No carnaval do Rio, a Viradouro e seus
pequenos sambistas na "Era Monassa"
Introdução:
Nosso enredo vem mostrar, ou melhor, contar a saga de um rei (Monassa),
Através do mundo mágico do carnaval do Rio de Janeiro, serão 16 enredos,
revividos por nossas crianças na G.R.C.E.S.M. VIRANDO ESPERANÇA.Repleto
de emoção, magia, alegria, conquistas e a saudade. Saudade dos contos de
fadas que ilustravam os nossos sonhos infantis aonde tudo era possível,
tudo era permitido e imortal.
Sinopse:
Era uma vez, uma terra muito distante, terra repleta de
magia chamada VIRADOURO, lugar fantástico, suntuoso, exuberante, este
reino era conduzido pelas mãos firmes e prósperas do rei Monassa, brasão
coroado, cores: vermelho e branco, ramos de louro, e um aperto de mão
bordado, representando a união de todo seu povo. E como em todos os
reinos lá também aconteciam festas magníficas: musicas danças, calor
humano, amor mascarado. Sonho e realidade entrelaçados, transportando
todos para lugares jamais sonhados. E para tais comemorações o rei
contava com a inspiração de grandes artistas; criadores geniais do mundo
do faz de conta, cada um a o seu modo, sempre com momentos de rara
beleza, luxo, criatividade e brilhantismo. Sua corte o admirava, e nela
colecionava bons amigos porém um em particular lhe cativara. Um dia, o
rei teve uma grande idéia de convidar para suas comemorações em seu
majestoso castelo: cortes dos reinos vizinhos e homenageá-los com toda
pompa e circunstância. E assim, ordenou seu emissário que partisse aos
16 reinos vizinhos.
O emissário real ultrapassando os limites do seu reino: VIRADOURO, chega ao castelo de Dercy, rainha de Avilan. Ao adentrar a
corte de Dercy, o emissário percebeu que seu o castelo, era lúdico,
inusitado, ilustrado com os sonhos de menina de uma rainha à frente de
seu tempo, que aspirava encenar em teatros de revista, cassinos, em
arlequinadas mil. O bobo da corte o levou a presença da rainha da
commedia dell art, e assim se fez à vontade do rei Monassa. A rainha
Dercy, ruma com toda sua corte em direção ao reino VIRADOURO, para
receber suas homenagens, a rainha Dercy, Bravo Bravíssimo!
E o mensageiro atravessa mais uma vez os limites do reino VIRADOURO em busca de outro convidado a receber homenagens. Em suas
andanças encontra nômades, povos alegres, espontâneos e os convida a
grande festa, a festa dos filhos dos ventos, das estrelas e lua cheia,
com suas canções que encantam, inebriam, hipnotizam, um verdadeiro
choque cultural. Com seus trajes diferentes dos costumes da época, suas
artes e seus hábitos o impressionaram, principalmente a arte
adivinhatoria. O rei cigano e sua corte (caravana) partiram em direção
ao reino VIRADOURO. Ao entrarem no castelo do rei Monassa foram assim
anunciados: A Magia da Sorte Chegou!E a vontade do rei mais uma
vez se cumpriu!
E o caminho deste mensageiro da corte de Monassa, segue o
curso de seu coração e se depara com um reino encantado, o reino do bem
quer e mal me quer, é recebido pelo príncipe desta corte: o príncipe
Cupido. O amor é a palavra de ordem de seu soberano, amor sublime amor.
E a bandeira deste reino foi hasteada nos domínios de Monassa, e
vencendo a força da razão, com esperança no futuro, na pureza das
crianças, iluminadas pela deusa do amor, o verdadeiro amor. E a vontade
de Monassa é aclamada por seu povo em versos de paz e amor para todo
universo.
O emissário do rei Monassa, percorre inúmeros caminhos, e
faz em sua jornada muitos amigos e sendo um deles um trovador, este
decanta para o mensageiro real, a história de Tereza de Benguela, uma
rainha negra que tem a missão de encontrar a chama da liberdade e salvar
seu povo da escravidão, sua alma era livre, seus objetivos foram
conquistados e no reino de Monassa recebeu as homenagens de uma estrela,
um sol dourado de quimera, uma luz que não se apaga e brilhando em uma
nova era. E assim se fez à vontade do rei!
