FICHA TÉCNICA 2003

 

Carnavalesco     Roberto Szaniecki
Diretor de Carnaval     ..............................................................
Diretor de Harmonia     Marquinhos
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     Paulo Esteves Rodrigues da Silva (Mestre Esteves)
Puxador de Samba Enredo     Serginho do Porto
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Peninnha & Elaine
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     Renata Monnier
Resp. Ala das Baianas     Tia Alice Pereira
Resp. Ala das Crianças     ................................................................

 

SINOPSE 2003

Um banho da Natureza. Cachoeiras de Macacu

           Estácio de Sá e a cidade fluminense de Cachoeiras de Macacu reservam muitas surpresas para você no Carnaval 2003. Como seu próprio nome aponta, o município de 52 mil habitantes é um espetáculo de rios, riachos, corredeiras e quedas dágua, além de grandes reservas de Mata Atlântica, que cobrem 35% de sua área. Um espetáculo natural distante apenas 100 quilômetros do município do Rio.
           Grandes jequitibás, ipês, bromélias, orquídeas, tucanos, ariranhas, veados campeiros, jaguatiricas e até micos-leões e onças-pintadas são os hóspedes das belezas naturais de Cachoeiras de Macacu. Município ainda pouco explorado turisticamente, é uma ótima opção para os apreciadores do ecoturismo e dos esportes ecológicos.
           Localizado numa região de declive, no começo da serra dos Órgãos, Cachoeiras de Macacu possui um clima considerado ameno para a área, caracterizada pelas baixas temperaturas no inverno, e altitudes que variam de 30 a 2.100 metros nas sete serras do município.
           Desmembrado do antigo município de Santo Antônio de Sá, fundado em 5 de agosto de 1697, Cachoeiras de Macacu guardou pouco das relíquias históricas da antiga ocupação. Em 1875, a velha sede urbana foi anexada a Itaboraí, sendo o restante denominado inicialmente de Santana de Macacu, e depois Santana de Japuíba. O atual nome só surgiu em 1929, com a elevação da Vila de Cachoeiras de Macacu à categoria de cidade.
           Ainda restaram alguns monumentos históricos, como as ruínas das igrejas Velha de Papucaia e de São José da Boa Morte, assim como a sede da Fazenda do Carmo, onde existia um convento da Ordem das Carmelitas, informa o biólogo Jamerson Jacintho de Carvalho, funcionário da Fundação Municipal de Turismo de Cachoeiras de Macacu (Macatur). "Mas a sede urbana e os prédios mais antigos acabaram ficando mesmo em Itaboraí", acrescenta.
           Essa ocupação mais recente acaba sendo mais um atrativo para os amantes da natureza, pela boa preservação dos ecossistemas locais. Com 1.055 quilômetros quadrados, o município está dividido em três distritos: Cachoeiras, Japuíba e Subaio (antiga São José da Boa Morte).

Sinfonia das águas

           Cachoeiras de Macacu é caracterizada pela riqueza de cursos dágua, piscinas naturais, fontes de água mineral e, claro, cachoeiras de todos os tamanhos. Ao passear pela cidade, o visitante pode ouvir o gostoso barulho típico de correnteza e quedas dágua em diversos pontos. "Seja na mata ou na área urbana, é freqüente deparar-se com rios e riachos", comenta o guia turístico e folclórico morador da cidade, Jorge Elpídio Medina, mas conhecido como "Passarinho".
           Junto com os irmãos, Carlos Fernando e Carla Roberta Lessa Chaves, Passarinho fundou a Eco Vida Promoções Turísticas, com o objetivo de divulgar e explorar racionalmente a exuberante natureza local através da promoção do ecoturismo na região. O grupo oferece variadas opções ecológicas em 12 roteiros de caminhadas e por inúmeros pontos turísticos, como a imponente Pedra do Colégio, símbolo da cidade
           Passarinho é um pesquisador apaixonado pelas belezas naturais da região. "Há muitas maravilhas ecológicas ainda pouco conhecidas em Cachoeiras que merecem um trabalho de divulgação e preservação maior, e uma exploração através do ecoturismo que crie renda, empregos para a população, mas que não prejudique a natureza", destaca.
           Para o turista, são muitas as opções, desde os pequenos rios e corredeiras embrenhadas na mata até o grande e navegável rio Macacu. "Temos uma grande variedade de rios, desde o que dá nome à cidade que atinge até 50 m de largura, assim como dezenas de afluentes que formam pequenas piscinas e cascatas", aponta Carlos Fernando.
           Mas o grande atrativo são as mais de 30 grandes cachoeiras, já catalogadas, que se espalham na região. Elas variam de 5 m de altura até os 150 m da Grande Cachoeira, que fica localizada na divisa com Nova Friburgo. São mais de 15 poços naturais formados em rios como o Macacu, Valério e Guapiassu, que permitem bons mergulhos ou simples banhos de rio.
           Tenebroso (15 m), Sete Quedas (35 m), Três Desejos (70 m) e Santo Amaro (70 m), com o maior volume de água, são alguns exemplos de grandes cachoeiras à disposição do ecoturista. Espalhadas por todo o município, algumas são de fácil acesso, outras precisam de boas caminhadas para serem atingidas. "Mas não há nada mais belo do que após duas horas de caminhada você se aproximar e se deparar com uma maravilha como Santo Amaro", indica Passarinho.

