Águia: A Guardiã da Casa dos Deuses
Objetivo:
Este enredo tem como objetivo apresentar, no ano em que se realizam
os jogos Pan-americanos na cidade do Rio de Janeiro, sob a ótica
totenista dos índios Tupinambás que aqui habitavam antes da sua
descoberta, que era aqui a casa dos seus Deuses, "Iara e Tupã"
(Corcovado, Floresta da Tijuca e Pedra da Gávea) e também a morada
sagrada dos seus ancestrais, a Terra do Sem Mal (maciço da Pedra
Branca). A Águia, o grande pássaro, (águia) é a defensora dos seus
valores, guardando a entrada a Terra do Sem Mal, e que é ao mesmo
tempo a figura do ancião, para eles a sabedoria viva. A águia ao ver
a Floresta da Tijuca derrubada para o plantio de café pelos ingleses
saiu em sua defesa, reflorestando-a com as sementes oriundas da
morada eterna dos Tupinambás, com a ajuda de seis escravos
sexagenários. Desta forma, os deuses tupinambás receberão numa
grande festa os Deuses do Olímpio, comandados dor Zeus e Hera. A
Águia como defensora dos valores culturais dos Tupinambás, irá
ciceroneá-los durante os jogos Pan Americanos, uma festa de Tupã e
Iara em homenagem aos Deuses do Olímpio, que acontecerão nas terras
sagradas dos Índios Tupinambás.
Fundamentação:
Este enredo tem como objetivo apresentar no ano em que se realizam
os jogos Pan-americanos na cidade do Rio de Janeiro, baseada na
cultura dos índios Tupinambá que habitavam as terras que ficavam no
entorno da baia de Guanabara, antes de sua descoberta, com uma
população estimada pelos historiadores em 100 000, distribuídos em
mais de 30 aldeias, dizimada pelos descobridores ainda no fim do
século XVI. Por ser geologicamente o Rio de Janeiro um das formações
rochosas mais antigas do mundo, e devido à sua constituição
gnáissica, possibilitou através de um processo de erosão de milhões
de anos à formação de esculturas naturais, que pela característica
Totenista dos nossos primeiros habitantes, passaram a
correlacioná-los com os seus Deuses, originários de suas tradições
transmitidas oralmente de geração a geração. Outro fato que merece
menção é o de que devido a grande umidade no ar, os fenômenos de
refração eram muito comuns, como os arco íris, que se cruzavam
formando uma coroa sob toda a região, e nos fins de tarde
principalmente na região de Jacarepaguá, onde uma bola dourada
cortava o horizonte.
Quando deu entrada na baia de Guanabara, a nau comandada por Américo
Vespucio, em 1º de janeiro de 1502, encontrou aqui um povo que
cultuava a Deusa das águas Iara, sendo sua casa um grande penedo em
forma de seio (nos dias de hoje o Corcovado) de onde escorria a
linfa que formava o Carioca, o rio das caboclas que desaguava na
baia Guanabara, cujo contorno da baia, formava seu rosto. Este era o
rio sagrado dos Tupinambás, o rio das caboclas, onde, através dele
alcançavam a Casa de Iara para pedir proteção, serem belas e terem
bonitas vozes para cantarem em suas festas. Ali todos se reuniam em
noite de lua cheia para ouvir a Deusa da Águas cantar. A casa de
Iara era envolta por uma densa floresta colorida e que de suas
flores exalavam os mais agradáveis perfumes, e que se estendia até a
casa de Tupã, em sua linguagem, Metaracanga, "o índio com seu
penacho" (hoje a Pedra da Gávea), que era o Deus dos raios e dos
trovões. A imagem do Deus deitado contemplando o céu, se
complementava nas épocas de chegada das frentes frias oriundas do
sul que por ali passam obrigatoriamente, e daí a associação no seu
imaginário. Aos seus pés moravam a figura dos espíritos do mal,
Anhangá macho e fêmea (Itaanhangá) e Ipupiara saído das águas do mar
(leão marinho), e que impediam que os índios falassem com Tupã
devolvendo sua voz (eco). Uma grande lagoa de águas prateadas
separava Metaracanga, das Terras do Sem Mal, Itatinga (maciço da
Pedra Branca) que tem na sua entrada cinco grandes rochedos, sendo o
grande pássaro (Águia) o seu grande guardião e por sua
característica de dupla interpretação de acordo com quem o observa,
guarda também a figura do ancião, que representa a sabedoria. A seu
lado o grande Jacaré, origem dos Tupinambás segundo suas crenças, a
Paciência (Jabuti) e a Perseverança ( o Lagarto derrotando a
Cobra).Aqui moram a Sabiuna com seu canto maravilhoso, o canto da
terra e o Guaráxaim, olhos e ouvidos dos Tupinambás na noite.