E o emissário real, segue sua viagem fantástica: agora ao Reino de
Portugal, Algarves e Brasil, o rei D.João VI, o recebeu com admiração, o
ilustre viajante lhe entregara o pomposo convite. O soberano do reino
lusitano, envia em seu lugar, um representante da sua corte, o famoso
aquarelista João Baptista Debret, o maior pintor de suas terras, francês
de origem. Debret colocou em seus pinceis encanto e poesia retratando o
cotidiano do reino português.
Debret revela ao mensageiro de Monassa, suas aventuras em
terras luso brasileira: a primeira delas foi sua chegada na terra
brasilis, descrita por ele como uma visão do paraíso, tamanho seu
espanto.
Em retorno das terras do radioso sol tropical sua viajem
foi marcada pelo sonho terrível: em uma fatalidade, misto de realidade e
ilusão se transporta ao futuro, e nele vê uma realidade espantosa,
deprimente, assustadora para um homem de seu tempo. Sua chegada, ao
reino VIRADOURO, lhe traz recordações, da felicidade experimentada, em
sua primeira aventura espantosa: também isto vislumbrei em meu sonho e
reconhecendo sua trajetória artística espalhada em cada cenário montado
para o maior espetáculo das terras do reino do Viradouro mais um espanto
aconteceu, sua arte traduzida em fantasia, e a vontade do rei Monassa,
se cumpri mais uma vez!
E o rei Monassa, se deslumbra com as maravilhas descritas do reino das
terras brasilis e envia seu emissário ao gigante Brasil, que percorre de
norte a sul, de leste a oeste em busca da corte a ser homegeada,
relevante beleza é admirada, sua natureza, seu encanto, seus mistérios.
E o mensageiro chega ao Rio de Janeiro em pleno Carnaval é recebido pelo
representante da corte de Momo: O Pierrô, que segue com ele ao reino
magnífico de Monassa e pinta em aquarela o Brasil festejado pelo reino
Viradouro.
O mensageiro de Monassa encontra um reino curioso, o reino da criação
aonde tudo era um nada e do nada se fez tudo, Big Bang. Água, terra,
fogo e ar - surgiram os elementais. O mensageiro real é anunciado ao
Iluminado, imagem semelhança do rei deste supremo lugar, que o saúda com
cantos de paz, aceitando o convite do rei Monassa, parte com ele. Assim
o reino VIRADOURO, mais uma vez viu seu rei feliz como nunca havia visto
comparado a Explosão do Universo! E a sua vontade foi cumprida
novamente!
O mensageiro embalado na emoção de seu soberano continua sua
peregrinação e no alto de um morro, bem pertinho das estrelas um vizinho
distante abre seus portões, de beleza delicada, sentimental, porém
vibrante ele está no reino da Musica, a sua ordem estão dispostos: os
acordes de um coração apaixonado do rei Orfeu, que ao perder sua amada
numa fatalidade inóspita se joga no abismo da saudade e canta sua dor
nos acordes de seu violão e Monassa ao ver tão belo sentimento mostra ao
rei Orfeu que apesar das diversidades, seu reino é a ponte para a
felicidade, e diz: Sou VIRADOURO, sou paixão! O homenageia mostrando um
mar de confete e serpentina, universo de rara beleza e esplendor, O tema
de sua festa, encanta ao rei negro que diz: a tristeza não tem fim,
felicidade sim!
E o mensageiro não se cansa, sua missão é um desafio constante, que o
impulsiona a visitar terras ainda mais distantes, para fazer a vontade
de seu rei. Chega a uma ilha ao sul do VIRADOURO. Ilha da Magia reino
de resplandecente beleza representado por um ser de prata, inexplicável
ser que domina os dois mundos seu lema de bravura e heroísmo lhe dá o
titulo de Heroína das sete magias que recebe a homenagem triunfal,
consagrando-a como rainha que voa livre como uma borboleta tem a força
de uma loba romana. E sua coragem é aclamada na festa oferecida, por
suas grandes vitórias e assim, fez se à vontade do rei.
