Sou Curumim na terra de Pajé

Sinopse:

          Minha história começa com as caravelas pintando de branco o verde do mar.
          Onde um povo de longe navega a procura de terra pra conquistar.
          Das ondas bravias as calmarias e de repente os primeiros sinais, e a de terra escondida e descoberta.
          Ali desembarca o descobridor, atraindo com escambo o povo daqui.
          Com a ingenuidade, meus antepassados são presas fáceis pro invasor.
          A exploração da terra rica e nativa inicia um ciclo de destruição.
          Vai nosso ouro e iguarias sem fim.
          As Matas sucumbem, vai Pau Brasil.
          Minha gente é dominada e escravizada.
          Começa a dor de uma nação.
          Nossa cultura tribal e artesanal é maculada.
          Vivemos momentos de apreensão.
          A pesca, a caca e agricultura, antes somente pra alimentação,
          Agora faz parte de negociação.
          A cultura nativa de lendas e magia,
          Sofre ingerência da cultura do branco.
          E o índio dono da terra se transforma e agride suas origens.
          Hoje sou curumim, na terra de Pajé,
          Onde vejo irmãos ao congresso acessar.
          Vejo o escambo moeda de troca, virar contrabando de nossas riquezas.
          Vejo aquela cultura tão milenar viver só na historia das tribos nativas.
          Porém a evolução não foi tão ruim, aprendemos a ciência para nos ajudar.
          No esporte, guerreiros já se destacam.
          É o preço que se paga pela evolução, Sou curumim na cultura tupi, e hoje mais uma criança na Sapucaí.

Eduardo Geraldino

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