FICHA TÉCNICA 2011

 

Carnavalesco     Wenderson Silva
Diretor de Carnaval     Carlos Alberto Ferreira
Diretor de Harmonia     Wandinho
Diretor de Evolução     Wandinho
Diretor de Bateria     Mestre Márcio
Puxador de Samba Enredo     Rico Leopoldina
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Raphael e Mônica Menezes
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Thiago e Ludmila
Resp. Comissão de Frente     Carlos Motta
Resp. Ala das Baianas     Luis Carlos
Resp. Ala das Crianças     Neném, Miranda, Vera e Celinha
Resp. Galeria de Velha Guarda     D. Jurema

 

SINOPSE 2011

De Paulo da Portela à Nilo Figueiredo... Essa é a história da escola de samba mais brasileira, fazendo o voo com a Águia Altaneira!

Justificativa:

          Homenagear a PORTELA é reconhecer tudo que seus componentes fizeram e continuam fazendo pelo nosso samba e pela cultura, pois hoje o samba é reconhecido como patrimônio nacional e isso se deve “e muito” aos verdadeiro “guerreiros” que passaram por situação constrangedoras e quase sempre humilhantes no inicio de toda essa gloriosa historia. Por este motivo o G.R.E.S. Acadêmicos do Engenho da Rainha ergue seu pavilhão para exaltar a mais antiga das escolas de samba.

Sinopse:

História

          Criada em 1644, a antiga freguesia de Irajá se estendia por uma vasta região ocupada por fazendas. Esta imensa área, ao longo dos séculos XVIII e XIX, chegou a ter 13 engenhos de açúcar produtivos e importantes economicamente.
          Entre eles, talvez o mais próspero, merece destaque o Engenho do Portela, cujos escravos, no labor do dia-a-dia, contribuiriam para engrandecer a região que se estendia da Fazenda do Campinho até o Rio das Pedras, e que mais tarde herdaria o nome do boiadeiro e mercador mais famoso da localidade: Lourenço Madureira.
          Em fins do século XIX e início do século XX, a economia da região, amparada principalmente na força do trabalho escravo, entra em uma inevitável crise. Os antigos latifúndios são aos poucos repartidos por pessoas pobres que fugiam das reformas urbanas que ocorriam no centro da capital da jovem República Brasileira. O trem, chegado em 1890, trazia diariamente um grande contingente de pessoas desprovidas de qualquer bem material para os já conhecidos subúrbios. Especialmente, merece destaque a brava população que, enfrentando todos os tipos de dificuldades, ocupou a região próxima ao Rio das Pedras através da antiga estação de Dona Clara. Mais tarde, a ainda jovem localidade, que herdou o nome do Rio vizinho, receberia o definitivo nome de Oswaldo Cruz em 1904 homenagem do Prefeito Pereira Passo ao grande san itarista que exterminou a febre amarela no Rio de Janeiro.
          Os negros trouxeram sua música, sua dança, sua religião e sua inigualável forma de enfrentar a dor através da arte para a "roça". Foram estes negros, muitos deles vindos de outras partes do Brasil, sobretudo de Minas Gerais e do antigo Estado do Rio, que plantaram a semente da batucada nas festas da região. O cavalo torna-se o principal meio de transporte. Imensos valões dificultavam a passagem dos moradores. Não havia água, luz ou qualquer tipo de conforto já comum nos bairros mais abonados da cidade. O antigo engenho cedeu espaço e nome para a principal via da região: a estrada do Portela.
          Os primeiros portelenses foram verdadeiros alquimistas. Magos capazes de transformar dor em arte, e sofrimento em notas musicais. A dificuldade, em suma, foi a matéria-prima das primeiras composições da PORTELA.
          Esta integração foi fundamental para a história da Portela, pois possibilitou uma vida social marcada por festas religiosas, batucadas e jongo, manifestação cultural herdada dos antepassados escravos.

Como tudo começou...