Esta era a cultura encontrada pelos nossos colonizadores, e que por
pelo menos 50 anos se manteve preservada no contato dos Tupinambás
com os franceses.
A conseqüência deste intercâmbio foi à vinda dos Franceses para
criarem a França Antártica com Villegaignom, e no conflito comandado
por Estácio de Sá, que resultou na fundação de São Sebastianopólis
(Rio de Janeiro). A partir deste momento com a destruição total das
aldeias: Carioca e de Urussumirim e a morte de seu líder Aimbire e
de sua mulher Iguaçu, as outras aldeias se aquartelaram nos morros
da periferia ( hoje, Penha, Alemão, Juramento, Urubu e outros), até
serem totalmente aniquilados, pelos portugueses comandados por
Antonio Salema destruindo as florestas, contaminando-os com varíola
e cólera, intensos bombardeios de canhões apoiados pelos índios
Teminós inimigos dos Tupinambás. Com a destruição de todas as
aldeias como pó de chegar até os dias de hoje os valores que faziam
parte da cultura nativa, tais quais, o nome dos lugares, das
plantas, dos acidentes geográficos, suas lendas e seus mitos. Tudo
isto parece ter sido feito através da transmissão oral através
daqueles considerados infames pelos Portugueses: índios, negros,
ciganos, judeus, mouros, entre outros. A participação dos escravos
negros por serem a grande maioria da população aqui residente e pela
identificação cultural de seus valores com a dos Tupinambás, deve
ter colaborado para esta perpetuação e no enredo proposto é
representado pelo encontro do último índio que restou com um
Príncipe negro Nlá Eiye e sua guarda de honra oriundos de
Moçambique,que ao fugirem de um Engenho nas cercanias das terras do
Sem Mal são orientados por pequenos pássaros africanos (Biquinhos de
lacre) a seguirem para a Casa dos Deuses, a Floresta da Tijuca. Do
encontro de Nlá com um descendente de Aimbire, surge o compromisso
de que os negros manteriam vivas as tradições Tupinambás e a defesa
da Casa dos seus Deuses, Iara, Tupã e a Floresta da Tijuca. Para
comandar a legião de Tupinambás que moram eternamente dentro dos
sagrados Jequitibás e convocada a entidade negra Iansã de Ballé, a
rainha dos ventos e comandante do espírito dos mortos, que se
apaixona por Nlá e de seu amor nasce Ogum Onylê, que herda do pai o
compromisso da preservação dos valores nativos. Criado livre entre
os habitantes da cidade do Rio de Janeiro, e testemunha da chegada
De Dom João e sua família em fuga de Portugal escoltado pelos
Ingleses, ameaçada que estavam por Napoleão. De bom Transito com
todos a conviver com Dom Pedro a quem ensina os fundamentos da
capoeira, e torna-se devoto do Guerreiro São Jorge de onde faz parte
da irmandade. Participou na praça da aclamação da festa de recepção
a Dom Pedro I pela independência. Foi um dos primeiros a se
apresentar na defesa da cidade contra os mercenários Irlandeses e
Alemães em sua tentativa de tomarem para si a cidade, criando junto
com o mestre Vidigal a milícia de capoeiras que lhes impôs uma
derrota fragorosa, levando os Irlandeses a serem deportados para os
Estados Unidos. Lutou com todas as suas forças pela preservação da
Floresta da tijuca, a Casa dos Deuses Tupinambás, em face da sua
destruição pelos Ingleses para o plantio do café. Foi testemunha da
discriminação feita pelos ingleses ao Santo de origem africana São
Benedito, abandonado no adro da igreja de Santo Antonio, por ser um
santo negro. Arrepiou-se e chorou ao ver Francisco Manuel da Silva,
o Chico músico, em seu sítio em Jacarepaguá, aos pés da terra do Sem
Mal, ao ouvir o canto da terra da Sabiuna, tirá-lo no piano e
convertê-lo no Hino Nacional, e ao ver que Osório Duque Estrada,
retratava o próprio tupã na letra, com "Deitado eternamente em berço
esplendido, ao som do mar, e a luz do céu profundo". Em sua luta
pela preservação da Natureza, da Casa dos Deuses Tupinambás,
conviveu com a corte e conseguiu como aliada na defesa da causa
nativa a própria Rainha Dona Teresa Cristina Maria de Bourbon, que
começou a se preocupar com o destino da cidade, que caminhava para
um grande deserto com a derrubada da floresta e a conseqüente seca
de seus mananciais de água, e da epidemia de febre amarela que
vitimava cada vez mais ingleses moradores nos cafezais da tijuca.
