FICHA TÉCNICA 2008

 

Carnavalesco     Arthur Reiy
Diretor de Carnaval     ...............................................................
Diretor de Harmonia     Rômulo
Diretor de Evolução     Rômulo
Diretor de Bateria     Fernando (Gigante)
Puxador de Samba Enredo     Gilson Carlos Queiroz (Gilsinho Bacana) e Gabrielzinho do Irajá
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Diogo Conceição de Jesus e Jeane Martine da C. dos Santos
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala de Passistas     ................................................................
Rainha da Bateria     Luara
Princesa da Bateria     Raphaela Ferreira Pereira
Madrinha da Bateria     Luanna

 

SINOPSE 2008

Os legados de D. João VI 50 anos depois
(Reedição do Samba Enredo da Portela de 1957)

Justificativa:

          Conhecer a trajetória de Dom João VI, não só como rei de Portugal, Brasil e Algarves, mas principalmente por sua estada na colônia no período de 1808 a 1821, é compreender como o Brasil, em apenas 13 anos do chamado “período joanino”, conseguiu adquirir características distintas que puderam elevá-lo à condição de nação, deixando definitivamente para trás o perfil subserviente de simples colônia portuguesa.
          De uma maneira deturpada e depreciativa, Dom João sempre foi visto como alguém despreparado para assumir o trono: uma figura tímida, pacata e bonachona que estava mais preocupado em dedicar-se aos prazeres da boa mesa do que em reger seu próprio reino. De fato, Dom João não recebeu a educação adequada e necessária para ostentar a coroa, já que o herdeiro natural seria seu irmão mais velho, Dom José.
          Mas a história contemporânea trás à luz do entendimento um verdadeiro estadista, que não “fugiu” da invasão napoleônica a Lisboa, mas, sim, preservou a Dinastia de Bragança dos domínios franceses e manteve o relacionamento político e comercial com sua principal aliada, a Inglaterra, além de promover uma série de mudanças sociais, culturais, artísticas, econômicas e políticas, que transformariam para sempre os destinos do Brasil.
          Sendo assim, o GRCESM. FILHOS DA ÁGUIA traz, com muito orgulho, novamente para a avenida dos desfiles carnavalescos o enredo de 1957 do GRES PORTELA, “Legados de Dom João VI”, com o objetivo de elucidar as heranças que contribuíram não só para o desenvolvimento do Brasil mas efetivamente para sua independência; talvez o maior legado do rei ao seu povo brasileiro.

Sinopse:

          Contam as alvas páginas da História, à luz azulada da sabedoria que, diante da invasão iminente das tropas francesas a seu reino, o príncipe regente Dom João, resolveu mudar-se com toda a Família Real, fazendo-se acompanhar por 15 mil portugueses, para a longínqua e misteriosa colônia, o Brasil, onde aportaram depois de meses entregues aos braços do mar.
          Ao chegar às terras brasileiras, no ponto que, hoje, corresponde precisamente ao Estado da Bahia, o príncipe foi saudado pelo governador e sua comitiva, que lhes ofereceram frutas e água fresca para que se restaurassem do fastio da viagem.
          Logo o nobre magistrado assinou a chamada Carta Régia, permitindo a abertura dos portos da colônia às nações amigas e, com isso, autorizou o comércio de produtos diretamente entre o Brasil e os países do Velho Mundo.
          Assustado com a possibilidade de adoecer longe de Portugal, Dom João criou a primeira Escola de Medicina na Bahia, sob a luz inspiradora de Hipócrates.
          Em seguida, a Família Real seguiu para o Rio de Janeiro, onde o povo começou a apreciar uma fascinante transformação na vida social da cidade. A chegada da corte contribuiu significativamente para uma série de mudanças, como o alargamento das ruas e a reestruturação das moradias. A cidade foi-se sofisticando em elegância, perfumes e requintes, pois a colônia precisava fantasiar-se de metrópole.
          Inspirado e apaixonado pelas belezas de nossas terras, o príncipe fomentou diversas iniciativas, como: a liberdade de comércio; a abertura de fabricas têxteis; e a elevação da Casa de Suplicação à condição de Tribunal Superior.
          Incentivou o surgimento de uma elite letrada a partir da criação da Imprensa Régia, com o primeiro jornal da colônia chamado Gazeta do Rio de Janeiro, conhecido hoje como Diário Oficial.
Rendido ao clima tropical, Dom João providenciou a implantação do Jardim de Aclimação, atual Jardim Botânico, para cultivar as especiarias oriundas das Índias Orientais, em particular a noz-moscada, a canela e a pimenta do reino. E, ainda pensando na economia, fundou o Banco do Brasil com várias filiais que se distribuíram pelas terras brasileiras.
          Em um ato de coragem e revide, invadiu e promoveu a libertação da Güiana Francesa das mãos de Bonaparte, de onde mandou trazer para a colônia o cravo-da-índia, a fruta pão, mudas de nogueira, de camboeira, de abacateiro e de cana de Caiena.
          Com os livros que trouxe de Portugal, dentre eles, a primeira Bíblia impressa por Gutemberg, estruturou a Biblioteca Imperial Pública, semeando entre os brasileiros o gosto pela literatura – saciado hoje onde se encontra a Biblioteca Nacional. Também cultivou a paixão dos brasileiros pelo café – cujas primeiras mudas foram distribuídas por suas próprias mãos.
          Elevou os Grupos de Patrulha à Guarda Real de Polícia da Corte que deu origem à Polícia Militar contemporânea; fundou a Academia Real, que abrigou o arsenal de guerra da Marinha; e fundou o Museu Real – atual Museu Nacional, conhecido originalmente como “Casa dos Pássaros”, devido à grande quantidade de aves empalhadas.
          Amante das artes, promoveu a abertura do primeiro teatro no Brasil, chamado Real Theatro de São João, onde hoje se localiza o Teatro João Caetano; contratou a Missão Artística Francesa com intenção de lançar as bases de uma instituição de ensino em artes visuais na nova capital do reino; e criou a Academia Imperial das Belas Artes, que originou posteriormente a Escola de Belas Artes.
          Com a morte da Rainha Mãe, o príncipe transformou-se em rei, e, vulto de notável mérito, elevou o Brasil à condição de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, restaurando o orgulho dos brasileiros.
          Amado pelo povo, quando não pôde mais “O Clemente” ficar no Brasil, milhares de cartas emocionadas chegaram ao Palácio Real de São Christóvão, implorando por sua permanência.
          Com todas as mudanças sociais, culturais, artísticas, econômicas e políticas, o rei Dom João VI, o real empreendedor, contribuiu para o despojamento definitivo do Brasil dos humildes andrajos de colônia, possibilitando seu desenvolvimento e, por conseguinte, sua emancipação, o que, invariavelmente, permitiu-lhe apresentar-se diante do espelho como uma terra orgulhosamente independente de Portugal.
          A emancipação do nosso país talvez seja o maior legado de Dom João VI, já que por meio dela, os brasileiros puderam ver o sol da liberdade, adquirir o sentimento de nação, e, hoje, aclamar o rei como o grande regente dos destinos do Brasil, homenageado pelo incomensurável séqüito azul e branco, formado pelos Filhos da Águia, na avenida das reais fantasias.

Carnavalesco: Arthur Reiy
Revisão de texto: Jacqueline Luppo

 

SAMBA ENREDO                                                2008
Enredo     Os legados de D. João VI 50 anos depois (Reedição do Samba Enredo da Portela de 1957)
Compositores     Candeia, Waldir 59 e Picolino

Quando veio para a nação que mais tarde o consagraria
D. João VI no navio majestoso ao passar pela Bahia
instituiu novos textos abrindo os portos do Brasil
para o mercado universal
logo após seguiu o seu roteiro
com destino ao Rio de Janeiro.
Quando aqui chegou
desembarcou com toda a família real
incomensurável séquito
vulto de notável mérito
o eminente príncipe regente.
Um ano depois sua alteza ordenou
a invasão da Guiana Francesa
e depois criou com sabedoria
a Academia da Marinha, o Selo Nacional
Escola de Belas-Artes, também o primeiro jornal.
Mais tarde o povo aclamou esta figura de grande marca
unida em cores mil
Viva o grande monarca regente do destino do Brasil.