          Em 1920 existiam em Oswaldo Cruz os bloco carnavalescos Baianinha de Oswaldo Cruz e Quem fala de nós come mosca, o primeiro formado por adultos, entre eles Galdino Marcelino dos Santos, Antônio Caetano, Antônio Rufino e Candinho (primeIro mestre de canto, hoje intérprete de samba) e Paulo Benjamim de Oliveira , O Paulo da PORTELA (segundo mestre de canto), Claudionor Marcelino, irmão de Gaudino José da Costa, Álvaro Sales, Angelino Vieira, Manoel Barbeiro, Alfredo Pereira da Costa, Carminha, Benedito do Braz (componentes). E o segundo bloco formados por crianças. A festeira dona Esther Maria de Jesus, do Come Mosca por ter muita influência na área política da época, conseguiu toda a legalização na polícia (Registro e Permissão de Funcionamento) para o bloco sair. O Come Mosca, por ser comporto por crianças saia apenas durante o dia. O Baianinhas que descia à noite para a Praça Onze, levava emprestada a licença do Come Mosca. O fato fazia com que muita gente confundisse os blocos.
          Em 1923, foi fundado, embaixo de uma mangueira, na casa de seu NAPOLEÂO (pai de NATAL), o bloco carnavalesco Conjunto Oswaldo Cruz, que é a fusão dos Blocos Baianinhas e Come Mosca, tendo como principais responsáveis: Paulo Benjamim de Oliveira, Antonio Caetano, Antonio Rufino, Natalino José do Nascimento, entre outros, sendo feita a primeira Junta Governativa: Paulo da Portela o Presidente, Antônio Caetano o Secretário e Antônio Rufino o Tesoureiro. Natal, à época, era somente ligado ao futebol, mas como amigo de Paulo, esteve presente na fundação.

A Portela e religião

          Em 1929, dia 20 de Janeiro (Dia de Oxossi), Heitor do Prazeres, representante do conjunto vence o primeiro concurso entre as Escolas de Samba e, na volta para Oswaldo Cruz, troca o nome do conjunto por QUEM NÓS FAZ É O CAPRIXO. Inconformado, em 1930, Manuel Bam Bam Bam, assume do controle do grupo e transforma o Quem nós faz é o caprixo em Vai como pode. Apesar de ser citado apenas Vai como pode, como o bloco antecessor da PORTELA, os pioneiro são os Baianinhas e Come Mosca. Por isso , a data de fundação da escola é 11 de abril de 1923.
          O Batismo da PORTELA, foi realizado por dona Esther Maria de Jesus (do Bloco Come Mosca), que consagrou Nossa Senhora da Conceição (Oxum) como madrinha e São Sebastião (Oxóssi) como padrinho. Hoje, Nossa Senhora da Conceição é a padroeira da escola, e São Sebastião é o santo protetor da bateria. Todo diia 20 de janeiro a PORTELA sai às ruas em procissão a São Sebastião. Muitos afirmam que as características peculiares da bateria da PORTELA foram inspiradas nas batidas dos atabaques para Oxossi.

As sedes

          A primeira sede da PORTELA foi na casa de PAULO DA PORTELA, na Barra Funda.
          A segunda, na Estrada do Portela nº 412, onde mais tarde foi construído o Bar do Nozinho.
          A terceira na Estrada do Portela, onde foi construído depois a Portelinha, e a quarta, na Rua Arruda Câmara que passou a se chamar Rua Clara Nunes (famosa portelense) após sua morte, o Portelão.

Natal

          Natalino José do Nascimento o Natal e a Portela.
          A história da PORTELA está intimamente ligada à vida de Natal, já que foi nos fundos da casa de seu pai, Napoleão na esquina da Rua Joaquim Teixeira com a estrada do Portela, que foi fundada a escola.
          Foi com a morte de Paulo da Portela que Natal resolveu se dedicar à PORTELA e ajudou a transformá-la na maior de todas as escolas de samba.
          Em 1972, Natal começou a construir a atual sede da PORTELA, o PORTELÃO.
          Natal foi um sambista rei. Rei do samba, do bairro, da cidade. Natal foi um sambista que nunca fez samba, que nunca desenhou um passo, que nunca cantarolou um refrão sequer.
          Às vezes, nos perguntamos de onde surgiu tanto respeito, tanto temor, tanto amor e ódio por um homem comum, que andava sempre com seu paletó de pijamas, de chinelos, um cigarro no canto da boca, um chapéu no alto da cabeça e com apenas um braço?
          Natal dizia que se tivesse dois braços seria covardia.