Outro que também defendia a Casa dos Deuses era o Guarda Florestal
Manoel Gomes Archer. O Próprio Dom Pedro II, sensibilizado pela
Rainha, envolveu-se com a causa e desapropriou as terras
pertencentes aos Ingleses para de novo ali surgir a floresta da
Tijuca, a Casa dos Deuses Tupinambás. Seis escravos sexagenários:
Constantino, Eleutério, Leopoldo, Manoel, Matheus e a escrava Maria
ofereceram-se para continuarem escravos e replantarem a floresta.
Com a águia servindo como o elo entre o passado e o presente, A
terra do sem mal e a Casa dos Deuses, as sementes foram sendo
colhidas ali onde vivem eternamente os Tupinambás, reconstituindo na
sua origem o que o homem destruiu, Refez-se o equilíbrio, através do
compromisso de se manter para sempre acesa a chama da cultura
Tupinambá que hoje vive dentro de cada um de nós, servindo de
exemplo para o mundo, sendo hoje reconhecida por todos e a
solicitação a UNESCO para tornar a Casa dos Deuses Tupinambás,
Patrimônio da Humanidade. Ali o homem aprendeu a voar como a águia,
a ver a beleza da floresta encontrando-se com o mar. Ali ressoaram o
Rum, Rumpi e o Lê do Quilombo, junto com o Batakoto, e o Torodonto
som do sentimento Tupinambá. O sentimento nativo, veio morar dentro
da Portela, o ninho da Águia, e é ensinado aos Filhos da Àguia para
que o perpetuem. Neste momento á Águia, como a Guardiã da Casa dos
Deuses, prepara-se para receber como convidados os Deuses do Olimpo,
comandados por Zeus e Hera, para participarem dos jogos
Pan-americanos, uma grande festa que acontecerá na entrada da Terra
do Sem Mal, para que os guerreiros Tupinambás que ali descansam em
sua eternidade, possam assisti-los de dentro da grande nave dourada
que os conduz, "a Mãe do Ouro). Os jogos Pan-americanos que se
realizarão em homenagem aos Deuses ali presentes , protegidos sob as
asas da Águia, sua eterna guardiã.
Sinopse:
Depois de um dia de longos vôos sob o Horizonte, a águia e seus
filhotes retornam ao seu ninho. Com as cores do fim da tarde
servindo de inspiração, a matriarca acolhe-os sob suas asas e começa
a lhes contar a história dos lugares pelo qual passaram em seu vôo,
e que serão aonde acontecerão os Jogos Pan-americanos, num
congraçamento de diversos povos,
Hoje foi um dia de muitas recordações para mim, porque fomos
conhecer "A Casa dos Deuses Tupinambás e a morada eterna de seus
ancestrais, A Terra do Sem Mal". Há muitos e muitos anos aqui só
existiam as florestas, os animais, e era onde morava um povo
Guerreiro, os tupinambás. Aqui também viviam seus Deuses, Iara e
Tupã. A casa de Iara é aquela montanha de pedra em forma de seio, de
onde sai o rio Carioca, que veio dar o nome aos que aqui vivem hoje,
e que desaguava na baia de Guanabara, formando o seu rosto. Eram ali
que em noites de lua cheia as belas índias Tupinambás acompanhadas
pelos seus guerreiros preferidos vinham ouvir Iara cantar, sonhar
com o futuro, e amar na relva a luz da lua cheia, acalentados pela
Rainha das Águas. A casa de Iara era envolta por uma densa floresta
colorida e que de suas flores exalavam os mais agradáveis perfumes,
e que se estendia até a casa de Tupã, em sua linguagem, Metaracanga,
"o guerreiro Tupinambá com seu penacho" (hoje a Pedra da Gávea), que
fica do outro lado, naquele penhasco maior, Um dia o poeta Gonçalves
Dias, fez um poema em seu louvor o Gigante de Pedra, o qual Osório
Duque Estrada se baseou para criar a letra do Hino Nacional:
"Gigante pela própria natureza,és belo, és forte, impávido colosso".
