FICHA TÉCNICA 1998

 

Carnavalesco     Anderson Müller, Cid Carvalho, Fran-Sérgio, Ubiratan Silva, Nelson Ricardo, Amarildo de Mello, Paulo Führo e Vitor Santos
Diretor de Carnaval     Luiz Fernando do Carmo (Laíla), Valber Frutuoso e Leandro Jaider
Diretor de Harmonia     Luiz Fernando do Carmo (Laíla) e Valber Frutuoso
Diretor de Evolução     Luiz Fernando do Carmo (Laíla) e Valber Frutuoso
Diretor de Bateria     Mestre Plínio
Puxador de Samba Enredo     Neguinho da Beija-Flor
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Claudio de Souza (Claudinho) e Selma de Mattos Rocha (Selminha Sorriso)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Carlos Augusto G da Silva (Carlos Augusto) e Janailce Adjane Santiago
Resp. Comissão de Frente     Ghislaine Cavalcanti
Resp. Ala das Baianas     Hélio Borges, Sr. Ari e Sra. Zeli
Resp. Ala das Crianças     Aroldo Carlos da Silva, Sr. Pedro, Paula, Eraldo, Adir Marques e Márcio

 

SINOPSE 1998

Pará o mundo místico dos caruanas, nas águas do patu-anu

            Tendo como base o livro: “O mundo místico dos Caruanas e a revolta de sua ave” escrito pela Pajé Zeneida Lima, oriunda da Ilha de Marajó, a Beija-Flor de Nilópolis apresentará no Carnaval de 1998 o enredo cujo tema será a “Pajelança Cabocla”.

O Tema:

            A Pajelança da Ilha de Marajó é uma herança das diversas tribos que habitavam esta ilha e que pouco a pouco foram sendo dizimadas e hoje, em vez de índios, a Ilha abriga caboclos que perpetuam a “Pajelança” denominando-a “Pajelança Cabocla”.
            Canta o pajé caboclo evocando o Caruana Beija-Flor, energia guardiã do culto e da doutrina. Canta o lamento por ver sua cultura em vias de destruição. O homem branco com seus deuses de pedra e outro despreza as energias, fonte de vida e equilíbrio.
No fundo da mata o pajé canta sua crença... “No tempo em que o mundo era coberto por água, o Girador em forma de labaça de barro surgiu no horizonte azul onde hoje se encontra a ilha de Marajó e construiu sete cidades sobre as águas para servir de moradia a Auí, um ser delicado e transparente, e seu povo.
            Auí, líder do povo saído do Girador, movido pela curiosidade colocou-se no fundo do remoinho para tocar no fundo das águas o barro e a lama, materiais do qual era feito o Girador. Seu gesto causou um desequilíbrio e as sete cidades submergiram e foram transformadas em sete cidades encantadas. Auí e seu povo são transformados em Caruanas, energias encantadas auxiliadoras do mundo dos viventes.
            Em meio a desordem cansada por Auí, a terra do fundo aflorou formando partes sólidas no que antes era apenas água e libertou Anhanga, energia que vem em resposta aos males causados à natureza e que passou a habitar os baixios e alagadiços. miasmas e águas paradas.
            O mundo encantado precisava de uma força maior que o regesse, na verdade um mantenedor ao qual os Caruanas devessem obediência, um genitor que perpetuaria a vida sob as águas.
            Então do Girador nasceu o “Patu-Anu”, o grande mistério do mundo das águas, o útero sagrado.
            No “Patu-Anu” os Caruanas passariam por vários estágios.
            Ao “Patu-Anu” ainda foram delegados os poderes da criação de vários elementos que compunham o mundo da encantaria e suas missões, tais como: a Casa de Espuma, local onde os Caruanas descansam de seus estágios evolutivos: a Lírica do Mar, espécie de espelho encantado que passeia pelas águas refletindo a vida na terra.
            Há o Barco de Casco de Tartaruga, transporte místico dos’ Caruanas e a Escadinha de Coral, escala evolutiva dos Caruanas que, quanto mais profundo o estágio, mais apurada está a energia.
            Para vigiar a entrada e saída dos Caruanas do mundo das águas, o Patu-Anu criou o Gavião de Olhos Brilhantes e Bico de Marfim, que paira sobre a superfície, como guardião.
            O instrumento de comunicação entre o mundo dos encantados e o mundo dos viventes é o Pajé, aquele que celebra a pajelança, ritual místico onde há a troca de energias. Esta troca de energias entre o pajé e o Caruana é feita pelo Peixe de Sete Asas, ser fantástico que traz em seus olhos as energias das águas do “Patu-Anu”.
            O pajé caboclo canta sua região: “O Pará dos encantos: do mercado ver-o-peso, das riquezas minerais; da fauna e da flora imensamente ricas. O Pará dos búfalos, dos boiadeiros, dos Igarapés e da alegria. O Pará místico, das ervas encantadas, dos feitiços e da magia Caruana:

            O G.R.E.S. Beija-Flor mostra ao mundo uma cultura milenar, trazendo para a avenida: Pará - O Mundo Místico dos Caruanas nas Águas do Patu-Anu

Comissão de Carnaval

 

SAMBA ENREDO                                                1998
Enredo     Pará, o mundo místico dos caruanas, nas águas do patu-anu
Compositores     Alencar de Oliveira, Wilsinho Paz, Noel Costa, Baby e Marcão
Beija-flor
E o mundo místico dos Caruanas
Nas águas do Patu-Anu
Mostra a força do teu samba

Contam que no início do mundo
Somente água existia aqui
Assim surgiu o girador, ser criador
Das sete cidades governadas por Auí
Em sua curiosidade, aliada à coragem
Com seu povo ao fundo foi tragado
O que lá existia aflorou, o criador semeou
Surgindo os seres viventes em geral
E de Auí se deu a flora, fauna e mineral

Sou Caruana eu sou
Patu-Anu nasceu do girador, obá
Eu trago a paz, sabedoria e proteção
Curar o mundo é minha missão

Pajé, a pajelança está formada
Eu vou na barca encantada
Anhangá representa o mal
Evoque a energia de Auí
Pra vida sempre existir
Oferenda ao mar pra isentar a dor
Com a proteção dos caruanas Beija-flor
A pajelança hoje é cabocla
Na Ilha de Marajó, vou dançar o carimbó
Lundu e siriá, marujada e vaquejada
Minha escola vem mostrar
O folclore que encanta
O estado do Pará