Portela pioneira, contribuindo para evolução do Carnaval

          A PORTELA foi a campeã do primeiro desfile oficial do carnaval carioca, no ano de 1935. E nesse ano, trouxe para a avenida um rústico globo terrestre idealizado por Antônio Caetano, introduzindo, assim, as alegorias nos desfiles das escolas de samba.
          Em 1939 - o samba de Paulo da Portela, "Teste ao Samba", é considerado o primeiro samba de enredo. Ano em que, uma vez mais, a PORTELA inovou ao trazer para o desfile fantasias totalmente enquadradas ao enredo.
          A PORTELA foi a escola que introduziu nos desfiles a Comissão de Frente e, foi também a primeira escola a trazer uma comissão de frente uniformizada, por iniciativa de "Candeia Velho", nome pelo qual ficou conhecido o antigo portelense Antônio Candeia após o sucesso do filho com o mesmo nome.
          A PORTELA foi a primeira escola a usar cordas para organizar os desfiles. Inúmeros portelenses, hoje bastante consagrados, deram seus primeiros passos no mundo do samba segurando essas famosas cordas.
          Antônio Caetano e Lino Manuel dos Reis são considerados por muitos estudiosos como precursores dos atuais carnavalescos que, atualmente, realizam maravilhosos espetáculos. Coube a eles introduzir o espelho e outros tantos materiais considerados importantes na feitura das alegorias.
          Em 1970, por seu carnavalesco Yarema, introduz o uso de isopor na elaboração das esculturas nas alegorias.
          Adalberto dos Santos, o homem que desenvolveu as características de nossa bateria, teve a idéia de usar um apito para comandar seus ritmistas após observar um guarda de trânsito no exercício de sua função. Mestre Betinho, nome pelo qual ficou conhecido e eternizado na história da PORTELA, também foi o responsável pela utilização da caixa-surda e reco-reco pelas escolas de samba.
          A PORTELA foi a primeira escola de samba a trazer uma mulher na bateria tocando surdo. Dagmar, assim, entra para a história do carnaval carioca.
          Em 1964, a PORTELA trouxe para a Avenida, um grupo de violinistas para representar o enredo "O segundo casamento de D. Pedro".
          A PORTELA, a partir de 1970, passa a realizar seus ensaios, também na sede esportiva do Botafogo Futebol e Regatas, tornando-se a primeira escola a ensaiar e levar o samba para a zona sul da cidade do Rio de Janeiro.
          Em 1934, a PORTELA participou do filme "Favela dos meus amores", de Carmem Santos e Humberto Mauro, tornando-se a primeira escola de samba a atuar em uma produção cinematográfica. Em 1936, novamente a PORTELA é convidada a atuar no cinema, dessa vez o filme foi "O bobo do Rei".
          Em 1934, viajou para Valença, no interior do Estado do Rio de Janeiro, sendo assim a primeira escola de samba a excursionar.
          Em 1937, Paulo da Portela, participou da primeira excursão de sambistas para o exterior, ajudando a difundir nossa música em Montevidéu, Uruguai.
          "Lá vem ela chorando", também conhecida como "Dinheiro não há", da autoria de Ernani Alvarenga, cantado em desfile pela PORTELA, foi o primeiro samba a fazer sucesso nas rádios.
          Coube, em 1957, a Ala dos Impossíveis, da PORTELA, o pioneirismo de ser a primeira ala coreografada da história do Carnaval.
          Vale, ainda, registrar, que em novembro de 2001, a PORTELA, numa cerimônia em Brasília, foi agraciada pelo então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, com a "Ordem do Mérito Cultural", em reconhecimento aos serviços prestados, ao longo dos anos, em defesa da cultura nacional.
          Em novembro de 2004, recebeu a visita do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia bastante comentada e noticiada, por se tratar de fato inédito e ímpar, pois era a primeira vez em que um Presidente da República, em exercício, comparecia a quadra de uma escola de samba, num seminário que dava partida para a discussão, análise e elaboração, em novos seminários, de projetos sociais para os bairros de Oswaldo Cruz e Madureira, e áreas adjacentes.
          Ainda em 2004, recebeu as visitas do Sr. Presidente da Câmara dos Deputados Deputado João Paulo da Cunha e do Sr. Presidente do Supremo Tribunal Federal Ministro Nelson Jobim, fatos também inéditos na história de uma escola de samba.

