FICHA TÉCNICA 2008

 

Carnavalesco     Marco Antônio
Diretor de Carnaval     Marcus Vinícius Cabral de Almeida
Diretor de Harmonia     Rodrigo Nascimento
Diretor de Evolução     Rodrigo Nascimento
Diretor de Bateria     Zé Mário
Puxador de Samba Enredo     Roosevelt Martins Gomes da Cunha (Pixulé)
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Carlos Eduardo Júnior (Mosquito)  e Liliane
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Geziclayton e Gezicléia
Resp. Comissão de Frente     Diogo de Souza
Resp. Ala das Baianas     Dona Marta
Resp. Ala das Crianças     Kátia
Resp. Galeria de Velha Guarda     Dona Ayla

 

SINOPSE 2008

Chegou o General da Banda! Albino Pinheiro, a alegria do Rio

Justificativa:

          O G.R.E.S. Alegria da Zona Sul traz o enredo "Chegou o General da Banda! Albino Pinheiro, a alegria do Rio" O enredo justifica-se na homenagem a Albino Pinheiro pelo amor à cultura da Cidade do Rio de Janeiro. O mesmo amor que o Alegria sente por suas raízes e cultura, fato que pode ser observados nos últimos enredos da agremiação.
          A Escola ao longo do seu desfile e em suas alas pretende mostrar a importância do trabalho desenvolvido pelo homenageado. O mar como inspiração, sua paixão pelo RIO, sua roupa característica, seus principais projetos, seus amigos, sua paixão pelo carnaval e sua ALEGRIA. Entendemos que trabalhamos para proporcionar ao povo, também protagonistas da maior festa popular do Brasil que é o carnaval a ALEGRIA sonhada por Albino na elaboração de cada evento.

Sinopse:

          Alegria, Alegria espero que nesse Carnaval todos tenham muita Alegria ! Aliás essa palavra de nobre sentido sempre teve presente na minha vida. Estou chegando para passar um pouco de Alegria para vocês. Vim contar minha história. Trabalhei muito em prol da cultura carioca, cidade que sempre me identifiquei.
          Produzi filmes, espetáculos culturais, fui grande admirador da Música Popular Brasileira, e colecionei inúmeros amigos. Tive grandes paixões e deixei um grande legado para o carnaval.
          Nesse momento quero mostrar um pouco da minha vida, do meu trabalho. Espero que vocês gostem. Afinal a minha vida que sempre foi de alegria, será da ALEGRIA DA ZONA SUL.

1 – A cara do Rio

          Carlos Drumond de Andrade meu grande amigo, costumava dizer: “O Mar Desenha o Rio de Janeiro” para exaltar sua beleza natural e o lindo contrate entre o mar e as montanhas.
          Bem, nasci em 23 de setembro de 1933 no Pró-Matre da Praça Mauá, tive a sorte de ser concebido nessa Cidade linda, maravilhosa. Sou filho de Albino de Mesquita Pinheiro e Elza Maria Coelho Pinheiro, que tiveram ao todo sete filhos. Pela ordem cronológica: Elza, Albino, Cláudio Luiz, Amaury, Heloiza Maria, Fernando e Paulo todos Coelho Pinheiro, todos cariocas.
          Como bom carioca comecei nos blocos de sujo em Laranjeiras, desfrutei da boemia, do samba, e do futebol. Herdei a veia artística meu tio Custódio Mesquita que foi um dos grandes compositores da Música Popular Brasileira. O tempo foi passando e me formei em Direito em 1957 pela Universidade do Rio de Janeiro. Outro grande amigo o Jaguar me classificava como “mulatólogo”, coisa de gênio.