As lembranças do rei Monassa não conseguem apagar a imagem
ilustrada por seu mensageiro da terra brasilis e ele resolve contar aos
amigos o que se tornou o nosso querido Brasil:_ No inicio tudo era belo,
homens e mulheres livres, livres da corrupção e ódio mundanos, era como
um jardim: o jardim das delicias. Mas o homem “civilizado” não permitiu
que perdurassem a inocência do índio, e nem a liberdade do negro
africano, destruindo seus sonhos, seus reinos, seus castelos e sua paz!
E fez um Brasil mestiço, a mistura de raças, de interesses e a cupidez
avarenta de Portugal fez cair sobre o Brasil as Trevas! Mas um grito de
liberdade ecoou e o alvorecer de um novo dia trouxe boas novas
transformando este povo sofrido em massa civilizada, cheia de luz
abençoados por Deus, saindo do inferno do passado e construindo um
paraíso de paz e alegria. Monassa esperançoso pede aos céus que assim
seja, certo que tudo é possível festeja o Brasil novamente.
O mensageiro avista ao longe uma Torre e segue para alcançar
os portões deste reino. Ao chegar se surpreende, no reino visitado não
havia um castelo, só mesmo a torre que ele avistara ao longe: era o
reino da Torre de Babel, aonde a cobiça, a soberba, luxuria, ira e a
inveja eram o que governavam o povo deste reino. Mas à vontade do rei Monassa, havia de ser cumprida. E o mensageiro fez o convite, ao povo
sem lei. Monassa os recebeu com grande festa em sua homenagem seus
artistas criaram cenas teatrais, levando este povo inconseqüente a
refletir sobre o mau uso dos seus sentimentos e além de muito honrados
com a homenagem feita pelo rei Monassa, aprenderam a lição construíram
um belo e formoso castelo destruíram a antiga torre e passaram a viver
dias melhores, a prova da redenção, colocando suas paixões a serviço dos
seus reais objetivos. E a vontade do rei se fez, mais uma vez!
E o mensageiro, continua sua missão e mais uma vez encontra
o trovador, seu amigo colecionador de histórias e emoções narra cantando
uma bela melodia ao mensageiro de Monassa mais uma de suas lembranças de
um, certo Vira Mundo, um João ninguém, ultrajado pelo reveses da
escravidão, espoliado em sua formação, retaliado em sua sobrevivência e
remontado pelas forças da evolução dos acontecimentos. E o mensageiro se
interessa e pede que o trovador lhe conte detalhes sobre este pobre
desgraçado, e o trovador lhe revela o paradeiro, do solitário.
O mensageiro sai em busca de mais esta emoção, ao chegar ao
seu destino, não encontra este ser: pobre, solitário, humilhado,
desgraçado. O que encontra é uma grande festa, alegorias, adereços,
risos e fantasia. E o pobre escravo das fatalidades, neste dia de folia,
é o rei. sendo ele o rei haveria de ser homenageado, como manda a ordem
do rei Monassa, e o mensageiro fez as honras, o rei dos farrapos da
folia seguiu rumo às terras do VIRADOURO, conquistou com simpatia, a
alegria do povo e viveu seu dia de gloria. E outra vez a ordem do rei
foi cumprida!
E chega ao reino de Monassa noticias de um vizinho próximo,
sobre uma certa rainha, digna de grandes homenagens, porém é sabido de
todos, que o reino que converte as maiores e significantes festas é o
VIRADOURO, eis que então, põe-se a caminho o mensageiro a fim de
convidar, sua majestade Bibi Ferreira. Esta tão famosa senhora, de
muitas artes, várias mulheres numa só e uma mulher única, aclamada pelo
seu povo, a diva dos grandes musicais. Tão logo recebeu o convite, o
aceitou de pronto, e abriu-se os portões do reino de Monassa para
recebê-la, esta estrela de primeira grandeza, que viveu no dia de sua
festa o maior e melhor personagem de sua vida, para que todos
conhecessem esta soberana dos palcos. Monassa reúne seu povo para
aplaudir Bibi Ferreira, Um Bravo! a você Bibi.E assim se fez a vontade
do rei!