Curiosidades

          A quarta-feira tem uma especial importância para a PORTELA, já que a data de sua fundação, dia 11 de abril de 1923, caiu em uma quarta-feira.
          Nas quartas-feiras de cinzas, "João Calça Curta", ex-presidente da PORTELA, realizava, em sua casa, uma concorrida peixada na qual compareciam importantes figuras do carnaval carioca e, claro inúmeros integrantes da PORTELA, principalmente aqueles pertencentes a Velha Guarda.
          Ainda, nas quartas-feiras, na Rua Adelaide Badajós, acontecia uma feira onde o pessoal da Velha Guarda da PORTELA aproveitava para se reunir num bar, que, em razão disso, acabou conhecido como Botequim da Velha Guarda.
          Tradicionalmente, a quarta-feira é o dia-celebração da Velha Guarda da PORTELA.
          Em 1941, o empresário Walt Disney, numa visita em cumprimento a política de boa vizinhança do governo americano, assiste a uma animada noite de samba em Oswaldo Cruz. De volta ao Estados Unidos, surge na prancheta de seu desenhista, artista que o acompanhou durante a viagem, o personagem "Zé Carioca", muito provavelmente inspirado em algum sambista portelense.
          A PORTELA é a única escola heptacampeã do carnaval carioca, posto que ganhou todos os títulos disputados entre 1941 a 1947, inclusive.
          A PORTELA foi a primeira escola a ser campeã com nota 10 em todos os quesitos. Tal fato ocorreu em 1953, ano da reunificação do samba.
          A preocupação de vestir-se bem acompanha a escola desde seus primórdios. Paulo da Portela, preocupado em livrar o sambista do estereótipo de "malandro" e "vagabundo", impôs ao grupo que se tornou conhecido como "cabeça e pescoço tapados" a obrigatoriedade de o portelense trajar chapéu e gravata.
          PORTELA, MANGUEIRA e UNIDOS DA TIJUCA são as únicas escolas que participaram do primeiro desfile, realizado em 1932, que continuam em atividade até hoje.
          A PORTELA é a única escola que participou de todos os desfiles principais do carnaval carioca de 1932 até hoje, visto que, em 1937 o delegado Dulcídio Gonçalves mandou encerra o desfile antes que a Mangueira e Unidos da Tijuca se apresentassem. Tal fato faz com que a Verde-e-Rosa não reconheça o resultado final desse desfile.
          O nome PORTELA tem sete letras e a escola é a única que conquistou sete títulos consecutivos.

A Bandeira

          Em 1931, Antônio Caetano, desenhista da Marinha, desenhou a primeira bandeira da Escola.
          Inspirado no sol nascente e no valente povo da ilha japonesa, instituiu as cores azul e branco em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, padroeira da escola, e como símbolo a Águia, por sua imponência e vôo alto.
          Segundo Candeia: "PORTELA é perfume da flor e aroma no ar, para sentir só basta saber respirar. Seu azul é além do céu, seu branco é amor e paz. Sublime é seu pavilhão.".

Momentos atuais

          O processo eleitoral concluído em fins de julho de 2004, possibilitou a mudança da Administração, que vem conseguindo resgatar a auto resgatar a auto-estima e a confiança dos portelenses, na busca incessante da união de todos os seguimentos.
          Provas dessa atuação foram as visitas à das autoridades máximas do País: o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, o Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Federal João Paulo Cunha e o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Nelson Jobim.
          Além de diversos Ministros de Estado como Celso Amorim, Patrus Ananias e Gilberto Gil, bem como cerca de quarenta deputados federais e estaduais. Desde a posse do novo Presidente as portas da quadra da PORTELA têm sido mantidas abertas permanentemente para receber as famílias portelenses, tendo se tornado palco permanente de brincadeira infantis, numa demonstração clara do desejo de promover uma nova forma de aproximação com a comunidade local.
          É de se registrar, também, a recente criação da escola de Samba Mirim FILHOS DA ÁGUIA, uma antiga aspiração dos portelenses, que começa a realizar atividades como ensaios, shows e visitas a outras escolas.
          Para dar seguimento, após o Carnaval de 2005, às idéias representadas pelas Metas do Milênio, está sendo realizado um Seminário denominado Implantação das Metas do Milênio em Oswaldo Cruz, Madureira e Bairros Adjacentes, iniciado no dia 05 de novembro de 2005 com a visita do presidente Lula à PORTELA, reunião realizada nas dependências do SESC-Madureira contando, entre outros, com a presença de representantes das entidades PNUD-Brasil, COEP - Comitê das Entidades no Combate à Fome e pela Vida, Instituto Ethos, Fiocruz, Conservação Internacional, RIO Voluntário, Universidade Federal Fluminense, Madureira Toca, Canta e Dança e ainda diversos representantes da PORTELA.
          Durante a reunião foram feitas explanações sobre as razões e o conteúdo da iniciativa da ONU que resultou na definição das Metas do Milênio para o Mundo e para o Brasil, foi feita uma manifestação de compromisso tanto do COEP como do Instituto Ethos, foi definida a metodologia de condução dos projetos a serem identificados e foram apresentados resultados preliminares de levantamento de equipamentos urbanos existentes e dos índices de cobertura resultantes do Censo 2000 do IBGE.
          Com tais objetivos o Seminário deverá ter prosseguimento a partir de março de 2005. COEP como do Instituto Ethos, foi definida a metodologia de condução dos projetos a serem identificados e foram apresentados resultados preliminares de levantamento de equipamentos urbanos existentes e dos índices de cobertura resultantes do Censo 2000 do IBGE.
          Com tais objetivos o Seminário deverá ter prosseguimento a partir de março de 2005.
          Outras decisões foram adotadas como por exemplo:

  1. Estabelecer, preliminarmente, como área de abrangência inicial do projeto os bairros de Oswaldo Cruz, Madureira, Campinho, Bento Ribeiro, Rocha Miranda e Turiaçu;

  2. Definir com sendo de responsabilidade do COEP e de seus membros a condução de quatro metas - as metas relacionadas com a saúde ficarão sob responsabilidade da Fiocruz - e a cargo do Instituto Ethos a condução das outras quatro, de acordo com suas experiências acumuladas;

  3. Confirmar a continuação do Seminário para o próximo mês de março de 2005, em data a ser oportunamente confirmada;

  4. Delegar ao IPEA o levantamento detalhado de situação atual nas áreas dos Projetos, trabalho a ser desenvolvido no início do ano de 2005, de forma possibilitar a identificação dos Projetos e Ações a serem conduzidas a partir de março de 2005;

  5. Prosseguir nas iniciativas que permitam identificar novos parceiros que possam integrar-se a esse esforço, participando das atividades futuras;

          Os objetivos gerais das ações sociais que se pretende realizar a partir de março de 2005 têm como fundamento os seguintes pontos principais:

  1. Contribuir para aumentar a auto-estima, a convivência e a confiança de crianças, adolescentes e adultos moradores na região;

  2. Realizar ações que complementem e melhorem a qualidade do ensino básico na região;

  3. Fornecer informações sobre a origem, a história, os costumes e tradições e sobre a cultura local, ressaltando a importância da PORTELA nesse contexto;

  4. Promover ações em parceria que sejam capazes de gerar novas oportunidades de emprego e renda para as populações dos bairros abrangidos pelos projetos;

  5. Identificar iniciativas que permitam melhorar a qualidade de vida local, tais como: reeducação alimentar, criação de hortas residenciais e/ou comunitárias, oferta de serviços de saúde preventiva, valorização do meio ambiente, limpeza do Rio das Pedras, coleta seletiva de lixo e atividades esportivas.

Wenderson Silva

Bibliografia:

  • SILVA, Marília trindade Barboza da e MACIEL, Lygia dos santos. Paulo da Portela; traço de união entre duas culturas. Rio de Janeiro, FUNARTE, 1979.

  • CABRAL, Sérgio. As escolas de Sambas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Lumiar Editora, 1996.

Roteiro do Desfile:

Nome da Fantasia Nome da ala Descrição Responsável pela ala
1º Setor: Origem e religiosidade

          Na antiga Freguesia de Irajá se estendia por uma vasta região ocupada por fazendas. Chegou a ter 13 engenhos de açúcar produtivos e importantes economicamente, o mais importante era o Engenho Portela, o mais próspero, cujos escravos no labor do dia-a-dia, contribuíram para engrandecer a região que se estendia da Fazenda do Campinho até o Rio das Pedras, e que mais tarde herdaria o nome do boiadeiro e mercador mais famoso da localidade: Lourenço Madureira.
          A transformação da manifestação do sofrimento em notas musicais e a integração, que foi fundamental para a história da Portela, pois possibilitou uma vida social marcada por festas religiosas, batucadas e jongo. Manifestação cultural herdada dos antepassados escravos.
          Nossa Senhora da Conceição foi consagrada madrinha dos portelenses, sendo padroeira da Portela.
          São Sebastião foi consagrado padrinho, sendo batizado por Dona Ester Maria de Jesus (do Bloco Come Mosca), que o consagrou protetor da bateria. Muitos afirmam que as características da bateria da Portela foram inspiradas nas batidas dos atabaques para Oxossi.

