Mas vale um jegue
que me carregue que um camelo que me derrube lá no Ceará (Reedição do
Samba Enredo da Imperatriz Leopoldinense de 1995)
Síntese de Enredo:
O enredo conta de maneira
bem humorada uma pitoresca passagem da história do Brasil... A tentativa
frustrada do Imperador D. Pedro II em utilizar os dromedários importados
da Argélia, como meio de transporte no sertão nordestino e desprezando a
existência dos tradicionais jegues que, sempre fizeram esse “serviço”, o
enredo descreve em dois setores, como tudo aconteceu...
O Imperador D. Pedro II
resolveu financiar a expedição científica ao Ceará, porém como auxílio
no deslocamento e transporte de bagagens e cargas, utiliza os importados
dromedários, ao invés dos habituais jegues, para se locomoverem pelas
terras áridas do sertão. Então, isso posto, no dia 24 de julho de 1859,
desembarcam 14 camelos provenientes da Argélia, África do Norte junto ao
grupo de expedicionários com intuito de aventurar-se atrás de iminentes
fontes de ouro e prata em terras nordestinas. Portanto, botânicos,
zoólogos, geólogos, etnógrafos, engenheiros e artistas decidiram montar
nos animais e, partir rumo ao deserto, afinal, os dromedários haviam
sido comprados para tal função. Não obstante, o resultado foi
catastrófico, um desastre total, os camelos não aguentaram o longo
período da viagem e, inclusive, um deles, foi sacrificado devido ao
ferimento da pena quebrada e o chefe da expedição foi acusado de “camelocídio”.
Enquanto toda essa
confusão acontecia, o jegue continuava desprezado... Até que, num afã de
encontrar a solução, lembraram de sua existência e “descobriram” a
verdadeira vocação...
Alex de
Oliveira
Organograma de desfile:
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Comissão de Frente -
Histórias de Tesouros escondidos. Século XIX criou-se a lenda que, existiam lugares desconhecidos no
interior do Estado do Ceará, grutas inexploradas repletas de tesouros em
ouro e prata, e, a partir de então, deu-se origem aos trabalhos da
Comissão Científica de Exploração que, pretendia “descobrir” essa
riqueza local abundante como fonte de desenvolvimento ao governo.
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1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Pedro Campos e Paula
Figueiredo). Fantasia: Em busca do novo Eldorado! – Rumo ao
Interior do Estado do Ceara, lá vamos nós... Quero meu Tesouro!
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Carro 01 (Abre-Alas) – Desembarque do camelo, rumo a o Sertão!
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Ala 01 -
Dom Pedro: Pai da Expedição.
Em 1856, sob iniciativa do Imperador Dom Pedro II, com auxilio do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), sediado no Rio de
Janeiro, foi criada uma comissão de engenheiros e exploradores
naturalistas com a finalidade de “descobrir” o tesouro escondido nas
terras secas do Ceará.
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Ala 02 -
Comissão das
Borboletas: Ciência relata o sonho encantado. Equipe de
naturalistas exploradores: biólogos, zoólogos, minerólogos, botânicos e
astrólogos “desembarcam” nas praias do Ceara e rumam com destino as
grutas desconhecidas.
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Ala 03 -
Em busca do Eldorado
Cearense. Comissão, após grande atraso, partiu do Rio de
Janeiro em 26 de janeiro de 1859, a bordo do vapor Tocantins, chegando
em Fortaleza no dia 4 de fevereiro, levando os membros da comitiva e
volumosa bagagem e, justamente por isso, a necessidade da importação dos
14 dromedários...
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2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Cleyton e Cléia)
Fantasia: Africanos no deserto cearense. Foi do continente
africano que vieram os dromedários, importados por Dom Pedro para a
expedição.
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Ala 04 -
Desembarque dos Mouros rumo
ao Tesouro. A despeito de exímios tratadores de camelos,
os mouros não obtiveram êxito na viagem. Acreditava-se que por questão
de hábitos e costumes junto ao deserto africano não sofreriam problemas
em viajar ao sertão do interior cearense.
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Ala 05 -
Árabes e Camelos: Balançou
e não deu certo... Somente os árabes que sabiam como tratar e
domar os camelos. Mas o resultado foi catastrófico, os camelos não
suportaram o longo período da viagem. Dissensões e competição entre
diversos de seus membros, questões de ordem financeira, prejudicaram em
muito o êxito das explorações. Por esses motivos a Comissão deu seus
trabalhos por encerrados no primeiro semestre de 1861, retornando ao Rio
de Janeiro em 13 de julho, depois de dois anos e cinco meses depois, com
saldo final negativo: 11 camelos mortos (sacrificados) por conta do
excesso de feridas e 3 camelos foram preservados e tornaram-se atrações
turísticas da população local e nenhuma descoberta de gruta encantada
rica de ouro e prata... Principalmente, pela falta de condições dos
animais.
2º Setor: E por que
renegar o que é nosso? Mas vale a simplicidade...
Por conseguinte, foi provado que, mais
vale valorizar a simplicidade local em detrimento a importação
sofisticada... Afinal, a tal opção errônea de importar os camelos só
serviu de “chacota e zombaria” para população...
- Ala 06 (Bateria) - Sertão não é só lamento.
Sertanejo faz a festa e vive o cotidiano de satisfação e alegria.
- Ala 07 (Passistas) - Faz a festa e lava alma! Esta é a
representação a alegria do povo cearense. O sanfoneiro e a dançarina que
embalam a felicidade do Ceará. Portanto, está provado que o Jegue serve
perfeitamente ao serviço de transporte e locomoção a população local.
- Ala 08 (Baianas) - Mais vale a simplicidade.
Festeira, alegre e extrovertida... Símbolos do sentimento característico
do nordestino traduzido pela valorização da cultura popular.
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Ala 09 -
Jegue ajuda o sertanejo.
Jegue, o companheiro do trabalhador, não pode ser menosprezado e
utilizado somente para o pesado.
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Ala 10 -
Fardo de um povo
trabalhador. Os sertanejos trabalham na reprodução e criação de
peixes em grandes barragens. E é na industrialização da carne do peixe
que muitos trabalhadores do sertão ganham a vida. Por ser um exímio
trabalhador, serve como transporte de cargas, especialmente capim, água
e lenha, gerando receitas para as famílias necessitadas. Feriado? Apenas
uma folguinha por ano e olhe lá. O orgulho de ter um jumento como membro
da família.
- Ala 11 - Jegue, Rei do Nordeste. Finalmente, elevado ao
mais alto posto de valorização: Orgulho do sertão!
- Carro 02 – Mas vale a simplicidade.
Jegue, Rei do
Nordeste!
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