De prato principal a acompanhante, a Abolição vem mostrar o arroz no
carnaval!
Justificativa:
“...Nenhuma outra atividade econômica alimenta tantas pessoas, sustenta tantas famílias, é tão crucial para o desenvolvimento de tantas nações e apresenta mais impacto sobre o nosso meio ambiente. A produção de arroz alimenta quase a metade do planeta todos os dias, fornece a maior parte da renda principal para milhões de habitações rurais pobres, pode derrubar governos e cobre 11% da terra arável do planeta." (Ronald Cantrell, 2002).
Cultivado e consumido em todos os continentes, o arroz destaca-se pela produção e área de cultivo, desempenhando papel estratégico tanto no aspecto econômico quanto social no mundo. Cerca de 150 milhões de hectares de arroz são cultivados anualmente em todo o planeta, produzindo 590 milhões de toneladas, sendo que mais de 75% desta produção é oriunda do sistema de cultivo irrigado.
O arroz é um dos mais importantes grãos em termos de valor econômico. É considerado o cultivo alimentar de maior importância em muitos países em desenvolvimento, principalmente na Ásia na África e Oceania, onde vivem 70% da população total dos países em desenvolvimento e cerca de dois terços da população subnutrida mundial. É alimento básico para cerca de 2,4 bilhões de pessoas e, segundo estimativas, até 2050, haverá uma demanda para atender ao dobro desta população.O arroz é um dos alimentos com melhor balanceamento nutricional, fornecendo 20% da energia e 15% da proteína per capita necessária ao homem, e sendo uma cultura extremamente versátil, que se adapta a diferentes condições de solo e clima, é considerado a espécie que apresenta maior potencial para o combate a fome no mundo. Aproximadamente 90% de todo o arroz do mundo é cultivado e consumido na Ásia.
Diante de tal magnitude, a Acadêmicos da Abolição escolheu contar a história desse cereal na avenida ; vamos caminhar desde a sua primeira aparição até os dias de hoje, ressaltando sua importância em várias culturas; tudo com muita alegria e samba no pé!
“Proveniente do arrozal, de origem oriental, com sabor especial, também se cultiva em Portugal, em época estival, entre o rio e o areal...
Cozinha-se de múltiplas maneiras, em acompanhamentos ou refeições ligeiras, temperado ou
sem condimentos, pelas formas derradeiras...
Na Renascença o usou o homem, pertencente às altas classes... o arroz quase todos o comem, até os pobres de outros passes!...
Na doçaria se usa pelo seu nome que é doce... até o bolo do dia bolo de arroz, antes fosse... É o mais consumido alimento,
mesmo à frente da batata... sendo, às vezes, o único sustento de muitos povos sem data!...”
Antônio Martins 30/01/2009
Autora: Renata Caulliraux
Sinopse:
Podemos afirmar que o arroz é o alimento mais importante do mundo; cultivado em mais de 100 países e consumido regularmente por mais de dois terços da população mundial sendo a principal fonte de proteína e energia dessas pessoas.
Os historiadores acreditam que o seu cultivo é tão antigo quanto a própria civilização e que ele seja originário da Ásia, mais especificamente na Índia onde esse cultivo teve início a 7.000 anos
A.C.. Hindus utilizavam o arroz em cerimônias religiosas como oferenda a seus deuses.
