FICHA TÉCNICA 2007

 

Carnavalesco     Comissão de Carnaval
Diretor de Carnaval     ...............................................................
Diretor de Harmonia     ...............................................................
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     Fernando (Gigante)
Puxador de Samba Enredo     Tiago Brito, Sandro Sorriso, Diogo Madureira, Raphael e Gabrielzinho do Irajá
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Jean e Jéssica
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Galeria de Velha Guarda     ................................................................
Rainha da Bateria     Luana

 

SINOPSE 2007

Águia: A Guardiã da Casa dos Deuses

Objetivo:

          Este enredo tem como objetivo apresentar, no ano em que se realizam os jogos Pan-americanos na cidade do Rio de Janeiro, sob a ótica totenista dos índios Tupinambás que aqui habitavam antes da sua descoberta, que era aqui a casa dos seus Deuses, "Iara e Tupã" (Corcovado, Floresta da Tijuca e Pedra da Gávea) e também a morada sagrada dos seus ancestrais, a Terra do Sem Mal (maciço da Pedra Branca). A Águia, o grande pássaro, (águia) é a defensora dos seus valores, guardando a entrada a Terra do Sem Mal, e que é ao mesmo tempo a figura do ancião, para eles a sabedoria viva. A águia ao ver a Floresta da Tijuca derrubada para o plantio de café pelos ingleses saiu em sua defesa, reflorestando-a com as sementes oriundas da morada eterna dos Tupinambás, com a ajuda de seis escravos sexagenários. Desta forma, os deuses tupinambás receberão numa grande festa os Deuses do Olímpio, comandados dor Zeus e Hera. A Águia como defensora dos valores culturais dos Tupinambás, irá ciceroneá-los durante os jogos Pan Americanos, uma festa de Tupã e Iara em homenagem aos Deuses do Olímpio, que acontecerão nas terras sagradas dos Índios Tupinambás.

Fundamentação:

          Este enredo tem como objetivo apresentar no ano em que se realizam os jogos Pan-americanos na cidade do Rio de Janeiro, baseada na cultura dos índios Tupinambá que habitavam as terras que ficavam no entorno da baia de Guanabara, antes de sua descoberta, com uma população estimada pelos historiadores em 100 000, distribuídos em mais de 30 aldeias, dizimada pelos descobridores ainda no fim do século XVI. Por ser geologicamente o Rio de Janeiro um das formações rochosas mais antigas do mundo, e devido à sua constituição gnáissica, possibilitou através de um processo de erosão de milhões de anos à formação de esculturas naturais, que pela característica Totenista dos nossos primeiros habitantes, passaram a correlacioná-los com os seus Deuses, originários de suas tradições transmitidas oralmente de geração a geração. Outro fato que merece menção é o de que devido a grande umidade no ar, os fenômenos de refração eram muito comuns, como os arco íris, que se cruzavam formando uma coroa sob toda a região, e nos fins de tarde principalmente na região de Jacarepaguá, onde uma bola dourada cortava o horizonte.
          Quando deu entrada na baia de Guanabara, a nau comandada por Américo Vespucio, em 1º de janeiro de 1502, encontrou aqui um povo que cultuava a Deusa das águas Iara, sendo sua casa um grande penedo em forma de seio (nos dias de hoje o Corcovado) de onde escorria a linfa que formava o Carioca, o rio das caboclas que desaguava na baia Guanabara, cujo contorno da baia, formava seu rosto. Este era o rio sagrado dos Tupinambás, o rio das caboclas, onde, através dele alcançavam a Casa de Iara para pedir proteção, serem belas e terem bonitas vozes para cantarem em suas festas. Ali todos se reuniam em noite de lua cheia para ouvir a Deusa da Águas cantar. A casa de Iara era envolta por uma densa floresta colorida e que de suas flores exalavam os mais agradáveis perfumes, e que se estendia até a casa de Tupã, em sua linguagem, Metaracanga, "o índio com seu penacho" (hoje a Pedra da Gávea), que era o Deus dos raios e dos trovões. A imagem do Deus deitado contemplando o céu, se complementava nas épocas de chegada das frentes frias oriundas do sul que por ali passam obrigatoriamente, e daí a associação no seu imaginário. Aos seus pés moravam a figura dos espíritos do mal, Anhangá macho e fêmea (Itaanhangá) e Ipupiara saído das águas do mar (leão marinho), e que impediam que os índios falassem com Tupã devolvendo sua voz (eco). Uma grande lagoa de águas prateadas separava Metaracanga, das Terras do Sem Mal, Itatinga (maciço da Pedra Branca) que tem na sua entrada cinco grandes rochedos, sendo o grande pássaro (Águia) o seu grande guardião e por sua característica de dupla interpretação de acordo com quem o observa, guarda também a figura do ancião, que representa a sabedoria. A seu lado o grande Jacaré, origem dos Tupinambás segundo suas crenças, a Paciência (Jabuti) e a Perseverança ( o Lagarto derrotando a Cobra).Aqui moram a Sabiuna com seu canto maravilhoso, o canto da terra e o Guaráxaim, olhos e ouvidos dos Tupinambás na noite.
          Esta era a cultura encontrada pelos nossos colonizadores, e que por pelo menos 50 anos se manteve preservada no contato dos Tupinambás com os franceses.
          A conseqüência deste intercâmbio foi à vinda dos Franceses para criarem a França Antártica com Villegaignom, e no conflito comandado por Estácio de Sá, que resultou na fundação de São Sebastianopólis (Rio de Janeiro). A partir deste momento com a destruição total das aldeias: Carioca e de Urussumirim e a morte de seu líder Aimbire e de sua mulher Iguaçu, as outras aldeias se aquartelaram nos morros da periferia ( hoje, Penha, Alemão, Juramento, Urubu e outros), até serem totalmente aniquilados, pelos portugueses comandados por Antonio Salema destruindo as florestas, contaminando-os com varíola e cólera, intensos bombardeios de canhões apoiados pelos índios Teminós inimigos dos Tupinambás. Com a destruição de todas as aldeias como pó de chegar até os dias de hoje os valores que faziam parte da cultura nativa, tais quais, o nome dos lugares, das plantas, dos acidentes geográficos, suas lendas e seus mitos. Tudo isto parece ter sido feito através da transmissão oral através daqueles considerados infames pelos Portugueses: índios, negros, ciganos, judeus, mouros, entre outros. A participação dos escravos negros por serem a grande maioria da população aqui residente e pela identificação cultural de seus valores com a dos Tupinambás, deve ter colaborado para esta perpetuação e no enredo proposto é representado pelo encontro