1 Escravos do engenho Engenho Chapa Quente A força do trabalho escravo, cuja religiosidade originou o samba Márcio Moreno
2 Sincretismo religioso portelense Todos Irmanados Oxum e Oxóssi: padroeiros da escola e da bateria Charles & Pedrina
2º Setor: Debaixo da jaqueira para conquistar o mundo

          Os primeiros portelenses foram verdadeiros alquimistas. Magos capazes transformar dor em arte, e sofrimento em notas musicais. A dificuldade, em suma, foi a matéria-prima das primeiras composições da Portela.
          Esta integração foi fundamental para a história da Portela, pois possibilitou uma vida social marcada por festas religiosas, batucadas e jongo, manifestação cultural herdada dos antepassados escravos.
          Em 1920 existiam em Osvaldo Cruz os blocos carnavalescos Baianinha de Osvaldo Cruz e Quem Fala de Nós Come Mosca, o primeiro formado por adultos, entre eles Galdino Marcelino dos Santos, Antônio Caetano, Antônio Rufino e Candinho (primeiro mestre de canto, hoje intérprete de samba) e Paulo Benjamim de Oliveira, o Paulo da Portela (segundo mestre de canto), Claudionor Marcelino, irmão de Guadino José da Costa, Álvaro Sales, Angelino Vieira, Manoel Barbeiro, Alfredo Pereira da Costa, Carminho, Benedito do Braz (componentes). E o segundo bloco formado por crianças. A festeira Dona Esther Maria de Jesus, do Come Mosca por ter muita influência na área política da época, conseguiu toda a legalização na polícia (registro e permissão de funcionamento) para o bloco sair. O Come Mosca, por ser composto por crianças saía apenas durante o dia. O Baianinha que descia à noite para a Praça Onze, levava emprestada a licença do Come Mosca. O fato fazia com que muita gente confundisse os blocos.
          Em 1923, foi fundado, embaixo de uma jaqueira, na casa de seu Napoleão (pai de Natal), o Bloco Carnavalesco Conjunto Osvaldo Cruz, que é a fusão dos Blocos Baianinhas e Come Mosca, tendo como principais responsáveis: Paulo Benjamim de Oliveira, Antonio Caetano, Antonio Rufino, Natalino José do Nascimento, entre outros, sendo feita a primeira junta governativa: Paulo da Portela o presidente, Antôno Caetano o secretário e Antônio Rufino o tesoureiro. Natal, à época, era somente ligado ao futebol, mas como amigo de Paulo, esteve presente na fundação.
          A primeira sede da Portela foi na casa de Paulo da Portela, na Barra Funda. A segunda, na estrada do Portela Nº 412, onde mais tarde foi construído o bar do Nozinho. A terceira na estrada do Portela, onde foi construído depois a Portelinha, e a quarta, na rua Arruda Câmera que passou a se chamar rua Clara Nunes (famosa portelense) após sua morte, o Portelão.
          A Portela foi a campeã do primeiro desfile oficial do carnaval carioca, no ano de 1935. E nesse ano, trouxe para a avenida um rústico globo terrestre idealizado por Antônio Caeteno, introduzindo, assim, as alegorias nos desfiles de escolas de samba.
          Em 1939 – o samba de Paulo da Portela, “Teste ao Samba”, é considerado o primeiro samba de enredo. Ano em que, uma vez mais, a Portela inovou ao trazer o desfile fantasias totalmente enquadradas ao enredo.
          A Portela foi a escola que introduziu nos desfiles a comissão de frente e, foi também a primeira escola a trazer uma comissão de frente uniformizada, por iniciativa de “Candeia Velho”, nome pelo qual ficou conhecido o antigo portelense Antônio Candeia após o sucesso do filho com a mesmo nome.
          A Portela foi a primeira escola a usar cordas para organizar os desfiles. Inúmeros portelenses, hoje bastante consagrados, deram seus primeiros passos no mundo do samba, segurando essas famosas cordas.
          Antônio Caetano e Lino Manoel dos Reis são considerados por muitos estudiosos como precursores dos atuais carnavalescos que, atualmente, realizam maravilhosos espetáculos. Coube a eles introduzir o espelho e outros tantos materiais considerados importantes na figura das alegorias.
          Em 1971, por seu carnavalesco Yarema, introduz o uso de isopor na elaboração das esculturas nas alegorias.
          Adalberto dos Santos, o homem que desenvolveu as características da bateria, teve a idéia de usar um apito para comandar seus ritmistas após observar um guarda de trânsito no exercício de sua função. Mestre Betinho, nome pelo qual ficou conhecido e eternizado na história da Portela, também foi responsável pela utilização da caixa-surda e reco-reco pelas escolas de sambas.