2 - O agitador cultural

          A cultura sempre me acompanhou, dediquei grande parte da minha vida a projetos que visavam oferecer cultura ao povo, trabalho que me dava muita Alegria, nunca me conformei com a divisão social, fraseando o poeta: “O Povo não que só comida, ele que diversão e arte”.
          Entre as décadas de 70 e 90 dirigi inúmeras peças teatrais, programas de rádio e de TV. É difícil encontrar alguma forma de manifestação de cultura popular no Rio de Janeiro nessa época que não tenha minha participação como vocês poderão ver a seguir.
          Em fevereiro de 1965 fundei a banda de Ipanema na qual fui presidente até 1999. A Banda foi responsável pelo ressurgimento do carnaval nas ruas da Zona Sul da cidade, em um primeiro momento e, em seguida, por toda a cidade, pelo estado. Com o tempo pelo país, reproduzindo o seu modelo de desfile. Sua identificação fundamental como espaço único de expressão democrática marcou e marca, ainda, sua presença no cenário cultural da cidade.
          A Banda de Ipanema tornou-se o primeiro bem imaterial tombado no Rio de Janeiro, em janeiro de 2004. Outro grande projeto cultural da cidade nasceu da sugestão que dei ao amigo Hermínio Bello de Carvalho de aproveitar o horário das 18:30 h nos teatros carioca, com show de Música Popular Brasileira. Assim em agosto de 1976 surge o Projeto “Seis e Meia” em que se afirmaram a Música Popular Brasileira, seus intérpretes e compositores.
          Criei e apresentei o programa “Só pra Lembrar”, da TV Educativa, em que se relembrava e reproduzia grandes momentos de nossa música popular e se completava com muitos registros e entrevistas. Uma obra importante na recuperação e valorização de nossa memória musical.
          Promovi Festivais e Concursos de Música Popular nas tradicionais Festas da Penha, nos meses de outubro. Não posso deixar de citar os Banhos de Mar à Fantasia  em várias praias da cidade, a recuperação de uma tradição hoje esquecida do Rio de Janeiro.
          Participei direta ou indiretamente em inúmeros seminários, encontros e conferências destinadas ao estudo da cultura popular, no Rio de Janeiro e no país. Presidi a Associação Brasileira de Pesquisadores da Música Popular. Fui Comentarista de televisão e rádio de eventos principalmente ligados à música popular, inclusive nos de escolas de samba. No cinema também tive grande participação, onde destaco o Filme rodado por Paulo César Sarraceni, sobre Natal da Portela, onde produzi e atuei. Nessa minha vida cultural fiz e colecionei inúmeros amigos e espero revê-los nesse grande momento de Alegria.

3 – A boemia, as paixões

          Fui um Carioca nato apaixonado pela vida, além de ser amante da cultura, tive outras grandes paixões. O fluminense que freqüentei desde criança e é o time de toda a minha família, aliás, o time foi um marco na minha vida. Meus pais se conheceram em Macaé quando meu pai, Albino, jogava pelo clube e foi realizar um amistoso naquela cidade. Grande amistoso! Gostava de ir ao Maracanã ver os jogos do meu Clube, o Fluminense, ganhando ou perdendo era sempre motivo de tomar algumas cervejas pela cidade.
          O Carnaval também marcou meu coração, não perdia um desfile de escolas de samba, e sempre me emocionei assistindo a minha grande paixão carnavalesca: a Portela. As constantes idas a Osvaldo Cruz era uma festa que se iniciava na preparação e só acabava na manhã seguinte.  Era também “mulatólogo” como bem me denominou meu grande amigo Jaguar, esse nome se deve ao meu grande carinho pela mulata carioca, que em suas curvas me fazem lembrar os traços da Cidade.
          Meu coração se rendeu aos encantos de uma porta-bandeira da Mocidade Independente de Padre Miguel, Rose, onde ela desfila até hoje além de ser a porta-bandeira da Banda de Ipanema.
          Relacionar meus amigos não é uma tarefa de fácil, pois corro o rico de esquecer alguém, mas vale apenas mencionar uma pequena parcela daqueles que com certeza, ainda aí com vocês, exigirão que seu nome seja dito, entre eles estão Fausto Wolff, Fernando Pamplona, Hermínio Bello de Carvalho, Ilmar Carvalho, Jaguar, J. Ruy, Márcio Donnici, Paulo Cesar Saraceni, Rose Nicolau, Sergio Cabral e Ziraldo, mas vamos dizer que toda a cidade estava e está no seu coração.