do último índio que restou com um Príncipe negro Nlá Eiye e sua guarda de honra oriundos de Moçambique,que ao fugirem de um Engenho nas cercanias das terras do Sem Mal são orientados por pequenos pássaros africanos (Biquinhos de lacre) a seguirem para a Casa dos Deuses, a Floresta da Tijuca. Do encontro de Nlá com um descendente de Aimbire, surge o compromisso de que os negros manteriam vivas as tradições Tupinambás e a defesa da Casa dos seus Deuses, Iara, Tupã e a Floresta da Tijuca. Para comandar a legião de Tupinambás que moram eternamente dentro dos sagrados Jequitibás e convocada a entidade negra Iansã de Ballé, a rainha dos ventos e comandante do espírito dos mortos, que se apaixona por Nlá e de seu amor nasce Ogum Onylê, que herda do pai o compromisso da preservação dos valores nativos. Criado livre entre os habitantes da cidade do Rio de Janeiro, e testemunha da chegada De Dom João e sua família em fuga de Portugal escoltado pelos Ingleses, ameaçada que estavam por Napoleão. De bom Transito com todos a conviver com Dom Pedro a quem ensina os fundamentos da capoeira, e torna-se devoto do Guerreiro São Jorge de onde faz parte da irmandade. Participou na praça da aclamação da festa de recepção a Dom Pedro I pela independência. Foi um dos primeiros a se apresentar na defesa da cidade contra os mercenários Irlandeses e Alemães em sua tentativa de tomarem para si a cidade, criando junto com o mestre Vidigal a milícia de capoeiras que lhes impôs uma derrota fragorosa, levando os Irlandeses a serem deportados para os Estados Unidos. Lutou com todas as suas forças pela preservação da Floresta da tijuca, a Casa dos Deuses Tupinambás, em face da sua destruição pelos Ingleses para o plantio do café. Foi testemunha da discriminação feita pelos ingleses ao Santo de origem africana São Benedito, abandonado no adro da igreja de Santo Antonio, por ser um santo negro. Arrepiou-se e chorou ao ver Francisco Manuel da Silva, o Chico músico, em seu sítio em Jacarepaguá, aos pés da terra do Sem Mal, ao ouvir o canto da terra da Sabiuna, tirá-lo no piano e convertê-lo no Hino Nacional, e ao ver que Osório Duque Estrada, retratava o próprio tupã na letra, com "Deitado eternamente em berço esplendido, ao som do mar, e a luz do céu profundo". Em sua luta pela preservação da Natureza, da Casa dos Deuses Tupinambás, conviveu com a corte e conseguiu como aliada na defesa da causa nativa a própria Rainha Dona Teresa Cristina Maria de Bourbon, que começou a se preocupar com o destino da cidade, que caminhava para um grande deserto com a derrubada da floresta e a conseqüente seca de seus mananciais de água, e da epidemia de febre amarela que vitimava cada vez mais ingleses moradores nos cafezais da tijuca. Outro que também defendia a Casa dos Deuses era o Guarda Florestal Manoel Gomes Archer. O Próprio Dom Pedro II, sensibilizado pela Rainha, envolveu-se com a causa e desapropriou as terras pertencentes aos Ingleses para de novo ali surgir a floresta da Tijuca, a Casa dos Deuses Tupinambás. Seis escravos sexagenários: Constantino, Eleutério, Leopoldo, Manoel, Matheus e a escrava Maria ofereceram-se para continuarem escravos e replantarem a floresta. Com a águia servindo como o elo entre o passado e o presente, A terra do sem mal e a Casa dos Deuses, as sementes foram sendo colhidas ali onde vivem eternamente os Tupinambás, reconstituindo na sua origem o que o homem destruiu, Refez-se o equilíbrio, através do compromisso de se manter para sempre acesa a chama da cultura Tupinambá que hoje vive dentro de cada um de nós, servindo de exemplo para o mundo, sendo hoje reconhecida por todos e a solicitação a UNESCO para tornar a Casa dos Deuses Tupinambás, Patrimônio da Humanidade. Ali o homem aprendeu a voar como a águia, a ver a beleza da floresta encontrando-se com o mar. Ali ressoaram o Rum, Rumpi e o Lê do Quilombo, junto com o Batakoto, e o Torodonto som do sentimento Tupinambá. O sentimento nativo, veio morar dentro da Portela, o ninho da Águia, e é ensinado aos Filhos da Àguia para que o perpetuem. Neste momento á Águia, como a Guardiã da Casa dos Deuses, prepara-se para receber como convidados os Deuses do Olimpo, comandados por Zeus e Hera, para participarem dos jogos Pan-americanos, uma grande festa que acontecerá na entrada da Terra do Sem Mal, para que os guerreiros Tupinambás que ali descansam em sua eternidade, possam assisti-los de dentro da grande nave dourada que os conduz, "a Mãe do Ouro). Os jogos Pan-americanos que se realizarão em homenagem aos Deuses ali presentes , protegidos sob as asas da Águia, sua eterna guardiã.

