FICHA TÉCNICA 1992

 

Carnavalesco     Ricardo Macedo, Marcos Santos e Luiz Carlos
Diretor de Carnaval     Adão e Gilberto Cabeça Rica
Diretor de Harmonia     Tuninho
Diretor de Evolução     Tuninho
Diretor de Bateria     Mestre Cosme
Puxador de Samba Enredo     Ciganerey
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Hoffmann e Marcia Maia
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................

 

SINOPSE 1992

Mãe terra: e o homem refez a criação
O mito do Engenho da Rainha

Sinopse:

          Inspirado em mitos, lendas e crenças dos diversos povos da Terra que recriaram o mundo de acordo com influências políticas, culturais, sociais e geográficas. Como os gregos, os chineses, os africanos e os nossos índios amazônicos, mostraremos no Carnaval de 1992 o surgimento do mundo segundo a mitologia do Acadêmicos do Engenho da Rainha.
          Enfatizaremos nossa mitologia da criação no respeito e na união entre os povos do planeta.
          O mundo se inicia quando de um surdo de marcação surge uma velha baiana, a Mãe-Terra, geradora da vida, que utilizando os elementos, que constituem as Escolas de Samba, como: a bateria, o mestre-sala e a porta bandeira... Fazendo da cerveja e peixe-frito o alimento sagrado.
          A Mãe-Terra para um mundo desse só dá alegria, os homens vivem em harmonia com a natureza sendo respeitada, sem a afome, com educação para todos.
          Um mundo que é um eterno carnaval!!

Histórico do Enredo:

          No princípio somente existia um surdo de marcação que garantia o andamento do universo que estava se criando. Da sua batida surgiram várias baianas que passaram a girar em sua volta. Uma dessas baianas era a Mãe-Terra.
          A Mãe-Terra vivia só e não era feliz. No decorrer dos tempos suas lágrimas formaram os oceanos, mares e rios. Ela achou o mar muito lindo e lavava-se brincando nas águas. Para amenizar sua tristeza transformou os peixes que criara em tamborins, pandeiros, repiques, chocalhos e se enfeitou com eles. O som destes instrumentos fez a velha-baiana se alegrar e dançar girando, girando, girando...
          Das rendas da velha-baiana brotaram as florestas, dos colares as rochas e minerais, dos braceletes as estrelas, dos seus olhos a luz do dia, quando estavam abertos, quando fechava-os era noite.
          A velha-baiana ainda não estava totalmente satisfeita, queria compartilhar a maravilha do mundo que criara e então fez brotar um arco-íris do seu ventre e caminhou sobre ele. No fim do arco-íris tirou o barro de seu corpo no qual moldou a sua imagem e semelhança um homem e uma mulher, ao qual chamou: mestre-sala e porta bandeira. Deu-lhes a vida com as cores do arco-íris. A Mãe-Terra lhes deu o prazer, a enregia cósmica ordenando que crescessem e multiplicassem.
          O primeiro filho deste casal foi o mago-criador. A sua voz eram as notas musicais, e, o mago criou com seus irmãos os guardiões do universo que marcharam tocando os instrumentos musicais que a velha-baiana havia criado, alegrando e unindo com harmonia todos os outros irmãos, de todas as raças que evoluiram no grande arco-íris que levou ao lugar onde não haveria nem senhores nem servos.
          O mago-criador vive no templo-botequim, a morada dos deuses que está localizado no alto do morro. Sempre que seus irmãos descem o morro para alegrar os homens com seus pagodes, sambas, jongos, etc, criando escolas para dar educação a todos.
          A velha-baiana, a nossa Mãe-Terra, concedeu aos homens o seu ventre para que retirassem o fruto sagrado, a cevada – com a qual é feita a bebida sagrada, consumida em dias de festa. Das águas, ofereceu o peixe alimento sagrado. Assim ninguém sentia fome, sede ou frio, não havia dor!
          Os frutos da Mãe-Terra pertenciam a todos. E assim, o mundoi vivia em harmonia, e a velha-baiana feliz, fez dos seus sonhos a fantasia e do seu sorriso criou o carnaval.

Glossário do Enredo:

arco-íris: É a passarela do samba onde ocorrem os desfiles.
cerveja: Vem da cevada. É a bebida sagrada consumida por todos.
Harmonia: União entre o canto, a dança, o ritmo. Promove a união entre todos.
Mãe-Terra: Usada como sinônimo da velha-baiana. É fonte da vida.
Mago-criador: São os responsáveis pela criação do enredo da escola, do samba-enredo, alegorias, fantasias, etc.
Mestre-Sala e Porta bandeira: Casal criado pela Velha-Baiana para dar origem aos habitantes da terra.
Mito: Explicação fantasiosa dos fenômenos da natureza e justificativa do relacionamento entre os homens.
Peixe: Alimento sagrado que mata a fome dos homens.
Surdo de marcação: É o início do universo, quando só havia as trevas.
Templo-botequim: É a morada dos deuses. Os deuses são as pessoas importantes e tradicionais do bairro.
Velha-Baiana: É a Mãe-Terra. É dela que nasce a vida.

Roteiro do desfile:

1ª fase: Os mitos da criação
2ª fase: A Mãe-Terra
3ª fase: O mago-criador
4ª fase: O templo-botequim
5ª fase: O alimento sagrado
6ª fase: O carnaval

Luiz Carlos Almeida e Marquinho

 

SAMBA ENREDO                                                1992
Enredo     Mãe Terra: o homem refez a criação - O mito do Engenho da Rainha
Compositores     Jorge Branco, De Minas e Edson da Conceição
Oh! Luz divina...
Meu corpo vibra nos acordes da canção
O artista afirma...
Que a vida nasce de um surdo de marcação

E a mãe baiana gera o mundo aos seus pés
Todas as nações cantaram samba, Aiê baiana...
Dos ornamentos os elementos naturais
Na solidão a bem da paz
A vida emana
Vejam só...
A velha baiana criou o mar
O céu, a terra, o ar
Conta a lenda que do ventre
Um arco-íris fez brotar
Fez do samba oração, cantado em coro
Deu ao homem o maior dentre os tesouros
Viver e amar, a fantasia...
é a ilusão de desvendar o dia-a-dia
Mariei... Eu me alimentei
Do que você gerou
Do néctar do ventre concebido
Me ressaquiei, no samba me inspirei

Do morro um afã, vai pro asfalto
Linda mensagem que o mago criador
Deixou ao homem, para ser perpetuado
E o poeta sutilmente musicou