Mas o rei Monassa, ainda não esta satisfeito, seu coração
sente um vazio, que só a fé pode preencher. Envia seu emissário
para uma nova viagem, em busca do âmago religioso. Surge um anjo em
forma de romeiro, que se apresenta indo para um castelo muito bonito no
reino do Belém do Para, o castelo da fé, lá existia uma festa anual, O
Círio de Nazaré, que arrebanhava muitos fieis. Ao chegar o mensageiro
fica maravilhado, um lugar onde a natureza resplandece sua rara e
grandiosa beleza, borbulha nas águas amazônicas as dores dos devotos que
culminam e se destroem na explosão da pororoca. É um palco de
manifestações em torno da fé do seu povo. Em seu retorno, o anjo conduz
o mensageiro e com ele a procissão do Círio, a Santa em sua berlinda,
adentra ao castelo de Monassa, entoam hinos de louvor, um carnaval da
devoção. E o rei cheio de paz viu mais uma vez seu desejo se realizar.
O mensageiro então se põe, a pensar, que reino convidaria para ser
homenageado agora. E na saída do castelo, ainda pensativo, tropeça no
bobo: é nesse instante, que uma idéia genial lhe surge, e vai à presença
do rei. Sugere que se abram às cortinas do seu castelo para homenagear o
rei do alto astral, o bobo, e o mensageiro justifica: Meu senhor, que o
mundo se curve ao poder do puro sorriso, crianças, jovens e velhos
experimentem o sabor inebriante de uma boa risada. Então o rei Monassa
aceita a sugestão, a ordem do rei é não conter o riso! Chegam então
para a festa ilustres convidados, arlequins, colombinas, pierrôs,
palhaços, mascarados e uma trupe de bobos, cantam alegremente, em
coro: _Quanto riso! Ó quanta alegria, mais de mil palhaços no salão! O
rei Monassa recebe os amigos da alegria, passa o bom humor em revista, a
ordem do rei foi cumprida, e o reino VIRADOURO é só sorriso!
As emoções furtivas de uma vida ordenada pelo trabalho em
prol da ordem e a serviço do seu povo, o rei Monassa, precisa descansar,
seu mensageiro o surpreende olhando o infinito, as estrelas o convidam,
e ele as segue, para brilhar com elas, e do grande céu admirar seu
reino. Seu povo chora, mas a vida consola. Em suas palavras de coragem
e força havia um desejo a ser revelado, dentre todos de sua corte,
haveria apenas um, a quem o próprio soberano passaria sua coroa, seu
fiel amigo. Acreditava, e nisto ele tinha razão, que só quem conhecia o
seu amor pelo reino VIRADOURO saberia conduzir seu povo e fazer valer a
sua vontade. O novo rei foi coroado. Seu primeiro ato foi instituir no
brasão coroado a inicial do rei Monassa. E assim se fez à vontade do
rei!
O novo rei havia conquistado grandes amigos, dentre eles um
arquiteto renomado, famoso por suas obras arrojadas, muito à frente de
seu tempo, o artista arquiteto, construiu em um reino na terra brasilis
um grande palco, apoteótico! Para o rei Momo, festejar!
E o novo rei que tem a missão de perpetuar o legado do rei Monassa, oferece em seu castelo grandiosa festa para assim como Monassa,
homenagear tão importante arquiteto e tantos outros nobres da régua e do
compasso. que aclamados na grande construção saúdam o novo rei e seu
povo, arquitetando folias!
Num reino sideral, flutuante e muito belo, está o rei Monassa, satisfeito e feliz, de braços abertos e muito emocionado,
encantado com a beleza desta festa.
E diz: a VIRADOURO mora no meu coração!... E assim se fez vontade do
rei!
André Cezari |