Justificativa:

          A mãe de todas as cabeças, a sagrada rainha das águas onde mora o siri, abençoa e ampara todas as mulheres que tem o dom de não fugir a luta, de amar, casar gerar e governar. É para você a homenagem, mulher que se destaca na música, na literatura, no cinema e tem o poder de renascer sempre. Parabéns a você mulher! Que tem fé, que distribui bondade e esbanja sua felicidade no carnaval. E parabéns a todos os que a vêem como amiga e ser fundamental a humanidade.

Sinopse:

          Iemanjá deusa da mitologia africana, mãe de todas as cabeças e Rainha das águas do mar.
          Ela que embala os mares e o siri, que trás a mensagem em exaltação a mulher que tem como seu primeiro contato de vida, a água, que embala o ventre lhe apresentando os primeiros molejos e ritmos da vida, sendo carregada pelo desejo e felicidade do ato de ser mãe, proporcionando imensa transformação na vida dessa mulher.
          É esse poder de transformar que faz da mulher uma guerreira na hora de lutar, dedicada e zelosa, quando cuida, delicada quando ama, altiva e perspicaz quando governa e bela quando feliz.
          São poucos os adjetivos para expressar a mulher, pois possuem inúmeras ações transformadoras, são elas que lutam em busca de liberdade de expressão, que rompem barreiras, quebram tabus e mostram o poder adquirido por elas com o passar dos tempos Se a mulher foi feita da costela de Adão, ela é mais importante que o homem, pois dentre tantos os ossos de um corpo, porque a costela? Simples, é a costela que envolve o coração, é o osso protetor, o que cuida, sábio senhor da criação que lança em várias passagens da vida a importância desse ser fundamental a humanidade, como Maria mãe de seu filho, venerada e adorada por muitos, Maria Madalena fiel e dedicada e muitas outras Maria que nos seduz.
          No decorrer da história, muitas podemos citar pelos seus feitos, e algumas se destacam, como:
          Cleópatra: rainha que herdou de seu pai, o trono do Egito; seus romances com Júlio Cezar e Marco Antonio a transformaram em uma das soberanas mais poderosas da antiguidade.
          Joana D’Arc: heroína, que morreu queimada na fogueira por heresia, comandou o exercito real francês em varias batalhas durante o reinado de Carlos VII. O papa Bento XV nomeou- a santa em 1920.
          Escrava Anastácia: a escrava de olhos azuis, pouco se sabe dessa grande mártir negra, vítima de sua beleza sucumbiu ao seu senhor e algoz que lhe colocou uma mascara de ferro, que ela suportou durante anos de sua heroica existência, tornando se assim a escrava santa.
          Anita Garibaldi: companheira de Giuseppe Garibaldi, a revolucionária ficou conhecida como a “heroína dos dois mundos“ é considerada uma das mulheres mais corajosas de sua época.
          Chiquinha Gonzaga: mulher corajosa de personalidade determinada, lutou contra uma sociedade conservadora, venceu preconceitos de uma época,,educada para se tornar uma sinhazinha, mostrou desde cedo seus dotes musicais, aos 16 anos a jovem casa se e o seu amor pela musica começa a provocar ciúmes em seu marido, o que leva ao fim do casamento, essa corajosa mulher entra a partir daí para o mundo musical boêmio, nascia uma estrela, essa poderosa mulher foi condenada pela sociedade, mais nada a impediu de alcançar voo, compôs, ‘O abre alas’, a primeira musica feita especialmente para o carnaval e também varias peças teatrais inéditas. Outra ousadia de Chiquinha foi a introdução da musica popular brasileira nos salões de elite. A maestrina, compositora e abolicionista que foi exemplo para toda uma geração, por ironia do destino falece na antevéspera de carnaval.
          Princesa Isabel: Filha do imperador D. Pedro II, herdeira do trono e sucessora de seu pai, aos 14 anos de acordo com a constituição deveria prestar o juramento de manter a religião católica apostólica romana, observar a constituição política da nação brasileira e ser obediente as leis e ao imperador.
          Em 1887 começava a terceira regência e a terceira fase política da vida da princesa, a escravidão esta presente em todo o império, o novo ministério conhecido como gabinete da abolição tinha a frente o conselheiro João Alfredo, a quem a princesa sugeriu na fala do trono que se fizesse o quanto antes a abolição da escravatura.
