |
2ª Alegoria: As Apocalípticas Profecias Bíblicas
Desde que a literatura profética bíblica tomou forma com a Igreja Antiga, as profecias apocalípticas se multiplicaram.
Inspirado nos relatos do Livro das Revelações do Apóstolo São João, a alegoria representa a eterna luta entre as “forças do bem” (luz e anjos) e as serpentes malignas (trevas e purgatório), onde os pecadores seriam castigados no fim dos tempos pelos Cavaleiros do Apocalipse,(parte frontal), mensageiros da ira divina, enquanto os de coração bondoso e puro seriam poupados e alcançariam à glória eterna referenciando assim a vitória do bem.
Principais destaques: Ray Menezes (As Trevas) e Fabio Aragão (A Luz) |
2º Setor: Inquisição, A Caça as Bruxas |
8 |
Antigas Religiões – Baco |
Vipalu |
Culto pagão ao deus do vinho e da embriagues. |
Nancy |
9 |
Culto Pagão ao Sol |
Bateria |
Antigo Culto ao sol considerado pelos antigos uma divindade. |
Esteves |
10 |
Sol |
Passista |
Antigo Culto ao sol considerado pelos antigos uma divindade. |
Rose |
11 |
Magos |
Comunidade |
Antigos praticantes da arte profética considerados bruxos pela igreja católica. |
Marli |
12 |
O Gato Preto |
Badalo Forte |
Símbolo da bruxaria. Na idade média, acreditava-se que os gatos pretos eram bruxas transformadas em animais. |
Soca |
2º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: O Mago e a Bruxa
Homens e mulheres que cultuavam entidades pagão e que acusados de bruxaria foram condenados pela inquisição católica. |
13 |
A Coruja |
Comunidade |
Símbolo da bruxaria.Por conhecer o mundo da luz e das trevas, transmite o conhecimento de um para o outro. |
Sandra |
14 |
O Sapo |
Catiço |
Símbolo da bruxaria. Está ligado à simbologia do poder da sabedoria feminina, símbolo lunar e atributo dos mortos e de magia feminina. |
Diva |
15 |
Bruxa |
Comunidade |
Antigas praticantes da arte proféticas condenadas pela inquisição católica e queimadas em fogueiras. |
Eurídice |
3ª Alegoria:
Inquisição – A Caça às Bruxas
Após a Igreja Católica ter sido formada e haver adquirido poder, os costumes Pagãos foram vistos como uma ameaça ao sistema religioso.
A alegoria representa um castelo Medieval, pois foi neste período histórico que muitas mulheres acusadas de bruxaria pelo Tribunal da Inquisição Católica, foram queimadas em fogueiras em praça pública. As chamadas Bruxas simbolizavam tudo que os católicos repugnavam: não acreditavam no Deus cristão, eram fiéis as religiões pagãs e realizavam rituais onde praticavam a arte profética.
Principais destaques: Marcelo Almeida (Bruxa Medieval) |
3º Setor: O Enigma de Nostradamus |
16 |
Revolução Francesa Casal |
Comunidade |
Uma das profecias de Nostradamus, astrólogo e alquimista renascentista nascido em 1903 na França, famoso pelo dom da vidência. |
Patrícia |
17 |
Napoleão Bonaparte |
Água Viva |
O Anticristo, uma das profecias de Nostradamus. |
Andréia |
18 |
Peixe Elétrico |
Brilhante |
Uma das profecias de Nostradamus, que antecipava a criação dos submarinos. |
Katarina |
19 |
Pássaro a Jato |
Tropicália |
Uma das profecias de Nostradamus, que antecipava a criação dos aviões. |
Toninho |
20 |
Os Horrores da Guerras |
Amar é Viver |
Nostradamus profetizou as grandes guerras mundiais. |
Elcio |
4ª Alegoria: O Enigma de Nostradamus
Michel de Nostradamus foi um intelectual renascentista dedicado à análise do conhecimento na pluralidade dos seus aspectos: da Filosofia à Medicina, à Física, às Literaturas de cada civilização, à Magia, à Alquimia e à Adivinhação que particularmente tornou-o famoso com a extraordinária difusão das Centúrias, ou seja, o conjunto do seu “corpo profético”, onde se podem colher circunstanciais alusões a fatos, coisas e personagens ainda por vir no tempo.