Com o céu e o mar servindo de adorno, Tupã está ali, "Deitado
eternamente em berço esplendido ao som do mar e a luz do céu
profundo". O farfalhar das ondas e canto do Sabiá, são suas músicas
preferidas, e o Cruzeiro do Sul sua visão Predileta. Existem dias em
que se cobre de nuvens, e é quando Tupã faz-nos ouvir sua voz rouca,
e nos mostra sua arma mais poderosa, seus raios. Nestes momentos,
todos se calam, rendendo-se a autoridade do pai.
Aos seus pés morava a figura dos espíritos do mal, Anhangá macho e
fêmea (Itaanhangá) e Ipupiara saído das águas do mar (leão marinho),
e que impediam que os índios falassem com Tupã devolvendo sua voz
(eco). Uma grande lagoa de águas prateadas separava Metaracanga, das
Terras do Sem Mal, Itatinga (maciço da Pedra Branca) que tem na sua
entrada cinco grandes rochedos, sendo o grande pássaro (Águia) o seu
grande guardião e por sua característica de dupla interpretação de
acordo com quem o observa, guarda também a figura do ancião, que
representa a sabedoria. A seu lado o grande Jacaré, origem dos
Tupinambás segundo suas crenças, a Paciência (Jabuti) e a
Perseverança (o Lagarto derrotando a Cobra). Aqui moram a Sabiuna
com seu canto maravilhoso, o canto da terra e o Guaráxaim, olhos e
ouvidos dos Tupinambás na noite.
Este foi a cultura encontrada pelos Portugueses, e que por pelo
menos 50 anos se manteve preservada no contato dos Tupinambás com os
franceses.
A conseqüência deste intercâmbio foi à vinda dos Franceses para
criarem a França Antártica com Villegaignom, e no conflito comandado
por Estácio de Sá, que resultou na fundação de São Sebastianopólis
(Rio de Janeiro). A partir deste momento com a destruição total das
aldeias: Carioca e de Urussumirim e a morte de seu líder Aimbire e
de sua mulher Iguaçu, as outras aldeias se aquartelaram nos morros
da periferia (hoje, Penha, Alemão, Juramento, Urubu e outros), até
serem totalmente aniquilados, pelos portugueses comandados por
Antonio Salema. As florestas foram destruídas, contaminaram os
tupinambás com varíola e cólera, junto com intensos bombardeios de
canhões apoiados pelos índios Teminós inimigos dos Tupinambás.
Vocês vão me perguntar:-Como com a destruição de todas as aldeias
pode chegar até os dias de hoje os valores que faziam parte da
cultura nativa, tais quais, o nome dos lugares, das plantas, dos
acidentes geográficos, suas lendas e seus mitos? Sabe meus
filhotes,tudo isto parece ter ocorrido através da transmissão
oral dos considerados infames pelos Portugueses: índios, negros,
ciganos, judeus, mouros, entre outros. A participação dos escravos
negros por serem a grande maioria da população aqui residente e pela
identificação cultural de seus valores com a dos Tupinambás, deve
ter colaborado para esta perpetuação. Falam os mais antigos do
encontro do último índio que restou, um neto de Aimbire, com um
Príncipe negro Nlá Eiye e sua guarda de honra oriundos da região de
Keto,que ao fugirem de um Engenho nas cercanias das terras do Sem
Mal, foram orientados por pequenos pássaros africanos (Biquinhos de
lacre) a seguirem para a Casa dos Deuses, a Floresta da Tijuca. Do
encontro de Nlá com um descendente de Aimbire, surgiu o compromisso
de que os negros manteriam vivas as tradições Tupinambás e a defesa
da Casa dos seus Deuses, Iara, Tupã e a Floresta da Tijuca. Para
comandar a legião de Tupinambás que moravam eternamente dentro dos
sagrados Jequitibás foi convocada a entidade negra Iansã de Ballé, a
rainha dos ventos e comandante do espírito dos mortos, que se
apaixonou por Nlá e de seu amor nasce Ogum Onylê, que herda do pai o
compromisso da preservação dos valores nativos.