Em 2.700 A.C. temos os primeiros indícios do arroz na China quando o imperador chinês Sheng Nung realizava uma cerimônia em que se semeavam cinco cereais, ente eles estava o arroz. Hoje em dia o Japão é o maior produtor de arroz da Ásia. O arroz é a base da dieta dos japoneses há mais de 3.000 anos, e mesmo com a ocidentalização dos hábitos, não há como ficar longe dele no dia a dia desse país: da bebida alcoólica ao doce, do chá ao cosmético, das cerimônias da Casa Imperial até as festas populares da primavera e do outono e nos famosos sushis, lá está o cereal. Não é só na alimentação que o arroz desempenha um papel de importância. Na China acredita-se que tenha alma, o que até certo ponto é facilmente explicável, já que vem do arroz grande parte do sustento da população, o que dá a ele um valor simbólico semelhante ao do pão na cultura judaico-cristã. O saquê, tradicional bebida japonesa, é uma aguardente preparada a base de arroz, assim como na China o bifun, uma espécie de macarrão, também é feito de arroz. Os árabes também não ficaram de fora do caminho do arroz pela Ásia; pelo contrário, o desenvolvimento das diversas rotas comerciais partindo da Ásia para outras partes do mundo propiciou a expansão da sua cultura e do seu comércio, dado que o próprio grão foi utilizado como moeda de troca. Foi a partir da bacia do Eufrates e do Tigre que os árabes introduziram o arroz, lá pelo século VIII da nossa era, nas costas espanholas. Com efeito, a procedência do nome, tal como o conhecemos hoje, provêm da palavra de origem árabe “ar-rozz”.
Na Europa, a introdução do arroz na cultura de seus povos se deu através dos mouros no século VIII, na Península Ibérica. Porém antes os gregos e os romanos também o conheceram mais como planta medicinal do que como alimento. Alexandre o Grande foi o responsável pela introdução do arroz da Grécia para a o continente europeu. “Grandes Navegações” foram um conjunto de viagens marítimas que expandiram os limites do mundo conhecido até então; protagonizadas principalmente e por excelência em Portugal e Espanha. E nessas rotas o arroz se espalha por todo o velho continente.
Podemos comer arroz doce nos quatro cantos do mundo, mas não há recanto em Portugal onde não se faça esta iguaria. A sobremesa de arroz doce em Portugal reflete o desejo de manter viva as tradições ancestrais. Servi-lo no final do almoço de domingo, ou em qualquer acontecimento digno de celebração, significa venerar um costume antigo e honrar os dias festivos.
A paella surgiu na Espanha, nos séculos XV e XVI, na região de Valência, situada na costa leste. Os camponeses saiam para trabalhar no campo levando apenas arroz, óleo de oliva e sal. No seu ambiente de trabalho adicionavam carnes de caça e posteriormente frutos do mar.
Não podemos deixar de citar o risoto; o arroz úmido e cremoso mais famoso da Europa cuja receita original data de 1574 em Milão na Itália.
Fertilidade, felicidade e prosperidade são votos simbolicamente representados em um casamento quando são jogados nos noivos uma chuva de arroz ao saírem da Igreja, uma tradição vinda primeiramente da Ásia e depois da Europa acolhida pelo Brasil patriarcal do século passado até os dias de hoje.
O arroz já exista no Brasil antes que os portugueses o trouxessem no período colonial. Eram espécies selvagens encontradas em regiões alagadas próximas ao litoral e região amazônica. Os Índios Tupis já o consumiam e chamavam de abatiuapé (milho d’água), porém o plantio só começou após a chegada dos portugueses com o descobrimento. Na famosa carta ao rei de Portugal Pero Vaz de Caminha informa o achado do arroz em terras tupiniquins.
Em 1587, lavouras arrozeiras já ocupavam terras na Bahia dando início ao plantio do cereal no Brasil. O que antes era apenas colhido passou a ser produzido em solo nacional dando origem a uma nova era; a domesticação dos alimentos.
No Maranhão ele chega por volta de 1745. O arroz de cuxá é orgulho dos maranhenses; um prato típico da cidade de São José de Ribamar . Resultado das várias influências e miscigenações da época de colônia o cuxá é um prato que reflete hábitos das culinárias portuguesa e africana, junto com o toque árabe do arroz .
Atualmente o Rio Grande do Sul é responsável por 50% do arroz produzido no país.
Elaborado originalmente à base de charque e arroz e tradicionalmente preparado em panela de ferro, o arroz de carreteiro é um dos principais pratos da culinária gaúcha. O nome carreteiro foi herdado dos peões, mercadores ambulantes, que percorriam em carretas puxadas por bois pelos pampas no Rio Grande do Sul cargas contendo o charque como principal mercadoria. Por ser protéico e de fácil conservação, agüentava a longa viagem pela frente. Ao longo do caminho, eles paravam e comiam o charque juntamente com o arroz, ingrediente facilmente encontrado na região e fundamental para o preparo deste prato.
