E foi-se a luz: trevas,
raios, bruxaria...
E foi-se a paz: pesadelos e agonia...
E desde então, os Orixás,
Ou aliados ou rivais,
Formam correntes de paixão
Nos rituais...
Aí eu personalizei
O bem, o mal de cada ser
Que eu ajudei a definir
Sem escolher...
Mascarei a liberdade
E pintei poder e fé,
Semeei desigualdade
Sob o olhar de Eleié
Assim, na Grécia filosofei...
Em Roma eu conquistei...
Lá no Egito fui rei...
Vesti Ali Babá, fui ladrão...
Já fui Gueixa no Japão...
No Nordeste Lampião...
Mas, não me leve a mal,
Hoje sou poeta, é Carnaval...
Sou a alma, sou a cara
Sou o retrato
Que retrata o que na alma
Eu sou de fato!...
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