FICHA TÉCNICA 1995

 

Carnavalesco     Mario Borriello
Diretor de Carnaval     Ricardo Cândido
Diretor de Harmonia     José Carlos Macumba
Diretor de Evolução     José Carlos Macumba
Diretor de Bateria     Mestre Ciça
Puxador de Samba Enredo     Dominguinhos do Estácio e Wantuir
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Claudinho e Selminha Sorriso
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Eduardo Belo e Cenilda
Resp. Comissão de Frente     Rosana Fachada e Suzana Braga
Resp. Ala das Baianas     Marlene Povão
Resp. Ala das Crianças     Não teve

 

SINOPSE 1995

“Uma vez Flamengo...”

            Final do século XIX, a praia do Flamengo era também chamada praia da Carioca, ponto preferido dos pitorescos banhistas da “belle époque “. Eram os anos dos primeiros “rowings” no Pavilhão de Regatas de Botafogo, grandes acontecimentos sociais a que o público acorria elegantemente vestido, cavalheiros com fraques e cartolas, as damas desfilando seus grandes chapéus emplumados e cobrindo o rosto com leves “voilletes”. Alguns jovens remadores do bairro realizam um sonho carinhosamente acalentado e fundam o Grupo de Regatas do Flamengo, de estatuto, diretoria e bandeira azul - “como o céu da Guanabara” - e ouro - “para lembrar nossas riquezas”. Logo se trocaram estas cores pelo vermelho e preto e o nome para Clube de Regatas do Flamengo.
            Já nos primeiros anos do nosso século, o Flamengo e o Fluminense eram chamados “clubes-irmãos”, pois vários dos remadores rubro-negros jogavam futebol pelo tricolor: eram os chamados “fla-flus”. Em 1911, vários atletas deixam o pó-de-arroz e criam o departamento de futebol do Flamengo. O uniforme original, quadriculado em vermelho e preto, ganhou o apelido de “papagaio-de-vintém” e foi substituído em 1912 por uma camisa de listras intercaladas por frisos brancos. Esta camisa, a “cobra-coral”, também teve vida curta: em 1916 instituiu-se o uniforme rubro-negro definitivo, a camisa que joga sozinha, marca de glórias e conquistas.
            O futebol é mais que uma paixão, é o motor das massas e o Flamengo é o celeiro de craques, muitos vindos da vizinha Praia do Pinto, surgidos das peladas que são a própria infância do moleque da favela. E pensar que todos os ídolos rubro-negros foram uma vez moleques, correndo atrás de bolas de meias em campos de terras, ruas de paralelepípedos. Assim foi com Domingos da Guia, Fio Maravilha, Biguá, Zizinho, o inesquecível “Diamante Negro” Leônidas da Silva e – talvez o maior de todos – o “Galinho de Ouro” Zico, nascido em Quintino, criado na Gávea.
            O Flamengo é berço de atletas vitoriosos, que carregam para sempre a marca do campeão rubro-negro. Atletas como a inesquecível corredora Erika Lopes, a “Gazela Negra”; o carismático Bernard, inventor do, saque “Jornada nas Estrelas”, e todos os ídolos do vôlei; os eternos campeões do basquete, sob a estrela de Togo Rena Soares, o “Mestre Kanela”; os semideuses das piscinas: Ligia Cordovil, Piedade Coutinho e Rômulo Arantes. E ainda urna enorme constelação, estrelas em inúmeros esportes olímpicos, campeões de terra e mar, das quadras e piscinas.
            Todas as conquistas, títulos e vitórias são conseqüências de uma dedicação superior, um amor sublime pelo Rubro-Negro. Assim se explica porque o Flamengo é o único clube pentacampeão brasileiro de futebol; porque o Flamengo venceu tantos campeonatos em países distantes, trouxe tantos troféus, como a Taça Carranza conquistada na Espanha; porque o Flamengo foi o primeiro clube brasileiro a se sagrar Campeão do Mundo na Terra do Sol Nascente. O exemplo maior desse amor foi a campanha deflagrada no início dos anos 40 por um grupo de ilustres flamenguistas, que resultou na conquista do primeiro tricampeonato carioca. O grupo, que contava com a participação de Ary Barroso e José Lins do Rego, entre outros, recebeu a alcunha de Dragão Negro.
            Flamengo que movimenta multidões, clube das massas, inspiração de poetas que tentaram traduzir o que não cabe em palavras. O “Mais Querido do Brasil”, alegria da galera, alegria dos geraldinos e arquibaldos, que tomam o Maracanã aos domingos, em apaixonada contrição, quase um êxtase; que jogam com o time, que sofrem, exigem, fazem a festa da vitória com muito samba e cerveja, uma explosão de emoções. A maior torcida do mundo, pura devoção, estrelas maiores do espetáculo do futebol.
            No carnaval, o Baile do Vermelho e Preto, a festa mais quente do Flamengo, ou melhor, o auge de festa que dura o ano inteiro, nos estádios e ginásios, nos bares, nas ruas, em todas os cantos da cidade. A folia rubro-negra é perene, é um estado eterno de arrebatamento.
            Na Sapucaí, nossa bandeira vermelha e branca será uma passarela, território livre onde desfilarão as bandeiras dos outros clubes, um grande abraço que todo o Brasil, neste dia, gostaria de dar no Mengo. FELIZ ANIVERSÁRIO!!

“Uma vez Flamengo...
Flamengo até morrer”.

Carnavalesco: Mario Borriello
Pesquisa e Texto: Marlo Giannotti

 

SAMBA ENREDO                                                1995
Enredo     Uma vez Flamengo...
Compositores     David Correa, Adilson Torres, Déo e Caruso
O céu rasgou
Na noite que reluzia
Um show de estrelas
Brilhou nos olhos
De um novo dia
A poesia
Enfeitada de luar
Encantou o Estácio (ó paixão)
Paixão que arde sem parar

É tengo tengo
No meu quengo é só Flamengo
Uh! Tererê
Sou Flamengo até morrer

Seis jovens remadores
Fundam o grupo de regatas
Campeão o seu destino (ô)
É ganhar em terra e mar
Fazendo sol
Pode queimar, pode chover
Vou ver Fla-Flu
Fla-Vas vou ver
Diamante negro, Fio Maravilha
Domingos da Guia, Zizinho, Pavão
Gazela negra
Corre o tempo no olhar
Será que você lembra
Como eu lembro o mundial
Que o Zico foi buscar
Só amor
Na alegria e na dor (ô ô)
Parabéns dessa galera
Cem anos de primavera

Cobra coral
Papagaio vintém
Vesti rubro-negro
Não tem pra ninguém