Sinopse:

          Depois de um dia de longos vôos sob o Horizonte, a águia e seus filhotes retornam ao seu ninho. Com as cores do fim da tarde servindo de inspiração, a matriarca acolhe-os sob suas asas e começa a lhes contar a história dos lugares pelo qual passaram em seu vôo, e que serão aonde acontecerão os Jogos Pan-americanos, num congraçamento de diversos povos,
          Hoje foi um dia de muitas recordações para mim, porque fomos conhecer "A Casa dos Deuses Tupinambás e a morada eterna de seus ancestrais, A Terra do Sem Mal". Há muitos e muitos anos aqui só existiam as florestas, os animais, e era onde morava um povo Guerreiro, os tupinambás. Aqui também viviam seus Deuses, Iara e Tupã. A casa de Iara é aquela montanha de pedra em forma de seio, de onde sai o rio Carioca, que veio dar o nome aos que aqui vivem hoje, e que desaguava na baia de Guanabara, formando o seu rosto. Eram ali que em noites de lua cheia as belas índias Tupinambás acompanhadas pelos seus guerreiros preferidos vinham ouvir Iara cantar, sonhar com o futuro, e amar na relva a luz da lua cheia, acalentados pela Rainha das Águas. A casa de Iara era envolta por uma densa floresta colorida e que de suas flores exalavam os mais agradáveis perfumes, e que se estendia até a casa de Tupã, em sua linguagem, Metaracanga, "o guerreiro Tupinambá com seu penacho" (hoje a Pedra da Gávea), que fica do outro lado, naquele penhasco maior, Um dia o poeta Gonçalves Dias, fez um poema em seu louvor o Gigante de Pedra, o qual Osório Duque Estrada se baseou para criar a letra do Hino Nacional: "Gigante pela própria natureza,és belo, és forte, impávido colosso". Com o céu e o mar servindo de adorno, Tupã está ali, "Deitado eternamente em berço esplendido ao som do mar e a luz do céu profundo". O farfalhar das ondas e canto do Sabiá, são suas músicas preferidas, e o Cruzeiro do Sul sua visão Predileta. Existem dias em que se cobre de nuvens, e é quando Tupã faz-nos ouvir sua voz rouca, e nos mostra sua arma mais poderosa, seus raios. Nestes momentos, todos se calam, rendendo-se a autoridade do pai.
          Aos seus pés morava a figura dos espíritos do mal, Anhangá macho e fêmea (Itaanhangá) e Ipupiara saído das águas do mar (leão marinho), e que impediam que os índios falassem com Tupã devolvendo sua voz (eco). Uma grande lagoa de águas prateadas separava Metaracanga, das Terras do Sem Mal, Itatinga (maciço da Pedra Branca) que tem na sua entrada cinco grandes rochedos, sendo o grande pássaro (Águia) o seu grande guardião e por sua característica de dupla interpretação de acordo com quem o observa, guarda também a figura do ancião, que representa a sabedoria. A seu lado o grande Jacaré, origem dos Tupinambás segundo suas crenças, a Paciência (Jabuti) e a Perseverança (o Lagarto derrotando a Cobra). Aqui moram a Sabiuna com seu canto maravilhoso, o canto da terra e o Guaráxaim, olhos e ouvidos dos Tupinambás na noite.
          Este foi a cultura encontrada pelos Portugueses, e que por pelo menos 50 anos se manteve preservada no contato dos Tupinambás com os franceses.
          A conseqüência deste intercâmbio foi à vinda dos Franceses para criarem a França Antártica com Villegaignom, e no conflito comandado por Estácio de Sá, que resultou na fundação de São Sebastianopólis (Rio de Janeiro). A partir deste momento com a destruição total das aldeias: Carioca e de Urussumirim e a morte de seu líder Aimbire e de sua mulher Iguaçu, as outras aldeias se aquartelaram nos morros da periferia (hoje, Penha, Alemão, Juramento, Urubu e outros), até serem totalmente aniquilados, pelos portugueses comandados por Antonio Salema. As florestas foram destruídas, contaminaram os tupinambás com varíola e cólera, junto com intensos bombardeios de canhões apoiados pelos índios Teminós inimigos dos Tupinambás.
          Vocês vão me perguntar:-Como com a destruição de todas as aldeias pode chegar até os dias de hoje os valores que faziam parte da cultura nativa, tais quais, o nome dos lugares, das plantas, dos acidentes geográficos, suas lendas e seus mitos? Sabe meus filhotes,tudo isto parece ter ocorrido através da transmissão oral dos considerados infames pelos Portugueses: índios, negros, ciganos, judeus, mouros, entre outros. A participação dos escravos negros por serem a grande maioria da população aqui residente e pela identificação cultural de seus valores com a dos Tupinambás, deve ter colaborado para esta perpetuação. Falam os mais antigos do encontro do último índio que restou, um neto de Aimbire, com um Príncipe negro Nlá Eiye e sua guarda de honra oriundos da região de Keto,que ao fugirem de um Engenho nas cercanias das terras do Sem Mal, foram orientados por pequenos pássaros africanos (Biquinhos de lacre) a seguirem para a Casa dos Deuses, a Floresta da Tijuca. Do encontro de Nlá com um descendente de Aimbire, surgiu o compromisso de que os negros manteriam vivas as tradições Tupinambás e a defesa da Casa dos seus Deuses, Iara, Tupã e a Floresta da Tijuca. Para comandar a legião de Tupinambás que moravam eternamente dentro dos sagrados Jequitibás foi convocada a entidade negra Iansã de Ballé, a rainha dos ventos e comandante do espírito dos mortos, que se apaixonou por Nlá e de seu amor nasce Ogum Onylê, que herda do pai o compromisso da preservação dos valores nativos.