Em 1766 a coroa Portuguesa autorizou a instalação da primeira descascadora de arroz no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro.
Típica combinação carioca o feijão com arroz é a base da alimentação no Rio de Janeiro. Ninguém sabe ao certo como surgiu esse dueto. Historiadores dizem que a hipótese mais provável é que tenham juntado o arroz indígena com o feijão da feijoada africana por ser mais calórico e portanto dar mais energia para a labuta.
Em qualquer parte do mundo o arroz faz parte do dia a dia das pessoas e a Acadêmicos da Abolição presta uma homenagem a esse cereal pretendendo deixar um grão de amor em cada um dos seus corações!!
Rio de Janeiro, 29 de Agosto de 2011
Autora do Enredo: Renata Caulliraux

Roteiro do
desfile:
Nº |
Nome da Fantasia |
Nome da ala |
Descrição |
Responsável pela ala |
0 |
Oferenda Hindu aos deuses |
Comissão de Frente |
Hindus utilizavam o arroz em cerimônias religiosas como oferenda a seus deuses. |
|
1° Casal de
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: O sagrado
A crença hindu de que o arroz era sagrado. |
1º Setor |
1ª
Alegoria (Abre-Alas) - A Casa Imperial
Local onde imperador chinês Sheng Nung realizava uma
cerimônia em que se semeavam cinco cereais, ente eles estava
o arroz. |
1 |
O Arroz Oriental |
Baianas |
Os primeiros indícios do arroz
na Ásia |
|
2 |
O Divino |
China |
Na China acredita-se que o arroz
tenha alma |
|
3 |
O alimento milenar |
Japão |
O arroz é a base da dieta dos
japoneses há mais de 3.000 anos |
|
4 |
O néctar |
Saquê |
A bebida oriental alcoólica mais
famosa |
|
5 |
O prato principal |
Sushi |
A importância do arroz no Sushi |
|
6 |
O arroz é ouro |
A Cerimônia Imperial |
O destaque do arroz nas festas
imperiais |
|
2º Setor |
2ª
Alegoria - Grandes Navegações
A expansão do arroz na Europa. |
2° Casal
de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Destino
O caminho percorrido pelo arroz através de terras européias.
|
7 |
Tá na mesa |
Passistas |
As ajudantes dos chefes |
|
8 |
Os Chefes Gastronômicos |
Bateria |
Uma homenagem a todos aqueles
que se dedicam a difícil e árdua tarefa de criar pratos e
chefiar uma cozinha |
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9 |
“ar-rozz” |
Árabes |
Origem da palavra |
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10 |
A cura |
Gregos |
O arroz como planta medicinal |
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11 |
A iguaria Portuguesa |
Arroz Doce |
A primeira sobremesa |
|
12 |
A iguaria Espanhola |
Paella |
A excelência na Espanha |
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13 |
A iguaria Italiana |
Risoto |
O famoso prato nascido na Itália |
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3º Setor |
3ª
Alegoria - O casamento
A cerimônia que usa o arroz como símbolo de fertilidade,
felicidade e prosperidade |
14 |
Saquinho de Arroz |
Crianças |
O saquinho onde se leva o arroz
para serem jogados nos noivos |
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15 |
Surge da água |
Milho d’água |
Os Índios Tupis já consumiam o
arroz e o chamavam de abatiuapé (milho d’água) |
|
16 |
Brilham as folhas |
Arroz de cuxá |
O famoso arroz típico do
Maranhão |
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17 |
Direto dos Pampas |
Arroz de carreteiro |
o arroz de carreteiro é um dos
principais pratos da culinária gaúcha |
|
18 |
A cara do Carioca |
Arroz com feijão |
Dueto: o arroz indígena com o
feijão africano |
|
19 |
|
Velha Guarda |
|
|
|