4- A Banda de Ipanema

          Dediquei a minha vida à cultura, então quando tive a iniciativa de fundar uma Banda, queria reviver os carnavais de rua que aprendi a gostar desde criança. Quando organizei a Banda de Ipanema, me chamaram de “O GENERAL DA BANDA” e de “CACIQUE DA ALEGRIA” alias esse nome se deve ao grande propósito da Banda,tirar sarro da vida. Em 1965 com o nosso primeiro desfile pude ver a Alegria estampada no rosto das pessoas, eram crianças, jovens, adultos, velhos, ricos, pobres, homos, heteros, famosos, anônimos, bêbados todos brincando juntos o Carnaval.
          Elegi Eneida como a primeira Madrinha da Banda e a eterna Leila Diniz foi exaltada como a Grande Rainha. Mesmo quando os militares quiseram acabar com a Banda e infiltravam espiões nos desfiles, os mesmos percebiam o espírito da diversão e acabavam caindo na folia. A Banda de Ipanema era totalmente Democrática serviu de referencia e ponto de encontro de diversos intelectuais. Reuniam-se nesse evento o pessoal do Pasquim, do Cinema Novo, do Teatro e da Bossa Nova. Esse era o meu espírito: a confraternização total, mas sem alienação. Grandes nomes passavam pela Banda, Oscar Niemeyer, João Saldanha, Ziraldo, Tom Jobim e outros que ajudavam divulgar ainda mais o sucesso da dela.
          Sempre quis homenagear personalidades brasileiras, entre tantos, destaco os seguintes nomes: Cartola, Nelson Cavaquinho, Jorge Veiga, Elizeth Cardoso, João Bosco, Marília Pêra, Beth Carvalho, Carmem Costa, Paulinho da Viola, Braguinha... Que bom que a Banda continua a tocar no Carnaval, e ainda mantém seu charme e os seus grandes propósitos, a Grande Griff do Carnaval.
          Gostaria de encontrar neste momento mágico e universal que é o Carnaval Carioca, muita Paz, Harmonia e Alegria, espero que vocês tenham gostado da minha história...Para quem não me conhece sou: Albino Coelho Pinheiro, Albino Pinheiro da Alegria da Zona Sul e do Rio de Janeiro.

Texto: Cláudio Pinheiro

Roteiro do desfile:

1º Setor: Albino, a cara do Rio

Nome da Fantasia

Nome da ala

Descrição

Responsável pela ala

 

Academia da alegria

Comissão de Frente

Nossa comissão de frente vem representando a irreverência e a alegria de Albino Pinheiro, boêmio, malandro carioca e a representação feminina da negra no samba que é acara da cultura carioca a qual Albino sempre se identificou.

Diogo de Souza

1

O mar de Ipanema

Comunidade

Esta ala pretende retratar a beleza do mar de Ipanema que Albino adorava admirar.

Comissão de Carnaval

1ª Alegoria: O mar de Albino Pinheiro
Exaltação à beleza do Rio de Janeiro, seu mar que inspirou e inspira tantos poetas também serviu de inspiração para as criações de Albino Pinheiro.
Principais destaques: Regis Camurça
2º Setor: Albino, agitador cultural

2

A cara do Rio

Comunidade

Esta ala virá retratando os banhistas que adoravam e divertir na praia para poder bater um bom papo com amigos.

Comissão de Carnaval

3

O Cinema Novo

Comunidade

Esta ala virá representando os filmes que Albino Pinheiro produziu.

Comissão de Carnaval

4

Bossa Nova

Comunidade

Esta ala virá representando a importância de Albino para a Música Popular Brasileira como seu Programa “Só para lembrar” da TV Educativa.

Comissão de Carnaval

5

Projeto Seis e Meia

Comunidade

Esta ala virá representando o grande projeto de revelação de talentos que aproveitava o horário de 18:30 nos teatros cariocas com shows de MPB.

Comissão de Carnaval

2ª Alegoria: Albino Pinheiro, agitador cultural
Enaltecer a dedicação de Albino como promotor cultural da cidade do Rio de Janeiro e seu projeto que revelou grandes nomes para a MPB. Dedicação que lhe rendeu o apelido de "Prefeito"
Principais destaques: Augusto Xavier

6

Comentarista de TV

Comunidade

Esta ala virá representando uma das profissões que Albino desenvolveu também em prol da cultura carioca.

