FICHA TÉCNICA 2011

 

Carnavalesco     Waldecyr Rosas e Alex de Oliveira
Diretor de Carnaval     André Magliari
Diretor de Harmonia     Rogê
Diretor de Evolução     Rogê
Diretor de Bateria     Nélio de Oliveira e Anderson de Oliveira
Puxador de Samba Enredo     Gabriel Arth e Victor Pires
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Pedro Campos e Paula Figueiredo
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Cleyton e Cléia
Resp. Comissão de Frente     Luciana Braga
Resp. Ala das Baianas     Jane Pereira e Norma Cláudio
Resp. Ala de Passistas     Viviane Souza
Rainha de Bateria     Mariana Chiarello

 

SINOPSE 2011

Mas vale um jegue que me carregue que um camelo que me derrube lá no Ceará (Reedição do Samba Enredo da Imperatriz Leopoldinense  de 1995)

Síntese de Enredo:

          O enredo conta de maneira bem humorada uma pitoresca passagem da história do Brasil... A tentativa frustrada do Imperador D. Pedro II em utilizar os dromedários importados da Argélia, como meio de transporte no sertão nordestino e desprezando a existência dos tradicionais jegues que, sempre fizeram esse “serviço”, o enredo descreve em dois setores, como tudo aconteceu...
          O Imperador D. Pedro II resolveu financiar a expedição científica ao Ceará, porém como auxílio no deslocamento e transporte de bagagens e cargas, utiliza os importados dromedários, ao invés dos habituais jegues, para se locomoverem pelas terras áridas do sertão. Então, isso posto, no dia 24 de julho de 1859, desembarcam 14 camelos provenientes da Argélia, África do Norte junto ao grupo de expedicionários com intuito de aventurar-se atrás de iminentes fontes de ouro e prata em terras nordestinas. Portanto, botânicos, zoólogos, geólogos, etnógrafos, engenheiros e artistas decidiram montar nos animais e, partir rumo ao deserto, afinal, os dromedários haviam sido comprados para tal função. Não obstante, o resultado foi catastrófico, um desastre total, os camelos não aguentaram o longo período da viagem e, inclusive, um deles, foi sacrificado devido ao ferimento da pena quebrada e o chefe da expedição foi acusado de “camelocídio”.
          Enquanto toda essa confusão acontecia, o jegue continuava desprezado... Até que, num afã de encontrar a solução, lembraram de sua existência e “descobriram” a verdadeira vocação...

Alex de Oliveira

Organograma de desfile:

  • Comissão de Frente - Histórias de Tesouros escondidos. Século XIX criou-se a lenda que, existiam lugares desconhecidos no interior do Estado do Ceará, grutas inexploradas repletas de tesouros em ouro e prata, e, a partir de então, deu-se origem aos trabalhos da Comissão Científica de Exploração que, pretendia “descobrir” essa riqueza local abundante como fonte de desenvolvimento ao governo.

  • 1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Pedro Campos e Paula Figueiredo). Fantasia: Em busca do novo Eldorado! – Rumo ao Interior do Estado do Ceara, lá vamos nós... Quero meu Tesouro!

  • Carro 01 (Abre-Alas) – Desembarque do camelo, rumo a o Sertão!

  • Ala 01 - Dom Pedro: Pai da Expedição. Em 1856, sob iniciativa do Imperador Dom Pedro II, com auxilio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), sediado no Rio de Janeiro, foi criada uma comissão de engenheiros e exploradores naturalistas com a finalidade de “descobrir” o tesouro escondido nas terras secas do Ceará.

  • Ala 02 - Comissão das Borboletas: Ciência relata o sonho encantado. Equipe de naturalistas exploradores: biólogos, zoólogos, minerólogos, botânicos e astrólogos “desembarcam” nas praias do Ceara e rumam com destino as grutas desconhecidas.

  • Ala 03 - Em busca do Eldorado Cearense. Comissão, após grande atraso, partiu do Rio de Janeiro em 26 de janeiro de 1859, a bordo do vapor Tocantins, chegando em Fortaleza no dia 4 de fevereiro, levando os membros da comitiva e volumosa bagagem e, justamente por isso, a necessidade da importação dos 14 dromedários...

  • 2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Cleyton e Cléia) Fantasia: Africanos no deserto cearense. Foi do continente africano que vieram os dromedários, importados por Dom Pedro para a expedição.

  • Ala 04 - Desembarque dos Mouros rumo ao Tesouro. A despeito de exímios tratadores de camelos, os mouros não obtiveram êxito na viagem. Acreditava-se que por questão de hábitos e costumes junto ao deserto africano não sofreriam problemas em viajar ao sertão do interior cearense.

  • Ala 05 - Árabes e Camelos: Balançou e não deu certo... Somente os árabes que sabiam como tratar e domar os camelos. Mas o resultado foi catastrófico, os camelos não suportaram o longo período da viagem. Dissensões e competição entre diversos de seus membros, questões de ordem financeira, prejudicaram em muito o êxito das explorações. Por esses motivos a Comissão deu seus trabalhos por encerrados no primeiro semestre de 1861, retornando ao Rio de Janeiro em 13 de julho, depois de dois anos e cinco meses depois, com saldo final negativo: 11 camelos mortos (sacrificados) por conta do excesso de feridas e 3 camelos foram preservados e tornaram-se atrações turísticas da população local e nenhuma descoberta de gruta encantada rica de ouro e prata... Principalmente, pela falta de condições dos animais.

2º Setor: E por que renegar o que é nosso? Mas vale a simplicidade...

          Por conseguinte, foi provado que, mais vale valorizar a simplicidade local em detrimento a importação sofisticada... Afinal, a tal opção errônea de importar os camelos só serviu de “chacota e zombaria” para população...

  • Ala 06 (Bateria) - Sertão não é só lamento. Sertanejo faz a festa e vive o cotidiano de satisfação e alegria.
  • Ala 07 (Passistas) - Faz a festa e lava alma! Esta é a representação a alegria do povo cearense. O sanfoneiro e a dançarina que embalam a felicidade do Ceará. Portanto, está provado que o Jegue serve perfeitamente ao serviço de transporte e locomoção a população local.
  • Ala 08 (Baianas) - Mais vale a simplicidade. Festeira, alegre e extrovertida... Símbolos do sentimento característico do nordestino traduzido pela valorização da cultura popular.
  • Ala 09 - Jegue ajuda o sertanejo. Jegue, o companheiro do trabalhador, não pode ser menosprezado e utilizado somente para o pesado.

  • Ala 10 - Fardo de um povo trabalhador. Os sertanejos trabalham na reprodução e criação de peixes em grandes barragens. E é na industrialização da carne do peixe que muitos trabalhadores do sertão ganham a vida. Por ser um exímio trabalhador, serve como transporte de cargas, especialmente capim, água e lenha, gerando receitas para as famílias necessitadas. Feriado? Apenas uma folguinha por ano e olhe lá. O orgulho de ter um jumento como membro da família.

  • Ala 11 - Jegue, Rei do Nordeste. Finalmente, elevado ao mais alto posto de valorização: Orgulho do sertão!
  • Carro 02 – Mas vale a simplicidade. Jegue, Rei do Nordeste!

 

SAMBA ENREDO                                                2011
Enredo     Mas vale um jegue que me carregue que um camelo que me derrube lá no Ceará (Reedição do Samba Enredo da Imperatriz Leopoldinense  de 1995)
Compositores     Eduardo Medrado, João Estevão, Waltinho Honorato e César Som Livre
Ecoam pelo ar
Estórias de tesouros escondidos
Sou poeta da canção
E embarco nesse sonho encantado
Vou com destino ao Ceará
Em busca de um novo eldorado
(Eu levo)
Levo comigo a ciência
Do país a sapiência
Tudo eu quero relatar
Nessa expedição bem brasileira
Chegam mouros e camelos
Não precisa se assustar

Balançou, não deu certo não
Pois não passou de ilusão
Eles trouxeram o balanço do deserto
Mas não é o gingado certo
Pra cruzar o nosso chão

O jegue escondido na história
Ajuda o sertanejo a tocar seu dia-a-dia
Trabalha, ara a terra sob o sol

E leva o fardo pesado
De um povo sofredor

Mais vale a simplicidade
A buscar mil novidades
E criar complicação
Esquecendo o bom e o útil
Renegar o que é nosso
Gera insatisfação

O sertão não é só lamento
Meu momento é aqui
faço a festa e lavo a alma
Hoje na Sapucaí