Belezas e Lendas

           Os roteiros ecológicos locais não levam apenas a florestas, rios e cachoeiras. Outras atrações naturais são as formações geológicas, como a pedra do Colégio, com seus 310 metros de altura, localizada a 640 m do nível do mar. Outras formações de destaque são a pedra do Oratório, a do Corcovado e da Visão, assim como o pico do Ninho dos Pássaros, com uma rampa natural de vôo livre, a 720 m de altura.
           "O nome de pedra do Colégio surgiu da lenda que ao pé dela teria acontecido o início da catequização dos índios Surussus e Puris pelos jesuítas, algo que não corresponde aos documentos históricos. Mas a lenda ficou e a pedra hoje é o principal cartão-postal da cidade", explica Carla Roberta. Foi no alto da pedra que foi realizado um dos primeiros campeonatos de vôo livre do Brasil em 1980. ”Tivemos que escalar por mais de duas horas a encosta com as asas desmontadas e amarradas nas costas. Mas a visão da paisagem e o vôo dos 38 competidores foram fantásticos", emociona-se Passarinho.
           Outro “presente” da natureza que está envolto em lendas é um grande jequitibá, com 11 metros de circunferência e mais de 30 metros de altura, localizado em Boca do Mato. A árvore impressiona pelo tamanho. São necessárias seis pessoas de mãos dadas para envolvê-la. Há quem acredite que o jequitibá possua muita energia, transmitindo fluidos salutares para quem o toca.
           Moradores da região também comentam que a colmeia instalada a cinco metros da árvore, repleta de abelhas-cachorra, proteja o jequitibá. "É como se elas exigissem respeito, obrigando o visitante a falar sempre baixo, para não ser atacado pelos insetos", comenta um comerciante da área.
           Uma localidade que também guarda muitas histórias é Mundo Novo, situado no Alto da Serra de São João. “No local, há quatro enormes rochedos que formam uma grande elevação geológica com um pico de 1.719 metros. Logo atrás, numa extensa depressão de uma garganta existe uma área natural ainda virgem que chamamos de Mundo Novo, com uma vegetação estranha e correntes fortíssimas de ar. Por ser de difícil acesso, permanece quase inexplorada", afirma Passarinho.

Esportes Ecológicos

           Cachoeiras de Macacu oferece também boas condições para os praticantes de esportes ecológicos. Uma pista de quatro quilômetros de mountain bike dentro da mata e outras duas para pouso e decolagem de ultraleves garantem espaço para os praticantes dessas modalidades.
           No pico conhecido como Ninho dos Pássaros, uma rampa natural e outra escavada permitem o vôo livre e o parapente sobre o verde e o silêncio das matas de Macacu. Escalar rochedos, pescar, cavalgar na floresta, passear de bicicleta, além da boa e velha caminhada, completam o "cardápio" esportivo.
           Um passeio de barco ou canoa é outro programa certo. "Há pouco tempo foi reinaugurada a navegabilidade do rio Guapiaçu, que tinha sido abandonada há mais de 100 anos", enfatiza Passarinho. Uma das opções é descer o Guapiaçu até o Macacu e navegar em suas águas até atingir a baía de Guanabara. São três horas e meia descendo e depois subindo os rios, permitindo uma completa comunhão com a natureza, desfrutando de belas paisagens e de diversão garantida, com pescarias e mergulhos.

Roberto Szaniecki

 

SAMBA ENREDO                                                2003
Enredo     Um banho da Natureza. Cachoeiras de Macacu
Compositores     Reginaldo, Tião Larrieu, Magrão, Arthur 104, Ge de Ogun e Batista Coqueiral

Sou Estácio, chuê, chuá
Vou dar um banho de alegria
Sapucaí vai balançar
Ó mãe natureza, abençoada pelo criador
Até o malfeitor se encantou com tanta beleza
Cadê meu pau-brasil?
Ciclo da cana e
ouro, ninguém viu
O comércio alavancou
As riquezas do país

Os índios guerreiros, os donos da terra
Foram escravizados
Perderam a crença, perderam a guerra
Perderam o seu Eldorado
 
O progresso aqui chegou
Com a corte e a realeza
A Leopoldina inaugurou
Sigam "Caminho do Imperador"
Quem cultivou café
A fauna e a flora de belezas naturais
Agora...  alguém me viu
Sou jóia rara
Da coroa do Brasil

Samba, suor e cerveja
Um batuque na mesa,
"Schindô"
Onde o céu é mais azul
Em Cachoeiras de Macacu