Comissão de Carnaval

1º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Paixão de Albino pelo carnaval
3º Setor: Albino e suas grandes paixões

7

O general da Banda chegou, Bateria

Comunidade

Esta ala virá representando o General da Banda com sua farda em noite de gala, apelido que Albino recebeu e era chamado em seus eventos culturais, principalmente nas apresentações da banda.

Zé Mário

8

Carioca da gema

Passistas

Esta ala virá representando a beleza da mulher carioca com seu gingado que Albino sempre admirou.

Fia

9

Cabrochinhas e malandrinhos

Crianças

Esta ala virá representando o futuro da cultura do nosso país, através das crianças com o samba no pé.

Katia

10

A boemia de Albino

Comunidade

Esta ala virá representando a boemia de Albino em uma noite de carnaval, através do Pierrot que sai para encontrar seu par e bater um papo com os amigos.

Comissão de Carnaval

3ª Alegoria: Albino e suas grandes paixões
Mostrar a grande paixão de Albino, principalmente a que lhe valeu o apelido "de mulatólogo"
Principais destaques: Rose (ex-esposa de Albino Pinheiro)

11

Sou tricolor de coração

Comunidade

Esta ala virá representando a paixão de Albino pelo seu time de coração, o Fluminense, jogos que ele assistia desde criança afinal era o time de toda a família.

Comissão de Carnaval

12

Paixão em azul e branco (Portela)

Comunidade

Esta ala virá representando mais uma das paixões de Albino pelo carnaval, a Portela, quadra que freqüentava e não perdia um desfile.

Comissão de Carnaval

13

Perseguição à diversão

Comunidade

Esta ala virá representando os militares que queriam acabar com a Banda, infiltrando espiões nos desfiles que ao perceberem o espírito de diversão juntavam-se aos foliões.

Comissão de Carnaval

14

O Pasquim

Comunidade

Esta ala virá representando os intelectuais. Nada melhor que o jornal mais representativo e irreverente da época para essa representação.

Comissão de Carnaval

15

Tributo a Albino

Baianas

Esta ala virá representando a mães do samba, as baianas, para fazer a justa homenagem a este grande homem que nos deixou um grande legado cultural. Comissão de Carnaval

 
 4º Setor: A Banda de Ipanema

16

Bloco de sujo

Comunidade

Esta ala virá representando o povo em uma tradição onde cada um coloca para desfilar pelas ruas suas fantasias simples, tradicionais em busca apenas de diversão.

Comissão de Carnaval

17

A Banda chegou

Comunidade

Esta ala virá representando um dos mais importantes projetos culturais deixado por Albino e reconhecido como bem imaterial. A banda, onde ele queria reviver os carnavais de rua que aprendeu a gostar desde criança.

Comissão de Carnaval

4ª Alegoria: A Banda de Ipanema
Homenagear o bem imaterial tombado pelo Patrimônio Histórico Cultural
Principais destaques: Carlos Henrique

 

SAMBA ENREDO                                                2008

Enredo     Chegou o General da Banda! Albino Pinheiro, a alegria do Rio
Compositores     Fio, Moura, Expedito, Ivo do Galo, Luiz Chaveiro
Confetes e serpentinas
Que o show vai começar
Nasci no Rio de Janeiro
Cidade emoldurada pelas montanhas e o mar
Em direito me formei
Pela cultura me dediquei
Fiz eternas amizades, a boêmia desfrutei
E "só pra lembrar" a MPB eu divulguei

Vou brincar o carnaval no bloco de sujo
Com muito orgulho sou tricolor
Minha Portela querida
De tantos carnavais ao mundo encantou

Foram tantas paixões
Rose, jamais te esquecerei
Fiz teatro, curti bossa nova
Na rádio e no cinema trabalhei
Como era lindo ver
O banho de mar à fantasia
Olha o charme da mulata carioca
E o "seis e meia" revelando artistas
Hoje abra um sorriso
A banda vai passar
Meu nome é Albino Pinheiro
A minha história vim contar

Vamos sambar e cantar
O general da banda chegou
Esbanjando alegria nessa folia
Com muito amor