No momento em que o sol toca o luar
Ao amanhecer nesse lugar
Fecham-se portões e abrem corações
Para minha escola desfilar
Pedras preciosas, riquezas em cores
No porto ouro, damas e senhores
Somente um coração à pulsar
Piratas, esperanças e amores.
Vai que o tempo não levou ainda
Aquela bondade infinda
Dos olhos da “dona do paço”
Os festejos e procissões
Sacadas e lampiões
Fé, pureza e cansaço.
Vastos canaviais, adoçando a visão
Paratí alcança a glória
Num horizonte de ilusão.
Mas o progresso impiedoso
Levou o ouro, escravos e senhores
Só não levou sua beleza, sua arquitetura
E suas flores
Não levou a alma e nem levará
A história e tradição desse lugar.
Ô ô ô ô, uiva o vento
Apagando os lampiões
Ô ô ô ô, vento é a chama
Que acende recordações. |