          Em 13 de maio de 1888, a princesa certa da vitória, desce de Petrópolis para aguardar no Paço da Cidade o momento de assinar a lei Áurea, na euforia e no entusiasmo pelo seu dia de glória, só ouvia os louvores e aplausos ‘Viva Isabel, a redentora’, mais ainda faltava a benção da igreja, concebida com a Rosa de ouro,  pelo papa Leão XIII em 28 de setembro de 1888.
          Cora Coralina: Poetisa, era  uma mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás, partiu de nós no ano de 1985.
          Maria Bonita: A primeira mulher a participar do cangaço, nascida em 8 de março de 1911 (Não por acaso o dia internacional da mulher). Casou-se aos 15 anos, vivendo um casamento conturbado, o que a levava a refugiar se na casa de seus pais, E foi em uma dessas fugas que ela reencontrou Virgulino, o Lampião que era amigo de seus pais, daí começa uma grande história de companheirismo e amor, em um ano Maria se integra ao bando, depois dela outras mulheres passaram a integrar o bando também. Maria Bonita teve uma filha com Lampião com quem conviveu durante oito anos.
          Em 28 de\julho de 1938, durante um ataque da volante ao bando de Lampião, um dos casais mais famosos do país foi brutalmente assassinado, segundo os médicos Maria Bonita foi degolada viva.
          Carmem Miranda: Foi uma cantora e atriz lusa brasileira, percussora do tropicalismo Carmem foi a maior celebridade em sua época. Encontraram na morta no quarto de sua casa após um colapso cardíaco fulminante por causa da sua dependência de barbitúricos.
          Frida Kallo: Nasceu em 6 de julho de 1907, na casa de seus pais, conhecida como a casa azul, com seis anos de idade Frida contrai poliomielite, sendo essa a primeira de uma serie de doenças, acidentes, lesões e operações que sofre ao longo de sua vida, a poliomielite a deixa com uma seria lesão em seu pé direito, o que a leva a usar longas saias, que se tornou sua marca registrada, aos dezoito anos sofre um grave acidente no bonde em que viajava, deixando Frida entre a vida e a morte, tendo que reconstruir varias partes de seu corpo, durante sua longa recuperação Frida começa a pintar com um cavalete adaptado a sua cama, em 1928 ela entra para o partido comunista, onde conhece seu marido, Frida procurou retratar na sua arte  temas do folclore e da arte popular do México, sua obra é qualificada de surrealista, ela mesma declarou mais tarde, ‘Pensavam que eu era surrealista, mais não era, pois nunca pintei sonhos, pintava a minha própria realidade’.
          Madre Tereza de Calcutá: Fundou a Congregação Missionárias da caridade para ajudar aos pobres, dois anos após sua morte o Papa João Paulo II abriu a causa da sua canonização, recebeu o premio Nobel da paz em 1979.
          Evita Perón: Mulher marcada por uma infância no campo e filha não reconhecida, Eva trabalhou como modelo e locutora, casou se com o presidente da Argentina Juan Carlos Perón, lutou pelos direitos dos trabalhadores e da mulher.
          Marilyn Monroe: Atriz protagonizou clássicos como ‘Os homens preferem as loiras’, ‘O pecado mora ao lado’, mais, sobretudo é o maior mito erótico do século XX. Dizem que viveu um tórrido romance com os irmãos Robert e John F. Kennedy.
          Leila Diniz Atriz, conhecida como a ‘mulher de Ipanema’, defensora do amor livre e do prazer sexual é sempre lembrada como símbolo da revolução feminina, que rompeu conceitos e tabus por meio de suas idéias e atitudes. Morreu em um acidente aéreo aos 27 anos, no auge da fama, quando voltava de uma viajem da Austrália.
          Daiana de Gales: Princesa, conhecida como a princesa do povo por sua atitude solidaria com os mais desfavorecidos, foi casada com o príncipe Charles com quem teve dois filhos, morreu em um controvertido acidente de automóvel em Paris quando fugia da perseguição dos paparazzi.
          Tia Ciata, mulher que lutou pelo samba, agradeça a ela a liberdade que hoje temos para sambar e façamos isso em forma de exaltação a nossa escola, cantando e sambando. Pois para o Grêmio Recreativo Escola de Samba Boca de Siri, é uma honra parabenizar a todas vocês que se esforçam a cada dia para ter e manter seu espaço reconhecido na sociedade, aos homens que as vêem como pares, como amigas, mães e parceiras.

Valério Guidinelle

Roteiro do desfile: