Jeito nosso de brincar

          Foi um enredo alegre, entendendo que “brincar” é o direito de toda a criança, porque enquanto ela existir, cantar e sorrir, haverá para o mundo uma esperança de preservar no adulto seu lado “criança”.
          Neste enredo também valorizamos a importância das brincadeiras que quase não se vêm mais, seja por falta de espaço ou falta de tempo e atenção por parte dos adultos e que servem para todas as crianças: do morro, da cidade, de quem tem espaço ou não para brincar.

SAMBA ENREDO                                                1987

Cresci, ouvindo cantigas de ninar
E meu pai me ensinou a brincar

Brincava de roda, de pique-esconde e bambolê
Bandeirinha, bola berlinda e bilboquê (ô- ô- ô)

P'ro céu iam bolinhas de sabão
Pipa, peteca e balão
Pedindo a São Pedro e São João
Paz entre os homens, guerra, não
De elástico ainda eu posso brincar
Embora não exista muito espaço p'ra esticar
Esticar, sim, meu pai, seu vintém
P'ra comprar meu sonhado He-Man

No bambolê da vida, sei que posso
Dar um jeito todo nosso,
O “jeito nosso de brincar”

He-Man podia seu poder usar
Para a cabeça dos homens mudar

Passa passa, gavião, quero espaço p'ra mim!
O-po mun-pun do-po ‘tá-pa che-pe gan-pan do-po ...ao fim

(Ó donas) Donas do mundo – crianças
Somos a própria esperança
Mandrake, agora é hora de parar
Parar para o mundo a limpo passar

Batatinha-Frita, 1, 2, 3...
Império do Futuro quer criançar com vocês

(Cresci ...)