          A Portela foi a primeira escola de samba a trazer uma mulher na bateria tocando surdo. Dagmar, assim, entra para a história do carnaval carioca.
          Em 1964, a Portela trouxe para a avenida, um grupo de violinistas para representar o enredo “O Segundo Casamento de Dom Pedro”.
          A Portela, a partir de 1970, passa a realizar seus ensaios, também na sede esportiva do Botafogo Futebol e Regatas, tornando-se a primeira escola a ensaiar e levar o samba para a Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.
          Em 1934, a Portela participou do filme “Favela dos meus amores”, de Carmem Santos e Humberto Mauro, tornando-se a primeira escola de samba a atuar em uma produção cinematográfica. Em 1936, novamente a Portela é convidada a atuar no cinema, dessa vez o filme foi “O bobo do rei”.
          Em 1934, viajou para Valença, no interior do estado do Rio de Janeiro, sendo assim a primeira escola de samba a excursionar.
          Em 1937, Paulo da Portela, participou da primeira excursão de sambistas para o exterior, ajudando a difundir nossa música em Montevidéu, Uruguai.
          “Lá vem chorando”, também conhecida como “Dinheiro não há”, da autoria de Ernani Alvarenga, cantando em desfile pela Portela, foi o primeiro samba a fazer sucesso nas rádios.
          Coube, em 1957, a Ala dos Impossíveis, da Portela, o pioneirismo de ser a primeira ala coreografada da história do carnaval. Vale, ainda, registrar, que em novembro de 2001, a Portela, numa cerimônia em Brasília, foi agraciada pelo então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, com a “Ordem do Mérito Cultural”, em reconhecimento aos serviços prestados, ao longo dos anos, em defesa da cultura nacional.
          Em novembro de 2004, recebeu a visita do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia bastante comentada e noticiada, por se tratar de fato inédito e ímpar, pois era a primeira vez em que um Presidente da República, em exercício, comparecia a quadra de uma escola de samba, num seminário que dava partida para a discussão, análise e elaboração, em novos seminários, de projetos sociais para os bairros de Oswaldo Cruz e Madureira, e áreas adjacentes.
          Ainda em 2004, recebeu as visitas do Sr. Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado João Paulo da Cunha e do Sr. Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Nelson Jobim, fatos também inéditos na história de uma escola de samba.
          A quarta-feira tem uma especial importância para a Portela, já que a data de sua fundação, dia 11 de abril de 1923, caiu em uma quarta-feira.
          Nas quartas-feiras de cinzas, “João Calça Curta”, ex-presidente da Portela, realizava, em sua casa, uma concorrida peixada na qual compareciam importantes figuras do carnaval carioca e, claro inúmeros integrantes da Portela principalmente aqueles pertencentes a velha guarda.
          Ainda, nas quartas-feiras, na rua Adelaide Badajós, acontecia uma feira onde o pessoal da velha guarda da Portela aproveitava para se reunir num bar, que, em razão disso, acabou conhecido como botequim da velha guarda.tradicionalmente, a quarta-feira é o dia-celebração da velha guarda da Portela.
          Em 1941, o empresário Walt Disney, numa visita em cumprimento a política de boa vizinhança do governo americano, assiste a uma animada noite de samba em Oswaldo Cruz. De volta aos Estados Unidos, surge na prancheta de seu desenhista, artista que o acompanhou durante a viagem, o personagem “Zé Carioca”, muito provavelmente inspirado em algum sambista portelense.
          A Portela é a única escola heptacampeã do carnaval carioca, posto que ganhou todos os títulos disputados entre 1941 a 1947, inclusive.
          A Portela foi a primeira escola a ser campeã com nota 10 em todos os quesitos. Tal fato ocorreu em 1953, ano da reunificação do samba.
          A preocupação de vestir-se bem acompanha a escola desde seus primórdios. Paulo da Portela, preocupado em livrar o sambista do estereótipo de “malandro” e “vagabundo”, impôs ao grupo, que se tornou conhecido como “cabeça e prescoço tapados”, a obrigatoriedade de o portelense trajar chapéu e gravata.
          O nome da Portela em sete letras e a escola é a única que conquistou sete títulos consecutivos.