Criado livre entre os habitantes da cidade do Rio de Janeiro, e
testemunha da chegada De Dom João e sua família em fuga de Portugal
escoltado pelos Ingleses, ameaçada que estavam por Napoleão. De bom
trânsito com todos, convive com Dom Pedro a quem ensina os
fundamentos da capoeira, e torna-se devoto do Guerreiro São Jorge de
onde faz parte da irmandade. Participou na praça da aclamação da
festa de recepção a Dom Pedro I pela independência. Foi um dos
primeiros a se apresentar na defesa da cidade contra os mercenários
Irlandeses e Alemães em sua tentativa de tomarem para si a cidade,
criando junto com o mestre Vidigal a milícia de capoeiras que lhes
impôs uma derrota fragorosa, levando os Irlandeses a serem
deportados para os Estados Unidos. Lutou com todas as suas forças
pela preservação da Floresta da Tijuca, a Casa dos Deuses
Tupinambás, em face da sua destruição pelos Ingleses para o plantio
do café. Foi testemunha da discriminação feita pelos ingleses ao
Santo de origem africana São Benedito, abandonado no adro da igreja
de Santo Antonio, por ser um santo negro. Arrepiou-se e chorou ao
ver Francisco Manuel da Silva, o Chico músico, em seu sítio em
Jacarepaguá, aos pés da terra do Sem Mal, ao ouvir o canto da terra
da Sabiuna, tirá-lo no piano e convertê-lo no Hino Nacional.
Em sua luta pela preservação da Natureza, da Casa dos Deuses
Tupinambás, conviveu com a corte e conseguiu como aliada na defesa
da causa nativa a própria Rainha Dona Teresa Cristina Maria de
Bourbon. Esta começou a se preocupar com o destino da cidade, que
caminhava para um grande deserto com a derrubada da floresta e a
conseqüente seca de seus mananciais de água, e da epidemia de febre
amarela que vitimava cada vez mais ingleses moradores nos cafezais
da Tijuca.
Outro que também defendia a Casa dos Deuses era o Guarda Florestal
Manoel Gomes Archer. O Próprio Dom Pedro II, sensibilizado pela
Rainha, envolveu-se com a causa e desapropriou as terras
pertencentes aos Ingleses para de novo ali surgir a floresta da
Tijuca, a Casa dos Deuses Tupinambás.
Seis escravos sexagenários: Constantino, Eleutério, Leopoldo,
Manoel, Matheus e a escrava Maria ofereceram-se para continuarem
escravos e replantarem a floresta. Com a águia servindo como o elo
entre o passado e o presente, A terra do sem mal e a Casa dos
Deuses, as sementes foram sendo colhidas ali onde vivem eternamente
os Tupinambás, reconstituindo na sua origem o que o homem destruiu.
Refez-se o equilíbrio, através do compromisso de se manter para
sempre acesa a chama da cultura Tupinambá que hoje vive dentro de
cada um de nós, servindo de exemplo para o mundo, sendo hoje
reconhecida por todos e a solicitação a UNESCO para tornar a Casa
dos Deuses Tupinambás, Patrimônio da Humanidade.
Ali os homens aprenderamu a voar como nós, a ver a beleza da
floresta encontrando-se com o mar. Ali ressoaram o Rum, Rumpi e o Lê
do Quilombo junto com o Batakoto, e o Torodonto som do sentimento
Tupinambá. O sentimento nativo, veio morar dentro da Portela, o
nosso ninho, e ensinando aos Filhos da Àguia para que o perpetuem.
Neste momento, á Águia como a Guardiã da Casa dos Deuses, prepara-se
para receber os Deuses do Olimpo, comandados por Zeus e Hera,
organizando uma grande festa que acontecerá na entrada da Terra do
Sem Mal, para que os guerreiros Tupinambás que ali descansam em sua
eternidade, possam assistir de dentro da grande nave dourada que os
conduz, "a Mãe do Ouro", os jogos Pan Americanos que se realizarão
em homenagem aos Deuses ali presentes , protegidos sob as asas da
Águia, sua eterna guardiã.
Texto e desenvolvimento: José Leonídio Pereira e Regina Celi Ribeiro
Pereira
Carnavalesco: Comissão de Carnaval |