          Criado livre entre os habitantes da cidade do Rio de Janeiro, e testemunha da chegada De Dom João e sua família em fuga de Portugal escoltado pelos Ingleses, ameaçada que estavam por Napoleão. De bom trânsito com todos, convive com Dom Pedro a quem ensina os fundamentos da capoeira, e torna-se devoto do Guerreiro São Jorge de onde faz parte da irmandade. Participou na praça da aclamação da festa de recepção a Dom Pedro I pela independência. Foi um dos primeiros a se apresentar na defesa da cidade contra os mercenários Irlandeses e Alemães em sua tentativa de tomarem para si a cidade, criando junto com o mestre Vidigal a milícia de capoeiras que lhes impôs uma derrota fragorosa, levando os Irlandeses a serem deportados para os Estados Unidos. Lutou com todas as suas forças pela preservação da Floresta da Tijuca, a Casa dos Deuses Tupinambás, em face da sua destruição pelos Ingleses para o plantio do café. Foi testemunha da discriminação feita pelos ingleses ao Santo de origem africana São Benedito, abandonado no adro da igreja de Santo Antonio, por ser um santo negro. Arrepiou-se e chorou ao ver Francisco Manuel da Silva, o Chico músico, em seu sítio em Jacarepaguá, aos pés da terra do Sem Mal, ao ouvir o canto da terra da Sabiuna, tirá-lo no piano e convertê-lo no Hino Nacional.
          Em sua luta pela preservação da Natureza, da Casa dos Deuses Tupinambás, conviveu com a corte e conseguiu como aliada na defesa da causa nativa a própria Rainha Dona Teresa Cristina Maria de Bourbon. Esta começou a se preocupar com o destino da cidade, que caminhava para um grande deserto com a derrubada da floresta e a conseqüente seca de seus mananciais de água, e da epidemia de febre amarela que vitimava cada vez mais ingleses moradores nos cafezais da Tijuca.
          Outro que também defendia a Casa dos Deuses era o Guarda Florestal Manoel Gomes Archer. O Próprio Dom Pedro II, sensibilizado pela Rainha, envolveu-se com a causa e desapropriou as terras pertencentes aos Ingleses para de novo ali surgir a floresta da Tijuca, a Casa dos Deuses Tupinambás.
          Seis escravos sexagenários: Constantino, Eleutério, Leopoldo, Manoel, Matheus e a escrava Maria ofereceram-se para continuarem escravos e replantarem a floresta. Com a águia servindo como o elo entre o passado e o presente, A terra do sem mal e a Casa dos Deuses, as sementes foram sendo colhidas ali onde vivem eternamente os Tupinambás, reconstituindo na sua origem o que o homem destruiu. Refez-se o equilíbrio, através do compromisso de se manter para sempre acesa a chama da cultura Tupinambá que hoje vive dentro de cada um de nós, servindo de exemplo para o mundo, sendo hoje reconhecida por todos e a solicitação a UNESCO para tornar a Casa dos Deuses Tupinambás, Patrimônio da Humanidade.
          Ali os homens aprenderamu a voar como nós, a ver a beleza da floresta encontrando-se com o mar. Ali ressoaram o Rum, Rumpi e o Lê do Quilombo junto com o Batakoto, e o Torodonto som do sentimento Tupinambá. O sentimento nativo, veio morar dentro da Portela, o nosso ninho, e ensinando aos Filhos da Àguia para que o perpetuem.
          Neste momento, á Águia como a Guardiã da Casa dos Deuses, prepara-se para receber os Deuses do Olimpo, comandados por Zeus e Hera, organizando uma grande festa que acontecerá na entrada da Terra do Sem Mal, para que os guerreiros Tupinambás que ali descansam em sua eternidade, possam assistir de dentro da grande nave dourada que os conduz, "a Mãe do Ouro", os jogos Pan Americanos que se realizarão em homenagem aos Deuses ali presentes , protegidos sob as asas da Águia, sua eterna guardiã.

Texto e desenvolvimento: José Leonídio Pereira e Regina Celi Ribeiro Pereira
Carnavalesco: Comissão de Carnaval

 

SAMBA ENREDO                                                2007
Enredo     Águia: A Guardiã da Casa dos Deuses
Compositores     Alexandre Velloso
Um sentimento nativo
Veio morar em nosso ninho
Filhos da Águia traz pra esse carnaval
Dos Tupinambás, o patrimônio cultural
Sob a proteção da águia
A sagrada Terra do Sem Mal
E a casa dos Deuses, Iara e Tupã
Sublime monumento natural

Iara, Rainha
O amor semeia
Em acalanto
Nas noites de lua cheia

Depois do conflito
Que trouxe a destruição
Apenas um remanescente
Manteria acesa
A chama da preservação
E com o príncipe negro
Foi firmado o compromisso
De suas tradições ser defensor
E foi seguido pelo seu herdeiro
Que lutou pela floresta com ardor
E com a desapropriação
O divino santuário ressurgiu
Seis escravos replantaram
O que a mão do homem destruiu

Lá vem o Pan! Vou visitar
E consagrar povo guerreiro
Tem festa para os deuses
No lindo cenário
Do meu Rio de Janeiro