A Alegoria traz referências a algumas de suas famosas profecias: um tanque na parte frontal simboliza a visão profética das grandes guerras mundiais, assim como peixes elétricos e pássaros futuristas na parte central, antecipavam o surgimento dos submarinos e aviões.
Fechando a Alegoria a figura de Nostradamus cercado por videntes e pela figura mitológica de Fênix (que renasce das cinzas) simboliza a vitória da arte profética renascentista sobre a Inquisição Católica medieval.
Principais destaques: Rogério (Os Horrores das Guerras) |
4º Setor: Brasil Caldeirão das Adivinhações |
21 |
Pajé |
Comunidade |
Primeiros habitantes do Brasil, os índios tinham no pajé seu líder religioso capaz de prever o futuro. |
Dulce |
22 |
Culto ao Sol e a Lua |
Amar é... |
Os pajés faziam à leitura do Sol (coaraci)e da Lua (Jaci) na busca de decifra o destino da tribo. |
Paulo |
23 |
Zeladoras de Santo |
Baianinha |
Encarregadas pelos terreiros de culto aos orixás africanos. |
Marli |
24 |
Oxalá |
Comunidade |
Entidade suprema do culto africano capaz de ver através dos búzios, o futuro. |
Patrícia |
25 |
Ciganos |
Ciganos |
Povo de origem milenar enviados para o Brasil como degredados pela inquisição, detentores de conhecimentos ancestrais da arte proféticas. |
Eliane |
26 |
Jogos de Cartas |
Comunidade |
Uma das praticas divinatórias mais conhecidas e utilizadas pelos povos ciganos. |
Cristina |
27 |
A História da Estácio de Sá |
Velha Guarda |
O passado, o presente e o futuro, reunidos através da sabedoria acumulada através dos tempos. |
Nelson |
5ª Alegoria: Brasil,
Caldeirão das Adivinhações
Com o advento das grandes navegações ocorrido entre os séculos XV e XVI, Portugal havia se tornado uma das maiores potências do mundo conhecido e possuidor de inúmeras colônias recém-descobertas que precisavam ser colonizadas. O Brasil era uma dessas colônias e para cá, foram enviados muitos degredados e entre estes, muitos eram condenados pela Inquisição católica por heresia, bruxaria e falso misticismo. Foi dessa maneira que os primeiros representantes do povo cigano pisaram em solo brasileiro, trazendo a sua dança, a sua alegria e a sua arte profética.
Mais adiante com o tráfico de escravos africanos chegou o culto aos Orixás e a leitura do futuro através do jogo dos búzios.
Da figura central na cor branca representando Oxalá, passando pelas ciganas com suas roupas coloridas e alegres que através da leitura das mãos e das cartas podem prever o futuro, até os Pajés, espécie de sacerdote, curandeiro e adivinho dos primeiros habitantes do Brasil, esta alegoria representa o convívio harmonioso entre as várias tradições da arte profética que fazem do Brasil um fantástico caldeirão das adivinhações.
Principais destaques: Elimar Santos (O Povo Cigano) |
28 |
Ala de Compositores |
Compositores |
Departamento Musical |
Edson Marinho |
Bibliografia:
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Bíblia – Editoração: Alfalit
Brasil
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As Profecias da Pirâmide – Autor: Max Toth
– Editora: Record
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A História do Futuro – Autor: David A. Wilson – Editora: Ediouro
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As Grandes Profecias – Autor: Franco Cuomo
– Editora: Bom Texto
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As Duas Órbitas da Terra – Fenômeno Cósmico do Destino – Autor: Edgar
P. da Silva Editora: Litteris
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Sites Especializados
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