3 Luz, câmera & ação Amor branco e vermelho Produções cinematográficas com participação da escola Pedrina
4 Baianinhas de Osvaldo Cruz Mantendo a tradição Um dos blocos que originaram a Portela Vera
5 Na escuta do meu samba Musicalidade Homenagem aos compositores da escola Renato
6 Os violinistas do casamento Samba direito Representa o enredo de 1964 “O Segundo Casamento de D. Pedro” Claudio
7 Paulo da Portela... De cabeça e pescoço cobertos Bateria Através da vestimenta pede respeito ao sambista Mestre Marcio
8 Zé, malandro carioca Passistas Representa o verdadeiro samba Renato
9 Mulheres de raios Engenho Chapa Quente 2 Homenagem a Clara Nunes e sua religiosidade Marcio Moreno
10 A contrução com tijolos azuis Celeiros de bamba Construção do Portelão Edsom Oliveira
11 Os grandes carnavais Pau para dar em doido Homenagem a todos os carnavalescos Solmaria
3º Setor: Tradição e ousadia mantendo o orgulho

          Antonio Caetano, desenhista da Marinha, desenhou a primeira bandeira da escola. Inspirado no sol nascente e no valente povo da ilha japonesa. Instituiu as cores azul e branco em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, padroeira da escola, e como símbolo a águia, por sua imponência e vôo.
          Evoluir e manter a tradição, uma missão árdua e muito difícil. Então, quem poderia fazer essa transição? Ninguém melhor do que o Comandante Nilo Figueiredo, um portelense nato, que a frente da mais tradicional escola de samba do Brasil tem ao longo dos tempos contribuindo imensamente com o desenvolvimento do nosso estado, trazendo empregabilidade para muitos moradores da comunidade e ainda, no turismo, fez resplandecer o maior símbolo do carnaval portelense, a águia da Portela. Figura histórica que abre todos os anos os desfile da escola, e para reconhecer sua dedicação à Portela e nação, nada melhor do que em uma das suas grandes paixões “O Carnaval”.

12 Justiça que dá samba Segredo Homenagem ao bacharel em direito Dr. Nilo Figueiredo Pedro Paulo
13 Marinheiros Crianças Carreira militar do Sr. Nilo Figueiredo Nenem
14 Mãe Águia Baianas O eterno símbolo da grande Portela Luis Carlos
15 Paixão ao samba É Nós União dos apaixonados pela Portela e pelo Engenho da Rainha Jorge
16 Brasilidade Velha Guarda Brasilidade do samba D. Jurema

 

 

SAMBA ENREDO                                                2011
Enredo     De Paulo da Portela à Nilo Figueiredo... Essa é a história da escola de samba mais brasileira, fazendo o voo com a Águia Altaneira!
Compositores     Binho Sá, Pedro Binho e João do Peixe
Oh! Majestade do samba
História religião
No tempo da escravidão
Em Osvaldo Cruz e Madureira
Portela! Foi numa quarta-feira
Que se fez verdadeira sua fundação
Paulo Benjamin de Oliveira
Levantou a bandeira
E fez esse mundo crescer
Com os blocos que marcaram a sua vida
E os amigos que ganharam o seu coração
Mamãe Oxum eu peço a sua proteção

Com o som dos atabaques para Oxossi
E o canto dos escravos, contra a dor
Inspiração que a Portela foi buscar
Pro conto forte rufar do seu tambor

Que magia!
Meu Engenho da Rainha a exaltar
Falar da águia altaneira
Que fez Madureira, 21 vezes triunfar
És pioneira em samba, alegorias e muito mais
Que emoçao!
Portela! Você na avenida
É o perfume da flor! Sublime é o seu pavilhão

Nilo presidente, vem apresentar
A azul e branco, pro mundo sambar
Ò Clara Guerreira, Candeia e Natal
Salve a eterna campeã do carnaval